Cinema com Rapadura

Colunas   sexta-feira, 22 de março de 2019

O fim de uma era – Principais teorias sobre Vingadores: Ultimato

Descubra o que pode acontecer no filme mais importante da história do Universo Cinematográfico da Marvel.

Com o lançamento de “Homem de Ferro”, no ainda próximo, e ao mesmo tempo já tão distante ano de 2008, os amantes da sétima arte tiveram o privilégio de presenciar o nascimento de um dos mais ambiciosos projetos da história do mundo do entretenimento: o Universo Cinematográfico da Marvel, também conhecido simplesmente como MCU. Passo a passo, a iniciativa quase que vanguardista do Marvel Studios foi conquistando seu espaço nos corações de fãs ao redor do mundo, até se tornar um verdadeiro fenômeno cultural com a estreia do primeiro “Vingadores” (2012).

Desde então, o público acompanhou ansiosamente cada nova etapa da saga dos Heróis Mais Poderosos da Terra, vibrando com seus feitos heroicos e se divertindo com o bom humor característico dos personagens da Marvel. Entretanto, em “Vingadores: Guerra Infinita” (2018), os heróis que até então sempre haviam conseguido salvar o dia acabaram deixando todos perplexos ao sofrerem uma derrota devastadora nas mãos de Thanos (Josh Brolin), o Titã Louco.

Agora, com a chegada de “Vingadores: Ultimato“, os fãs não apenas irão testemunhar a revanche dos Vingadores com o seu mais temido adversário, como também irão assistir ao desfecho desse grande ciclo que teve início em 2008. Por mais que existam planos para o Universo Cinematográfico da Marvel continuar por muitos e muitos anos, a jornada de muitos personagens queridos dos fãs está se encerrando, de modo que o longa terá a árdua tarefa de dar um final satisfatório para os mesmos e, simultaneamente, preparar o terreno para uma nova geração de heróis que dará continuidade ao legado dos Vingadores originais.

Em meio a todas as incertezas e mistérios que rodeiam a produção do grande épico do Marvel Studios, o Cinema com Rapadura preparou essa lista com algumas das principais teorias sobre o filme, apontando os rumos que o longa pode tomar e o provável destino de certos personagens. Como bem disse Tony Stark (Robert Downey Jr.) no enigmático primeiro teaser do filme, “parte da jornada é o fim“, e chegou o momento de discutir o que pode ocorrer nesse tão aguardado final.

De volta para o passado

Pouco se sabe de concreto a respeito da trama do filme, mas o pouco que foi mostrado até o momento tem levado muitos fãs a acreditarem que os heróis irão utilizar a boa e velha viagem no tempo para reverter o genocídio cósmico perpetrado por Thanos. Essa ideia começou a ser cogitada quando algumas fotos dos bastidores do longa começaram a circular pela internet, antes mesmo de seu antecessor, “Vingadores: Guerra Infinita“, sequer chegar aos cinemas.

Nas imagens, um Tony Stark de cabelo aparentemente loiro ou grisalho surgia em cena ao lado de Scott Lang (Paul Rudd) em meio ao que parecia ser a batalha de Nova Iorque mostrada no final do primeiro “Vingadores”. O visual alternativo de Stark, somado à presença do Homem-Formiga, que sequer participou do primeiro filme da equipe, logo fez com que uma parcela considerável de fãs passasse a acreditar que a dupla, por algum motivo ainda desconhecido na época, acabaria voltando ao passado em algum momento do longa.

Quando “Vingadores: Guerra Infinita” enfim estreou, e o público assistiu à metade da vida de todo o universo perecer por conta das ações de Thanos, os fãs, que já imaginavam que o próximo filme da equipe poderia envolver viagens no tempo, passaram a ter praticamente certeza de que isso iria mesmo ocorrer.

