Cinema com Rapadura

Colunas   domingo, 17 de julho de 2011

Harry Potter: UCI foi palco para o fim de uma das maiores sagas do cinema

Complexo serviu de concentração para o encerramento da saga do bruxo.

Fãs preparados para o fim. Detalhe para os pacotes de lenços.

Após dez anos, oito filmes e – até agora – cerca de $6,4 bilhões de dólares pelas bilheterias ao redor do mundo, chega ao fim a franquia cinematográfica do famoso bruxo criado pela inglesa J. K. Rowling – hoje uma das escritoras mais bem sucedidas do Reino Unido. A partir da meia-noite desta sexta-feira (15), milhões de fãs ansiosos puderam enfim conferir o desfecho da saga, com o início das exibições de “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2”.

Jogando um olhar sobre a primeira aventura da série, “Harry Potter e a Pedra Filosofal” (2001) , é impossível que não nos detenhamos no óbvio amadurecimento, não apenas dos personagens – que atingiram a maioridade desafiando perigos e enfrentando magia das trevas – mas também do fluxo narrativo empregado pela escritora nos livros e, consequentemente, nas adaptações, que encontraram nos episódios finais um tom particularmente sombrio para encarar questões próprias do comportamento e dos problemas da juventude. Enfim, é fácil constatar que “Harry Potter” utiliza-se do mesmo combustível das grandes histórias atemporais: família, dilemas morais, lealdade e, sobretudo, companheirismo e noção de dever.

Filas, calor e muita vontade de ver o final da saga.

Sala 8 lotada. Local de desejo de todo fã de HP.

Na pré-estreia do longa no Multiplex UCI Fortaleza, o cenário já era mais do que conhecido e esperado: ingressos esgotados e centenas de fãs esperando ansiosos para externar a emoção e testemunhar o grande final, quer já o conhecessem através do livro lançado em 2007 ou estivessem aguardando para descobrir o destino de seus personagens favoritos.

Entre os mais entusiasmados, chama atenção a galera do cosplay, que investe bem para se sentir como um autêntico estudante da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts ou como um sinistro Comensal da Morte – como são chamados os seguidores de Lord Voldemort. O CCR assistiu o longa na maior sala do complexo de cinemas, e encontrou vários fãs bastante entusiasmados com “As Relíquias da Morte”. Uma delas era a jornalista Glêycie Trigueiro, de 26 anos, que, vestida como Rita Skeeter (interpretada nos filmes anteriores por Miranda Richardson), revezou com os amigos para garantir desde cedo um bom lugar na fila. Segundo Glêycie, a escolha da personagem foi sugestão de um amigo, mas a identificação com a profissão de Rita também pesou: “Admiro a determinação dela, apesar de suas intenções com fins sensacionalistas.”

Detalhe para a Pena de Repetição Rápida.

Outra turma que chegou bastante cedo foi a da Clyssia, de 19 anos, que conseguiu ser a primeira da fila chegando ao shopping cerca de 8h30 da manhã. Apesar do amor pela série, os jovens acham que a saga do garoto bruxo não deve continuar – já que surgiram algumas especulações sobre uma possível volta de J. K. Rowling ao universo de Potter. Perguntada se estaria preparada para chorar com o filme, veio a resposta de fã apaixonada: “Já chorei bastante, e fiz até promessa para conseguir assistir à estreia!”

A galera que chegou primeiro…

Durante a sessão, apesar da costumeira gritaria nos minutos iniciais e nas cenas mais empolgantes, o clima de despedida era palpável – inclusive dando para ouvir o choro de muita gente que se emocionou em cenas decisivas ou sentimentais. Ao final, aplausos entusiasmados e, pelos corredores do shopping, mais choro e clima de saudade. A turma da Jéssica, de 19 anos, mal conseguia falar de emoção. Caracterizados como alunos da Grifinória – a mesma casa de Harry em Hogwarts –, os garotos disseram apenas que gostariam que a saga pudesse ser revisitada, quem sabe através da iniciativa do site Pottermore – lançado recentemente por Rowling para tornar possível um aprofundamento ainda maior sobre o universo mágico que criou.

Olhos cheios de lágrimas…

Desespero no fim…

Entre os fãs que opinaram após o filme, uma coisa era praticamente unânime: o elenco de veteranos fez bonito em imprimir emoção aos professores e bruxos mais velhos – ainda que algumas participações tenham sido mais curtas que o esperado. Os destaques sem dúvida foram Alan Rickman, intérprete do personagem Severo Snape – que neste capítulo final tem bastante carga para acrescentar à trama -, e Maggie Smith, a sisuda porém carismática professora Minerva McGonagall – que mostra-se particularmente imponente no longa.

Impossível negar o vazio que a franquia irá deixar no mercado cinematográfico por algum tempo – e no coração de muita gente que pegou gosto pela leitura e pelo cinema de fantasia acompanhando “Harry Potter” –, mas podemos fazer uso das palavras ditas por Luísa, de 13 anos, e Raquel, de 12 – que chegaram às 16h e assistiram o longa em 3D por que não conseguiram ingresso para a sala maior. Quando perguntamos se já haviam se dado conta de que aquele era o fim, elas apenas sorriram e responderam: “Não acabou. Só acaba para quem é Trouxa”.

Eternamente Harry Potter.

Bruno Nogueira
@cenadocrime

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