Cinema com Rapadura

Colunas   sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Especial Oscar 2019: conheça mais sobre os atores e atrizes indicados à premiação

Saiba mais sobre os concorrentes às categorias de Melhor Atriz, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Ator Coadjuvante.

No próximo dia 24 de fevereiro, acontece a 91ª edição do Oscar, a maior e mais prestigiada premiação do cinema mundial, e dando sequência à cobertura do Cinema com Rapadura dos indicados deste ano, é chegada a hora de analisar quatro das categorias mais célebres: Melhor Atriz, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Ator Coadjuvante. Veja abaixo:

Melhor Atriz

Glenn Close – “A Esposa”

Um dos nomes mais fortes na disputa e dona de um absoluto hat-trick, visto que levou a melhor no Globo de Ouro, Critics’ Choice Awards e SAG, Glenn Close pode ser considerada uma veterana. Já que com esta, é a sexta vez que a atriz é indicada, sendo as demais vezes em “O Mundo Segundo Garp” (1982) “O Reencontro” (1983) e “Um Homem Fora de Série” (1984), disputando a estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante, e em “Atração Fatal” (1987), “Ligações Perigosas” (1988) “Albert Nobbs” (2011). Tal estatística, certamente dá a ela certo folga perante as demais indicadas, pois a coloca na narrativa de injustiçada pela academia. Alguém aí lembra de quantas vezes Leonardo DiCaprio teve de ser indicado até ser, de fato, consagrado?

Em “A Esposa” Close interpreta Joan, uma mulher que abre mão da paixão de escrever e se tornar uma autora de sucesso para se dedicar inteiramente ao marido, Joe (Jonahan Pryce). O conflito da obra se dá quando Joe é convidado a receber o Prêmio Nobel de Literatura, e uma sucessão de acontecimentos levam Joan a perceber que deixou uma infinidade de sonhos para trás.

Yalitza Aparicio – “Roma”

Embora tenha desempenhado seu primeiro papel como atriz, o trabalho de Yalitza Apatricio lhe rendeu uma indicação que foi, sem dúvidas, uma das grandes surpresas desta 91° edição da cerimônia do Oscar. E ao longo de todos os lugares onde a obra vem sendo exibida, seja por estar disponibilizada na Netflix, ou em festivais, a forma com que a mexicana deu vida a Cleo, protagonista de “Roma”, vem deixando os críticos e a audiência eufóricos. Descendente de indígenas, a atriz, de apenas 25 anos, abraçou o papel mesmo após o lançamento da obra, pois ela tem se tornado uma voz ativa a favor das minorias e, sobretudo, da classe das empregadas domésticas. Curiosamente, a audição da estreante foi por acaso, dado que, inicialmente, era sua irmã mais velha, Edith, uma das candidatas ao papel. Porém, ao perceber que não seria possível fazer o teste por estar grávida, Edith solicitou que Aparicio, que havia ido apenas para acompanhar a irmã, o fizesse em seu lugar.

Em “Roma”, Aparicio dá vida a Cleo, uma empregada que também desempenha a função de babá na residência de uma família de classe média alta no início dos anos 70 na Cidade do México. Aqui, a atriz é responsável por mover a narrativa, e é encarregada de uma personagem cheia de sonhos e de angústias, que conquista fácil a empatia do espectador.

Melissa McCarthy – “Poderia me Perdoar?”

Atores cômicos que fazem uma transição de gênero na carreira não é incomum. Basta lembrar de Robin Williams, ou Ben Stiller. De certa forma, isso foi o que aconteceu com Melissa McCarthy, pois após seus últimos trabalhos, “Alma da Festa” e “Crimes em Happytime” terem sido decepções tanto comerciais, quanto em críticas especializadas, a atriz conseguiu elevar mais uma vez seu nome em “Poderia Me Perdoar?”.

No longa dirigido por Marielle Heller, McCarthy aproveitou sua veia humorística ao mesmo tempo em que colocou profundidade na personagem Lee Israel, uma autora que se envolve em um esquema de enriquecimento rápido ao forjar cartas que a mesma afirma de ser pessoas famosas.

Lady Gaga – “Nasce Uma Estrela”

Em mais uma de suas empreitadas como atriz, Lady Gaga, mais conhecida pelo público como uma das mais badaladas cantoras pop, recebe seu maior reconhecimento atuando até então. Seu trabalho mais notório havia sido na série “American Horror Story: Hotel“, em 2016, que veio a lhe render um Globo de Ouro de Melhor Atriz. Dado a recepção positiva, era questão de tempo até que Gaga fosse aclamada em uma grande obra de Hollywood. Contudo, enquanto Shallow, música que Gaga interpreta no filme dirigido por Bradley Cooper, é a favorita da categoria Melhor Canção Original, a corrida para Melhor Atriz segue apertada. Cabe ressaltar que que já houveram cantoras que receberam a estatueta. Cher, por exemplo, venceu Glenn Close em 1988. Será que a história se repetirá?

