O ano de 2019 acabou, mas como sempre trouxe muitas pérolas do cinema ao público. Entre títulos aguardados e surpresas gratificantes, a sensação que fica é de que não faltaram filmes de qualidade para todos os gostos. Sendo assim, entrevistamos todos os nossos colaboradores aqui do Cinema Com Rapadura e elaboramos um ranking com os 10 melhores filmes que estrearam no circuito brasileiro em 2019, em nossa humilde opinião. Dá uma olhada:

10º lugar – Dois Papas

Na base da nossa lista está um dos vários filmes da Netflix a figurarem em listas de melhores do ano, e felizmente temos um diretor brasileiro envolvido na produção. Fernando Meirelles fez seu “Dois Papas” baseado na sutileza e sensibilidade de uma relação incrivelmente interessante entre os Papas Francisco e Bento XVI.

Esta é uma das belezas de “Dois Papas”: é possível ver a relação entre dois desafetos se construindo sutilmente e, ainda assim, repleta de atritos por conta de suas divergências. É quase um prazer voyeurístico: não há nada mais íntimo do que observar a aproximação de duas pessoas e o surgimento de uma cumplicidade entre elas  – Jacqueline Elise

[CRÍTICA] Dois Papas (Netflix, 2019): o exercício da tolerância

9º lugar – Nós

Mantendo a tradição recente de sempre figurar na lista de melhores do ano, o terror nos agraciou com mais uma pérola de Jordan Peele no gênero que já o consagrou. “Nós” abraça descaradamente o inusitado e não tem vergonha de ficar sempre perto do bizarro, o que rende muitos pontos para aqueles que aguentam assistir ao filme até o final.

Há anos um diretor não se arriscava como Jordan Peele fez em “Nós”. Ao partir de um filme elogiado e que se reconhece dentro do atual cenário de terror para uma obra que sempre remete aos clássicos oitentistas, porém sem soar datado, o diretor deixa claro que tem habilidade com um gênero difícil e que tradicionalmente gosta de se repetir – Robinson Samulak Alves

[CRÍTICA] Nós (2019): Jordan Peele, um novo gênio do terror

8º lugar – Entre Facas e Segredos

Depois do polêmico “Star Wars: Os Últimos Jedi”, era grande a expectativa para o próximo trabalho de Rian Johnson – além do elenco digno de encher uma festa completa do Globo de Ouro. Felizmente o aguardo foi totalmente recompensado, com “Entre Facas e Segredos” se mostrando um dos melhores filmes do ano, além de uma bela subversão do gênero consagrado pelas obras de Agatha Christie e Arthur Conan Doyle.

Trazendo personagens que transbordam carisma dentro de um elenco fortíssimo, o longa equilibra com maestria o suspense, o humor e uma quantidade considerável de plot twists na construção de uma experiência indispensável – Davi Galantier Krasilchik

[CRÍTICA] Entre Facas e Segredos (2019): mistério exemplar

7º lugar – Coringa

Fugindo da premissa de universos compartilhados de filmes de HQs, “Coringa” explorou ao extremo todo o potencial que uma história fechada e autossuficiente é capaz de entregar. Apesar das polêmicas em torno dos possíveis gatilhos que o filme aborda, o diretor Todd Phillips entregou uma obra densa e realista, mostrando que quadrinhos nem sempre se tratam de coisa para crianças.

“Coringa” mergulha de cabeça na psique de um ser humano problemático e sem limites, às vezes até demais. Mas entrega um longa que faz jus ao protagonista: problemático, perturbado, sem limites e catártico – Jacqueline Elise

[CRÍTICA] Coringa (2019): de Narciso a Sade

6º lugar – Bacurau

“Bacurau” foi a sensação do cinema brasileiro em 2019. Dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, o longa foi premiado com o Prêmio do Júri no Festival de Cannes e por muito pouco não foi o escolhido do Brasil para representar o país nos pré-selecionados ao Oscar 2020. O filme é uma experiência que merece ser vivida pelo espectador sem maiores informações, então embarque nessa jornada o mais cedo possível.