Afinal, voltar ao passado para impedir que o Titã Louco atinja seu objetivo nefasto é uma solução considerada mais do que óbvia na visão de muitos entusiastas de HQs que, durante anos, acompanharam diversas sagas em que o conveniente recurso de viajar no tempo foi utilizado com frequência pelos heróis do Universo Marvel para solucionar diversas situações tidas como impossíveis. Se esse recurso já foi empregado com sucesso tantas vezes no mundo dos quadrinhos, por que haveria de ser diferente nos cinemas?

Como se isso não fosse o bastante, essa teoria acabou conquistando ainda mais adeptos após o lançamento de “Homem-Formiga e a Vespa”. Em uma das cenas pós-créditos do filme, Scott Lang acaba entrando no Reino Quântico, sendo alertado para tomar cuidado com os chamados vórtices temporais. O próprio diretor do longa, Peyton Reed, afirmou em uma entrevista concedida ao The Huffington Post que o Reino Quântico seria “uma prioridade” no futuro do Universo Cinematográfico da Marvel, e não descartou a possibilidade de os vórtices temporais serem utilizados por algum personagem como um meio de viajar no tempo.

Além disso, o trailer mais recente de “Vingadores: Ultimato” mostra os membros da equipe trajando um uniforme muito parecido com aquele utilizado por Hank Pym (Michael Douglas) ao adentrar no Reino Quântico durante os eventos de “Homem-Formiga e a Vespa”, fortalecendo ainda mais os rumores de que os heróis irão usar os vórtices temporais para voltar ao passado.

Por mais que alguns vejam essa teoria com maus olhos, acreditando que viajar no tempo seria uma solução fácil demais para o dilema enfrentado pelos Vingadores, esse recurso poderia acabar sendo uma bela maneira de homenagear a primeira década de existência do MCU, com os personagens revisitando diversos momentos marcantes de suas trajetórias, tornando o filme não apenas um final épico, mas uma verdadeira celebração de tudo aquilo que foi construído pelo Marvel Studios ao longo dos anos.

Uma nova derrota

Embora não revelem muitos detalhes acerca da trama do filme, os trailers de “Vingadores: Ultimato” podem ter deixado escapar uma informação curiosa e que pode acabar se mostrando extremamente importante: o fato de que o longa deve ser dividido em pelo menos dois momentos distintos. Isso fica evidente pelo fato de que a Viúva Negra (Scarlett Johansson), tanto no teaser divulgado no final de 2018 como no último trailer, aparece em alguns momentos com o cabelo loiro e mais curto, do mesmo modo que a personagem foi retratada em “Vingadores: Guerra Infinita“.

Já em outros trechos dos trailers, é mostrado que Natasha Romanoff não apenas voltou a exibir os tons naturais de seu cabelo ruivo, como também fica claro que seu cabelo está mais comprido, o que sugere uma passagem considerável de tempo.

Desse modo, tudo leva a crer que o filme terá ao menos dois grandes momentos: um situado logo após os eventos de “Vingadores: Guerra Infinita“, e outro que se passará alguns meses, ou até mesmo alguns anos após o massacre cometido por Thanos.

À primeira vista, essa constatação pode aparentar não ter muita importância, mas a provável divisão do filme em duas etapas possui uma implicação bastante lógica: os Vingadores serão derrotados por Thanos novamente. Alguns podem até pensar que é loucura sugerir que os heróis irão perder mais uma vez em “Vingadores: Ultimato”, mas ninguém está afirmando que o filme terminará com uma nova vitória de Thanos, e sim que a primeira parte do longa mostrará os Vingadores sendo sobrepujados novamente pelo Titã.

Conforme a primeira cena pós-créditos do recém-lançado “Capitã Marvel” já deixou claro, Carol Danvers (Brie Larson) retornará para a Terra pouco tempo depois de receber o chamado enviado por Nick Fury (Samuel L. Jackson) em “Vingadores: Guerra Infinita“, e é possível que a chegada da personagem acabe renovando os ânimos dos heróis que sobreviveram ao filme anterior, com todos decidindo ir atrás de Thanos para se vingar do vilão.

