Cinema com Rapadura

Colunas   terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Os maiores vencedores do Oscar disponíveis na Netflix atualmente

Com o fim da temporada de premiações, diversos ganhadores do prêmio máximo da indústria estão disponíveis para streaming - uma forma de se manter ocupado até 2020.

No último domingo (24), a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos consagrou diversos filmes na cerimônia do Oscar 2019. Apesar das discussões causadas pelos resultados, o fato é que a estatueta dourada, prêmio máximo da indústria do cinema, continua sendo um bom parâmetro para o espectador ocasional, aquele que busca apenas algo bom para assistir em um fim de semana, por exemplo.

Com novas obras escrevendo seu nome na história da sétima arte, o Cinema Com Rapadura olha agora para aquelas que já ocupam seu lugar no rol de vencedores e que estão disponíveis para consumo no maior streaming do mercado, a Netflixcomo fizemos também em 2018. Apesar de seu catálogo estar em perpétua atualização, as opções são sempre abundantes, e separamos novamente as principais. Sem mais delongas, vamos a elas!

Mary Poppins (1965)

Todos a conhecem: uma babá que encanta as crianças das quais toma conta – literalmente. Enquanto hoje ela está novamente em voga com a interpretação de Emily Blunt em “O Retorno de Mary Poppins“, foi Julie Andrews que consagrou a personagem como uma das mais emblemáticas do cinema. “Mary Poppins” concorreu a todas as principais categorias nos Oscars de 1965, mas o ano foi monopolizado por “Minha Bela Dama“. Ainda assim, este é um caso em que o Oscar é apenas um detalhe para um filme tão icônico.

Prêmios: Atriz (Julie Andrews), Edição, Efeitos Visuais, Canção Original e Trilha Sonora.

Também indicado a: Filme, Direção (Robert Stevenson), Roteiro Adaptado, Fotografia em Cor, Direção de Arte em Cor, Figurino em Cor, Som e Adaptação Musical.

Star Wars – Episódio IV: Uma Nova Esperança (1977)

Espadas laser reluzentes. Um ser mais parecido com um robô ameaçador todo trajado em preto. Aliens dos mais diversos tipos. E, claro, perseguições no espaço. Quando “Star Wars” chegou aos cinemas em 1977, ninguém imaginava que tudo isso viria a impactar a cultura pop de uma forma tão profunda – mais de 40 anos depois, ainda se fala sobre isso. No Oscar de 1978, o impacto foi semelhante. Em uma cerimônia que contou a presença dos próprios C-3PO e R2-D2, a Academia se viu obrigada a criar um prêmio especial para o longa, por efeitos sonoros entregue a Ben Burtt, criador dos sons citados anteriormente. A icônica respiração de Darth Vader, por exemplo, e o zunido dos sabres-de-luz não existiriam sem seu primoroso trabalho. Até então, a Academia premiava apenas o som dos filmes. Mas foi “Star Wars” que plantou as sementes para as categorias que existem hoje: Edição de Som e Mixagem de Som.

Prêmios: Oscars de Design de Produção, Figurino, Som, Edição, Efeitos Visuais e Trilha Sonora (John Williams); prêmio especial a Ben Burtt por efeitos sonoros.

Também indicado a: Filme, Ator Coadjuvante (Alec Guinness), Direção (George Lucas) e Roteiro Original.

Forrest Gump – O Contador de Histórias (1994)

Em 1995, três dos maiores filmes já feitos estavam na disputa pelo prêmio de Melhor Filme: “Forrest Gump”, “Pulp Fiction” e “Um Sonho de Liberdade“. O longa de Quentin Tarantino (também disponível na Netflix) corria por fora, com os outros dois tendo recebido maior destaque. Tido como um dos longas melhor ranqueados em diversas listas mundo afora, “Um Sonho de Liberdade” acabou perdendo todas as categorias que disputou, enquanto “Forrest Gump” levou a maioria daqueles para os quais fora indicado. Seguindo a máxima de Gump (interpretado por Tom Hanks), a vida é uma caixa de chocolates: nunca sabemos o que pode acontecer.

Prêmios: Filme, Ator (Tom Hanks), Direção (Robert Zemeckis), Roteiro Adaptado, Edição e Efeitos Visuais.

Também indicado a: Ator Coadjuvante (Gary Sinise), Fotografia (Don Burgess), Direção de Arte, Som, Edição de Efeitos Sonoros, Maquiagem e Trilha Sonora (Alan Silvestri).