No remake de “Nasce Uma Estrela”, Gaga interpreta Ally, uma cantora pop em ascensão. Logo, ela conhece o cantor e compositor Jackson Maine (Cooper), o que dá início a uma história de sucesso e autodestruição.

Olivia Colman – “A Favorita”

Um dos nomes mais fortes da categoria, Olivia Colman começou a ganhar destaque por seu extenso trabalho na televisão britânica, como em “Peep Show” e “Broadchurch“, e com sucesso destes papéis, foi escalada para a minissérie dramática da AMCThe Night Manager“, que rendeu a mesma um Emmy por Melhor Atriz Coadjuvante. Mais tarde, viria a grande produção que colocaria Colman ao lado de grandes atores da indústria, “Um Crime no Expresso do Oriente”. Agora, além de desfrutar de uma indicação ao Oscar, a carreira da britânica culmina em sua escalação para viver a Rainha Elizabeth ll no seriado “The Crown“, que revelou a Hollywood o recente sucesso, Claire Foy. Independente de levar ou não a estatueta, a carreira de Olivia Colman está em seu melhor momento.

Em “A Favorita”, Colman dá vida à frágil rainha Anne, uma mulher de meia-idade com um passado marcado por adversidades. Cercada de pessoas ávidas por poder, ela forma um triângulo político com suas conselheiras, a serviçal Abigail (Emma Stone) e a duquesa Sarah (Rachel Weisz).

Melhor Ator

Rami Malek – “Bohemian Rhapsody”

Antes conhecido como a estrela da série “Mr. Robot“, Rami Malek se lançou à corrida do Oscar com uma maneira infalível de ficar entre os favoritos: retratar uma figura histórica. E, embora o filme de Bryan Singer venha dividindo opiniões, a atuação do ator de origem egípcia vem sendo elogiada mundialmente. Aliás, o fato dele ter ganho o SAG Awards o coloca de fato à frente dos demais competidores, isso levando em conta as 13 vezes que o prêmio esteve alinhado com o Oscar de Melhor Ator desde 2004.

Para trazer o legado de Freddie Mercury às telonas em “Bohemian Rhapsody”, Malek embarcou em uma pesquisa e verdadeiro treinamento para apender tudo sobre o cantor. Em uma das apoteóticas cenas do longa, é representado o show do Queen no Live Aid, e nela, é possível notar como o ator se preocupou em replicar gestos com a mão, movimentos de cabeça e, até mesmo, detalhes como franzir os lábios. Tudo para criar um espetáculo nostálgico.

Bradley Cooper – “Nasce Uma Estrela”

Uma das figuras que mais deu as caras no Oscar nesta década, Bradley Cooper volta à cerimônia com um filme no qual o próprio, além de protagonizar, também dirigiu. Contudo, embora não tenha sido indicado com Melhor Diretor, não há do que reclamar. Afinal, seu longa arrebatou nove indicações.

Em “Nasce Uma Estrela”, Cooper retrata o roqueiro country Jackson Maine, que enquanto lança uma nova promessa da indústria musical (Lady Gaga), entra em um processo autodestrutivo.

Viggo Mortensen – “Green Book: O Guia”

Em sua terceira indicação ao Oscar por Melhor Ator, sendo as demais por “Promessas Perigosas“, em 2008, e “Capitão Fantástico“, em 2017, Viggo Mortensen mostra mais uma vez que não deve ser lembrado apenas por seu papel na trilogia “O Senhor dos Anéis“, pois vem ano a ano construindo uma carreira interessante e contundente.

Na trama de “Green Book: O Guia”, Mortensen deu vida ao italiano Tony Vallelonga, personagem que embarca em uma turnê no sul dos Estados Unidos como motorista do Dr. Don Shirley (Mahershala Ali), um pianista clássico. Baseado em uma história real, a dificuldade no papel, para Mortensen, era não tornar Tony caricato, ou exagerado. O resultado, pelo contrário, revelou uma certa leveza com temas pesados e um carisma na química entre seu personagem e o de Ali, deixando claro o que é a alma do filme.

Christian Bale – “Vice”

Se em 2011, Christian Bale levou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por sua impecável atuação como Dicky Eklund em “O Vencedor“, agora, ele pode estar próximo de sua primeira vitória em Melhor Ator, pois desde o trailer de “Vice”, já se falava da impressionante transformação física de Bale para dar vida ao ex-vice presidente americano Dick Cheney.