Entretanto, mesmo com o auxílio da Capitã Marvel, os Vingadores acabariam sofrendo uma nova derrota nas mãos do Titã Louco, que se tornou virtualmente invencível ao juntar todas as Joias do Infinito. E para tornar a situação dos heróis ainda mais delicada, esse confronto desesperado poderia resultar na morte de mais alguns personagens, com uma vítima em potencial sendo a própria Capitã Marvel. Afinal, considerando que boa parte dos fãs enxerga a heroína como o principal reforço dos Vingadores para a aguardada revanche contra Thanos, matar a personagem na primeira parte do filme seria uma maneira deveras eficaz de subverter as expectativas do público.

Os heróis que conseguissem escapar com vida desse confronto acabariam perdendo a esperança de derrotar Thanos, de modo que passariam a tentar seguir em frente e conviver com seu fracasso, dando início ao segundo momento do filme. Após um período considerável, os Vingadores, com o auxílio do Homem-Formiga, descobririam um meio de viajar no tempo, o que renovaria as esperanças da equipe, com o grupo decidindo retornar ao passado para reverter as ações de Thanos.

Professor Hulk

A evolução do pacato Dr. Bruce Banner (Mark Ruffalo) e de seu alter-ego enfurecido certamente é uma das mais peculiares de todo o Universo Cinematográfico da Marvel. No início, tudo o que Banner buscava era um meio de se livrar do monstro incontrolável que habitava o seu interior, chegando ao ponto de até mesmo tentar tirar a própria vida para se ver livre de sua maldição.

Todavia, aos poucos Banner passou a ter mais domínio sobre sua transformação, percebendo que o aparentemente incontrolável Golias Esmeralda poderia ter sua ira e força sobrenaturais direcionadas para fazer o bem. E ao mesmo tempo em que Banner passou a ter mais controle sobre seu alter-ego, o próprio Hulk acabou se tornando uma figura mais humanizada aos olhos do público, deixando de ser um simples monstro irascível para se tornar um ser com personalidade própria.

Essa mudança gradual se tornou ainda mais evidente em “Thor: Ragnarok” (2017), filme em que é revelado que o Incrível Hulk passou anos no planeta Sakaar sem regressar à forma de Bruce Banner. Durante esse período, o personagem que até então, salvo algumas exceções, se comunicava basicamente através de urros e grunhidos raivosos, desenvolveu a habilidade de formular frases completas, expressando-se de um modo que seria completamente inimaginável em suas primeiras aparições. Por outro lado, a personalidade do Hulk, outrora marcada por um incontrolável desejo de destruição, agora se assemelhava em muito à de uma criança.

A complexa relação entre Banner e Hulk ganhou um novo capítulo em “Vingadores: Guerra Infinita“, longa em que o Gigante Esmeralda se recusa a vir à tona durante a maior parte da história após sofrer uma derrota humilhante nas mãos de Thanos logo no início do filme. À princípio, muitos imaginaram que o fato de o Hulk não querer aparecer teria sido motivado pelo medo de acabar precisando encarar o Titã Louco novamente, mas os irmãos Russo, diretores do filme, afirmaram que na realidade o Hulk havia basicamente cansado de salvar a pele de seu alter-ego, sentindo que Banner só queria saber dele quando precisava lutar.

Em “Vingadores: Ultimato”, o publico finalmente poderá acompanhar a conclusão do conflito interno entre Banner e Hulk, e tudo indica que isso acabará resultando no surgimento de uma nova personalidade, bastante conhecida pelos fãs das HQs: o Professor Hulk. Na edição número 377 da revista “The Incredible Hulk“, datada de janeiro de 1991, o roteirista Peter David e o desenhista Dale Keown desenvolveram uma narrativa na qual Bruce Banner, com o auxílio de seu grande amigo e psiquiatra, o Dr. Leonard Samson, finalmente encara de frente seus traumas de infância, com destaque para os abusos que sofreu nas mãos de seu pai e a trágica morte de sua mãe.