A Vida É Bela (1997)

A consagração de Roberto Benigni nos Oscars de 1998 foi um dos momentos mais icônicos e emocionantes de toda a história da premiação. Ele estrelou, dirigiu e escreveu “A Vida É Bela”, uma das obras mais emocionantes sobre a perseguição aos judeus pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. Concorrendo a todas as principais categorias, Benigni, italiano de sangue quente, não conteve sua emoção ao ser anunciado como vencedor na categoria Melhor Ator e subiu em sua cadeira para comemorar. Nesse gesto, ele conquistou até a simpatia de quem torcia por outros concorrentes, e fez história nos Oscars. “A Vida É Bela” ainda viria a ganhar os prêmios de Melhor Trilha Sonora e Melhor Filme Estrangeiro.

Prêmios: Ator (Roberto Benigni), Trilha Sonora e Filme Estrangeiro.

Também indicado a: Filme, Direção (Roberto Benigni), Roteiro Original e Edição.

12 Anos de Escravidão (2013)

Steve McQueen é dos cineastas que transforma em ouro praticamente tudo que toca. Em “12 Anos de Escravidão”, o material original já era de extrema relevância: o livro de memórias homônimo escrito por Solomon Northup. Em uma época na qual a escravidão ainda era permitida nos Estados Unidos e tida como um negócio lucrativo, ele era um homem negro nascido livre, pai de família e empreendedor. Em 1841, no entanto, ele foi sequestrado por dois criminosos e vendido como escravo, passando 12 anos assim e sem conseguir provar sua origem como homem livre. No longa, Northup é interpretado por Chiwetel Ejiofor, em uma atuação que lhe rendeu indicação ao Oscar. Mas quem rouba a cena é Lupita Nyong’o como a escrava Patsey, papel pelo qual venceu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 2014.

Prêmios: Filme, Atriz Coadjuvante (Lupita Nyong’o) e Roteiro Adaptado.

Também indicado a: Ator (Chiwetel Ejiofor), Ator Coadjuvante (Michael Fassbender), Direção (Steve McQueen), Figurino, Edição e Design de Produção.

Birdman (Ou A Inesperada Virtude da Ignorância) (2014)

O cineasta mexicano Alejandro G. Iñárritu é conhecido por evocar extremos em seus filmes: quem assiste costuma amar ou odiar. “Birdman” segue à risca essa regra. Enquanto muitos o consideram um filme primoroso e amam seu ritmo acelerado, diálogos certeiros e fotografia frenética, há que o odeie por exatamente as mesmas razões. Essa é a marca de um gênio, capaz de suscitar reações diferentes por meio de uma mesma obra. Em “Birdman”, Iñárritu faz uma crítica consistente à cultura de franquias e cinema de marca atual. O protagonista Riggan Thomson (Michael Keaton) é consagrado na indústria por interpretar o herói Birdman em diversos filmes, mas sofre para se desprender desse papel. Tentando emplacar um sucesso na Broadway como forma de criar uma nova imagem para si próprio, ele acaba percebendo que o passado é algo poderoso na vida de qualquer um, seja um ator de sucesso ou não.

Prêmios: Filme, Direção (Alejandro G. Iñárritu), Roteiro Original e Fotografia (Emmanuel Lubezki).

Também indicado a: Ator (Michel Keaton), Ator Coadjuvante (Edward Norton), Atriz Coadjuvante (Emma Stone), Edição de Som e Mixagem de Som.

Spotlight: Segredos Revelados (2015)

Em 2016, o Oscar foi dominado por uma expectativa compartilhada por todos os amantes da sétima arte: que Leonardo DiCaprio vencesse como Melhor Ator por “O Regresso” (também disponível na Netflix, aliás). E conseguiu. Mas a grande surpresa da noite foi quando seu filme não conquistou o maior prêmio da noite, Melhor Filme. Quem saiu vencedor foi “Spotlight”, um filme extremamente político e ousado em sua premissa: retratar a investigação sobre casos de assédio e abuso sexual de menores entre a Igreja Católica no estado de Massachussetts. Com um assunto tão espinhoso, a Academia surpreendeu a todos ao premiar  um filme que se dispusesse a dissecar tão a fundo uma ferida que, em diversos lugares do mundo, continua aberta.

Prêmios: Filme e Roteiro Original.

Também indicado a: Ator Coadjuvante (Mark Ruffalo), Atriz Coadjuvante (Rachel McAdams), Direção (Tom McCarthy) e Edição.

Ao todo, o catálogo atual da Netflix conta com 192 filmes que ganharam pelo menos um Oscar. O ano é longo, e muitos filmes de sucesso ainda serão lançados para compor a lista de indicados às premiações de 2020. Mas até lá, opções não faltarão para nos mantermos entretidos!

Fique ligado no Cinema Com Rapadura ao longo do ano para saber quais serão os futuros sucessos do cinema que farão nossa cabeça em 2020!

Julio Bardini
@juliob09

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