No filme dirigido por Adam McKay, “Vice”, Bale performa um Dick Cheney cansado, de coração fraco e em conflito com seus compromissos morais que o mantém no poder. O segredo para a atuação? De acordo com o próprio ator foi a respiração. Pare ele, manter um chiado e um gemido ajudou a construir tal figura, até porque, um dos apelidos mais famosos do ex-político, acredite, era Darth Vader.

Willem Dafoe – “No Portal da Eternidade”

Com sua quarta indicação ao Oscar, sendo esta a primeira na na categoria de Melhor Ator, Willem Dafoe foi uma das grandes surpresas desta edição.

Em “No Portal da Eternidade”, Dafoe oferece o ponto de vista mais íntimo do mestre da pintura do século 19, Vincent Van Gogh. Para lidar com o papel, o ator mergulhou na vida do artista, lendo suas cartas e até mesmo aprendendo a pintar.

Melhor Atriz Coadjuvante

Amy Adans – “Vice”

Embora seja uma das queridinhas da Academia, Amy Adams ainda não garantiu uma estatueta sequer. Desta vez, ela chega a sua sexta indicação, sendo uma em Melhor Atriz, em 2014, e cinco em Melhor Atriz Coadjuvante. É válido ressaltar isso, porque é notório que uma das coisas que o Oscar mais gosta é compensar um veterano por uma carreira ilustre. Alguém lembra de Leonardo DiCaprio?

Em “Vice”, Adams apresenta um desempenho poderoso como Lenny Cheney, esposa do vice presidente americano. Na trama, ela auxilia o político articulando os passos do marido e se dedicando de corpo e alma à carreira do mesmo.

Emma Stone – “A Favorita”

De volta à cerimônia após receber o Oscar de Melhor Atriz por “La La Land“, em 2017, Emma Stone tem a chance de levar, desta vez, a estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante para casa por seu trabalho em “A Favovita”. Aliás, esta é sua segunda indicação à categoria, dado que em 2015, Stone foi nomeada por “Birdman“, mas assistiu de camarote Patricia Arquette levar a melhor.

Na produção dirigida por Yorgos Lanthimos, “A Favorita”, Stone é a criada Abigail, que entra em uma disputa com a duquesa Sarah Churchill (Rachel Weisz) pela atenção da Rainha Anne (Olivia Colman).

Marina de Tavira – “Roma”

Embora veterana no cinema, na televisão e no teatro mexicano, a indicação de Marina de Tavira ao Oscar foi uma surpresa. Isso porque ela estava praticamente ausente da corrida antes da manhã em que foram divulgadas as nomeações da cerimônia. Caso venha a receber a estatueta, será algo sem precedentes na história da premiação ter um concorrente que não foi indicado ao Globo de Ouro, SAG, ou Critics’ Choice Awards.

No filme dirigido por Alfonso Cuarón, “Roma”, De Tavira vive Sofia, matriarca da família na qual trabalha Cleo, peça central do longa. E mesmo que tenha um arco emocional sutil, a atuação da atriz cresce conforme o longa chega a seu clímax.

Regina King – “Se a Rua Beale Falasse”

Das cinco indicadas, Regina King é a que tem a mão mais próxima da estatueta dourada. Isso porque a mesma recebeu o Globo de Ouro e o Critics’ Choice Awards em Melhor Atriz Coadjuvante. E embora não tenha passado despercebida no SAG Awards, o fato deste último ter sido entregue a Emily Blunt, que não concorre na categoria pelo Oscar, mostram que suas chances não diminuíram.

Em “Se a Rua Beale Falasse”, King interpreta Sharon, uma mãe dedicada e decidida e que tenta libertar o namorado de sua filha após o mesmo ter sido preso injustamente.

Rachel Weisz – “A Favorita”

Para certificar o quão ímpar é o trio principal de “A Favorita”, Rachel Weisz também conseguiu uma nomeação e entra disputa, ao lado de Emma Stone, pela estatueta. Em 2005, a atriz foi congratulada na cerimônia também na categoria Melhor Atriz Coadjuvante, pelo filme “O Jardineiro Fiel“, e agora, ela retorna na tentativa de emplacar seu segundo Oscar.

Em “A Favorita”, Weisz teme perder a afeição e principalmente sua posição privilegiada para com a Rainha Anne após uma criada (Emma Stone) começar a cair nas graças da monarca.

Melhor Ator Coadjuvante

Mahershala Ali – “Green Book: O Guia”

Mahershala Ali conquistou o público nos últimos anos explorando papéis versáteis em seriados, como o lobista Remy em “House of Cards“, ou o traficante Boca de Algodão em “Luke Cage“. Foi também o vencedor da categoria em 2017 por “Moonlight: Sob a Luz do Luar“, consagrando-se como primeiro ator muçulmano a receber estatueta dourada. Dessa vez, ele volta à cerimônia com calibre para encerrar a noite mais uma vez triunfante, pois a campanha de Ali nos demais prêmios que antecedem o Oscar certificam isso. O ator embalou triunfos no Globo de Ouro, SAG Awards e no Critics’ Choice Awards, o que já o coloca à frente dos demais candidatos à consagração como Melhor Ator.