Quando Bruce enfim consegue ficar em paz com seu passado, todas as suas personalidades, que na época incluíam o Hulk verde e o Hulk cinza, acabam se fundindo, um evento que cria uma nova personalidade que reúne os principais elementos de todas as anteriores. Esse novo Hulk, que anos mais tarde receberia a alcunha de Professor, vestia roupas e possuía a inteligência de Banner, a astúcia do Hulk cinza e o poder do Hulk verde tradicional, sendo considerado por muitos como a versão definitiva do personagem.

Uma arte conceitual de “Vingadores: Ultimato” que começou a circular pela internet ainda em 2018 já mostrava o Hulk vestindo um uniforme roxo e cinza, e uma recente imagem promocional do filme não apenas confirmou o novo visual do Gigante Esmeralda, como também revelou que as feições do Hulk estão ainda mais semelhantes às de Bruce Banner do que de costume. Tudo isso sugere que as múltiplas personalidades do herói irão se fundir no decorrer do longa para criar o Professor Hulk, o que certamente constituiria um final mais do que perfeito para a jornada do personagem.

Capitã Marvel x Thanos

Tradicionalmente, os Heróis Mais Poderosos da Terra sempre contaram com alguma ajuda especial para conseguir frustrar os planos de Thanos, sendo possível afirmar que o Titã Louco teve dois grandes rivais em suas aparições clássicas nos quadrinhos: o Capitão Marvel e Adam Warlock. Entretanto, ao contrário do que ocorreu nas HQs, os Vingadores dos cinemas não poderão contar com o auxílio desses heróis cósmicos.

Mar-Vell, o Capitão Marvel, teve sua história radicalmente alterada no MCU. O personagem, que foi interpretado por Annette Bening em “Capitã Marvel“, não apenas teve seu gênero modificado, como também nunca chegou a assumir a identidade de Capitão Marvel. Ao invés de ser mostrado como um super-herói, Mar-Vell foi adaptado para os cinemas como uma cientista Kree que acaba sendo assassinada por Yon-Rogg (Jude Law), o que impossibilita qualquer embate entre Mar-Vell e Thanos nas telonas.

Por sua vez, Adam Warlock sequer deu as caras nos filmes do Marvel Studios até o presente momento. O personagem chegou a ser mencionado brevemente em uma das várias cenas pós-créditos de “Guardiões da Galáxia Vol. 2” (2017), com Ayesha (Elizabeth Debicki), a líder dos Soberanos, desenvolvendo um ser artificial batizado de Adam para destruir os Guardiões, mas tudo indica que o personagem só fará sua estreia nos cinemas no vindouro “Guardiões da Galáxia Vol. 3“, fato que inviabilizaria sua participação em “Vingadores: Ultimato”. Além disso, os próprios irmãos Russo já afirmaram que Warlock não irá aparecer no quarto filme dos Vingadores.

Considerando que os adversários mais icônicos de Thanos nos quadrinhos não poderão enfrentar o vilão em “Vingadores: Ultimato”, muitos fãs acreditam que esse papel acabará sendo cumprido por ninguém menos do que Carol Danvers, a Capitã Marvel. Considerada a heroína mais poderosa de todo o Universo Cinematográfico da Marvel, Carol Danvers poderia suprir as ausências de Mar-Vell e Adam Warlock em mais de um sentido.

Assim como Mar-Vell, Carol possui um elevado nível de poder, de modo que ela poderia ser considerada uma adversária à altura de Thanos em um embate puramente físico. Ademais, os anos de experiência da Capitã Marvel na lendária Guerra Kree-Skrull podem acabar levando a personagem a assumir a função de estrategista dos heróis em sua preparação para o derradeiro combate contra o Titã, do mesmo modo que Adam Warlock fez nas HQs durante os eventos da saga “Desafio Infinito“.