Em suma, “Bacurau” é histórico, é preciso, é mordaz, é um delírio fantástico mas é, acima disso tudo, real. E a experiência de assistir a esse longa traz consigo um orgulho muito grande de ser Brasil – Lígia Amora

[CRÍTICA] Bacurau (2019): os Brasis existem (e resistem)

Com ótimo som direto, múltiplos protagonistas e uma câmera deslizante, a obra combina um Brasil profundo com tecnologias espaciais, ficção científica com faroeste-terror, e projeta com muita cor e sangue um futuro que se equilibra na tradição – Vinícius Volcof

[CRÍTICA] Bacurau (2019): um filme (e um pássaro) que não se apequena

5º lugar – Era Uma Vez Em… Hollywood

Difícil haver um ano em que um novo filme de Quentin Tarantino não figure na lista dos melhores lançamentos. Felizmente, “Era Uma Vez Em… Hollywood” entrega talvez o trabalho mais doce e sensível do diretor, como um conto em que o final é o que todos gostaríamos que acontecesse.

Mais que homenagear, Tarantino exalta Hollywood pelo olhar de cinéfilo apaixonado e oferece uma visão romântica de quando o cinema era tão ingênuo quanto a Sharon Tate aqui apresentada – Robinson Samulak Alves

[CRÍTICA] Era Uma Vez em… Hollywood (2019): uma fábula tarantinesca

4º lugar – História de um Casamento

Em sua quarta colaboração com o ator Adam Driver, o diretor e roteirista Noah Baumbach trata uma história pessoal de separação com considerável sensibilidade. Usando Driver de avatar, como Charlie, e Scarlett Johansson como a futura ex-esposa Nicole, Baumbach prova que onde uma vez houve amor, sempre haverá amor, mesmo no meio de tanta turbulência.

O que Baumbach faz é um trabalho excepcional de condução de histórias e atores para externar que pedir um divórcio e a guarda de um filho dói para todos. Não há megeras e “embustes” aqui. Há dois seres humanos se dando conta de que o amor e a parceria escorreram pelos dedos de forma silenciosa. Mas que sempre há a chance de fazer a harmonia voltar em outros contextos – Jacqueline Elise

[CRÍTICA] História de um Casamento (Netflix, 2019): há esperança na separação

3º lugar – Vingadores: Ultimato

Talvez o filme com a tarefa mais árdua de todo o MCU, “Vingadores: Ultimato” precisava fechar todo um arco construído ao longo de mais de 10 anos, assim como entregar uma experiência no mínimo épica para todos os espectadores. E conseguiu.

Devastador, este é o efeito de “Vingadores: Ultimato”. Um gigantesco estrondo que transforma esta experiência cinematográfica em algo arrebatador, cuja vivência ficará na memória por um longo tempo. E, como uma grande explosão, o resultado será potencialmente diferente para cada um – Denis Le Senechal Klimiuc

[CRÍTICA] Vingadores: Ultimato (2019): a incrível jornada que chega ao fim

2º lugar – O Irlandês

Apesar das piadas devido à longa duração da obra, é inegável a qualidade técnica e narrativa de “O Irlandês“. Martin Scorsese, ao lado de um grande elenco que ele mesmo ajudou a levar à fama, são merecidamente a grande aposta da Netflix para a temporada de premiações.

A construção da parte técnica se mostra impecável, uma verdadeira aula. Em tons azulados nas cenas externas, que remetem à frieza de seus personagens, e o tom pastel nos restaurantes e casas de show, cuja intenção é o aconchego e libertação do mundo do crime, a fotografia se faz quase como um personagem, presente o tempo inteiro – Denis Le Senechal Klimiuc

[CRÍTICA] O Irlandês (2019): o poder da máfia e de Martin Scorsese

1º lugar – Parasita

Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, o filme coreano dirigido pelo já consagrado Bong Joon-Ho (“Expresso do Amanhã”) é o grande favorito à Melhor Filme Estrangeiro em todas as premiações vindouras. Considero por diversas listas como a melhor obra que o cinema ofereceu em 2019, “Parasita” certamente desafia as expectativas.

Crítica social, comédia e drama de costumes contemporâneos. Bong Joon-Ho funde gêneros e faz um filme de personalidade, que se destaca como um dos melhores do ano – Vinícius Volcof

[CRÍTICA] Parasita (2019): pai rico, pai pobre

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Esse foi o Top 10 dos melhores filmes que estrearam em 2019 no Brasil, escolhido por meio de votação de todo o nosso time de colaboradores. Achou alguma escolha injusta? Sentiu falta de algum? Deixe sua lista de melhores do ano nos comentários!