Com “Green Book: O Guia”, Ali apresenta um dos melhores trabalhos de sua carreira. Na pele do Dr. Donald Shirley, um pianista clássico afro-americano que embarca em uma turnê no sul dos Estados Unidos ao lado de Tony Vallelonga (Viggo Mortensen), o personagem apresenta o angustiante drama de não ser totalmente aceito pela comunidade branca, devido à cor de sua pele, assim como, também sofrer rejeição da comunidade negra por não ter costumes que o aproximam de seus semelhantes.

Sam Elliott – “Nasce Uma Estrela”

Ator veterano cuja carreira vem desde o final dos anos 60, Sam Elliott apresenta uma filmografia como poucos em Hollywood, passando por obras como “Dois Homens e Um Destino“, “Marcas do Destino“, “O Grande Lebowski“, e os recentes “O Herói” e a série “O Rancho“. Contudo, apenas agora recebe sua primeira indicação ao Oscar.

No remake de “Nasce Uma Estrela”, Elliott interpreta Bobby, irmão de Jackson Maine (Bradley Cooper). A dinâmica entre os personagens entrega ao espectador cenas emocionalmente poderosas, na qual o personagem de Elliott não necessita de falas.

Adam Driver – “Infiltrado na Klan”

Um dos maiores expoentes do cinema na atualidade, Adam Driver recebeu elogios de peso do diretor Spike Lee. Segundo o cineasta, uma veia característica do ator é sua versatilidade. Para ele, tudo que Driver faz é completamente novo. E de fato, Lee está correto, para isso, basta dar uma olhada no currículo do jovem ator, que passa pela a série da HBO, “Girls”, o vilão da atual trilogia “Star War”s, o filme de assalto “Logan Lucky – Roubo em Família” e o drama religioso de Martin Scorsese, “Silêncio“, entre outros. Agora, Driver desfruta de sua primeira indicação ao Oscar, o que certamente lhe dará aval para trabalhar em produções cada vez mais ousadas.

Na produção dirigida por Spike Lee, “Infiltrado na Klan“, Driver interpretou Flip Zimmerman, um policial branco que participa, ao lado de Ron Stallworth (John David Washington), do árduo e corajoso trabalho de investigar disfarçadamente a Ku Klux Klan. Na trama, o personagem de Driver tem relevância por expor temas relevantes, como mostrar que a organização destilava ódio não apenas aos afro-americanos, como também aos judeus.

Richard E. Grant – “Poderia me Perdoar?”

Outro veterano com décadas na carreira e que arrebatou sua primeira indicação à estatueta dourada é Richard E. Grant. O extenso trabalho do britânico engloba tanto vilões canastrões, como em “Spice World”, a cientistas maquiavélicos, como em “Logan”. Ele também participou de seriados consagrados na terra da Rainha, como “Downton Abbey” e “Doctor Who”.

Em “Poderia Me Perdoar?”, Grant interpreta Jack Hock, amigo íntimo de Lee Israel (Melissa McCarthy), e que entra em seu esquema de falsificação de documentos. Na trama, Grant representa um vagabundo diabolicamente charmoso que cativa o espectador. Além disso, o mesmo também apresenta uma camada complexa e vital no longa, a de um homem gay que teve a vida interrompida em decorrência de AIDS.

Sam Rockwell – “Vice”

Graças a sua performance como George W. Bush, Sam Rockwell volta ao Oscar para disputar a mesma categoria que o consagrou vencedor na última edição, por seu papel em “Três Anúncios Para um Crime”. Contudo, o fato de ser o mais recente premiado o coloca alguns passos atrás dos demais candidatos. Pois dado as estatísticas, é extremamente raro um ator ganhar o Oscar em anos consecutivos. Para se ter uma ideia, o último astro a realizar tal façanha foi Tom Hanks, por suas performances em “Filadélfia” e “Forrest Gump“, respectivamente em 1993 e 1994.

Embora disponha de pouco tempo de tela, o trabalho de Rockwell em “Vice”, no papel de um George W. Bush obscuro e maleável, mostra como o ator consegue roubar a cena. Além disso, fica perceptível o cuidado que o ator teve ao representar os trejeitos e a forma de oratória do ex-presidente americano.

Tendo agora uma dimensão um tanto maior quanto às quatro categorias apresentadas acima, para quem irá sua torcida no próximo domingo 24 de fevereiro? Deixe seu comentário e não deixe de acompanhar os demais textos cobrindo tudo sobre a maior festa do cinema.

Raife Sales
@raife_sales

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