E considerando que Desafio Infinito tem sido a principal inspiração para a história de Thanos nos cinemas, não seria nenhuma surpresa se o clímax de “Vingadores: Ultimato” mostrasse a Capitã Marvel se tornando, ainda que em caráter provisório, a nova portadora da Manopla e das Joias do Infinito, assim como ocorreu com Warlock nos quadrinhos.

Nebulosa: A ameaça final

Falando em “Desafio Infinito“, é interessante destacar o fato de que Thanos acaba perdendo o posto de grande antagonista no decorrer da minissérie escrita por Jim Starlin e ilustrada por George Pérez e Ron Lim, cedendo espaço para outra ameaça no final da história: a pirata espacial Nebulosa, neta do Titã. Em um momento de descuido de Thanos, Nebulosa consegue tomar a Manopla do Infinito para si, e aproveita seus recém-adquiridos poderes divinos para se vingar do avô.

A psiquê perturbada de Nebulosa faz com que ela deseje remodelar todo o universo da maneira que melhor lhe convir. Buscando evitar que a própria realidade acabe sendo destruída, os heróis liderados por Adam Warlock formam uma aliança temporária com Thanos para deter Nebulosa, dando início ao confronto derradeiro pela posse da Manopla do Infinito.

A Nebulosa dos cinemas, interpretada por Karen Gillan, possui algumas diferenças significativas em relação a sua contraparte nos quadrinhos, a começar pelo fato de que a personagem é retratada nas telonas como filha adotiva de Thanos, e não como neta do Titã. Todavia, em que pesem as mudanças pontuais no tocante à trajetória e ao grau de parentesco dos personagens, o Universo Cinematográfico da Marvel retrata com fidelidade o principal elemento da relação entre Nebulosa e Thanos nas HQs: o ódio que a pirata espacial sente pelo vilão.

A personagem evoluiu muito desde sua estreia nos cinemas, no primeiro “Guardiões da Galáxia” (2014), deixando de ser uma vilã para se tornar uma espécie de anti-heroína, mas seu ódio incontrolável por Thanos sempre impediu que ela conseguisse concluir sua jornada de redenção. Em “Vingadores: Ultimato”, a Nebulosa atuará ao lado dos Heróis Mais Poderosos da Terra na batalha decisiva contra o Titã Louco, mas nada impede que em algum momento ela acabe tomando posse da Manopla do Infinito e, cedendo aos seus impulsos mais sombrios, decida usar o poder das Joias para reescrever a realidade a seu bel-prazer.

Fazer com que a Nebulosa se torne a principal antagonista da história no final do longa não apenas seria uma grande surpresa para o público, como também deixaria a jornada da personagem ainda mais trágica, mostrando que, apesar de todos os seus esforços, ela não conseguiu se livrar da influência maligna de seu pai. E caso essa teoria se confirme, a ameaça da Nebulosa poderia obrigar os Vingadores a recorrem à Thanos em busca de auxílio, o que certamente seria uma das reviravoltas mais surpreendentes da história do cinema.

O destino do Titã

Desde que Thanos fez uma pequena aparição durante uma das cenas pós-créditos do primeiro “Vingadores“, mostrando que ele era o grande responsável pelos eventos do filme, os fãs esperaram ansiosamente para ver o Titã Louco em ação. Quando esse momento finalmente chegou em “Vingadores: Guerra Infinita“, o personagem não apenas derrotou os Heróis Mais Poderosos da Terra, como também conseguiu concretizar seu plano de utilizar as Joias do Infinito para apagar a existência de metade de todas as criaturas vivas no universo.

Agora que Thanos provou ser uma ameaça à altura dos Vingadores, o público espera ver a queda do Titã, com os heróis encontrando um meio de reverter as ações do vilão e impedi-lo de uma vez por todas. Afinal de contas, um final que mostrasse os Vingadores se reerguendo após sua maior derrota e sobrepujando Thanos em um combate de proporções épicas certamente faria milhões de fãs literalmente vibrarem nos cinemas, concluindo com chave de ouro esse primeiro grande ciclo do Universo Cinematográfico da Marvel.

Entretanto, isso não significa que “Vingadores: Ultimato” precisa ser o final da história de Thanos nas telonas. Embora muitos esperem que o longa seja o encerramento da história de Thanos nos cinemas, o vilão pode acabar sobrevivendo ao seu último confronto com os Vingadores no final do filme, o que permitiria que o personagem retornasse no futuro.

Se a produção seguir um caminho semelhante ao dos quadrinhos, o próprio Thanos pode decidir forjar sua morte, assim como ocorreu no final da saga “Desafio Infinito“. Isso inclusive poderia ser explorado em uma possível cena pós-créditos de “Vingadores: Ultimato”, com o filme terminando com os heróis vitoriosos e acreditando que a ameaça de Thanos chegou ao fim, apenas para a cena pós-créditos revelar que o Titã está vivo e poderá retornar algum dia.

E caso Thanos realmente sobreviva aos eventos do filme, isso possibilitaria que o personagem fosse retratado sob outro prisma no futuro. Nas HQs, Thanos se isola completamente de tudo e de todos após sua derrota em “Desafio Infinito“, deixando sua sede insaciável por poder para trás e tentando viver uma vida simples como um mero fazendeiro. Quando o personagem decidiu voltar à ativa após esse breve período de tranquilidade, não foi para tentar dominar ou destruir o universo novamente, mas sim para salvá-lo.

Thanos trabalhou ao lado da Guarda do Infinito, equipe liderada por Adam Warlock, em diversas oportunidades nos quadrinhos, assumindo um papel de anti-herói e ajudando a proteger o universo de grandes ameaças cósmicas. O personagem eventualmente acabaria retornando aos seus velhos hábitos e reassumindo seu lugar de direito entre os principais vilões da Marvel, mas o período em que o Titã esteve do lado dos mocinhos ainda é lembrado com carinho por muitos leitores, os quais certamente adorariam ver essa ideia sendo levada para as telonas.

A verdade é que Thanos ainda tem muito a oferecer ao MCU, de modo que matá-lo em “Vingadores: Ultimato” seria um verdadeiro desperdício. E considerando o histórico do Marvel Studios de resguardar seu futuro ao fazer contratos longevos com suas principais estrelas, não seria nenhuma surpresa se Josh Brolin, o intérprete do Titã, já tivesse sua participação garantida nesse universo por muitos e muitos anos.

A dança perdida

Muitos acreditam que “Vingadores: Ultimato” marcará a despedida de Steve Rogers (Chris Evans) do Universo Cinematográfico da Marvel, e todos os sinais parecem apontar para um final trágico, porém heroico, para o personagem que não é apenas o líder, mas também o coração dos Vingadores.

Mesmo antes de ser um super-herói, o homem que viria a se tornar o lendário Capitão América já se mostrava disposto a sacrificar sua vida para salvar os outros, conforme mostrado em “Capitão América: O Primeiro Vingador” (2011), longa em que o personagem usou seu próprio corpo para cobrir uma granada e evitar que a explosão atingisse aqueles que estavam ao seu redor.

No final das contas tudo não passou de um dos inúmeros testes para averiguar a coragem dos candidatos do programa super-soldado, desenvolvido pelo Exército Norte-Americano, mas isso em nada diminui a grandeza do gesto de Steve. Foi justamente esse ato que comprovou definitivamente que ele era o candidato ideal para testar o soro do super-soldado criado pelo Dr. Erskine (Stanley Tucci), uma vez que o cientista não estava em busca de um homem dotado de grande força física, e sim de um homem com bom coração.

Ainda em “Capitão América: O Primeiro Vingador“, O Sentinela da Liberdade não hesitou em efetuar o sacrifício supremo para evitar que uma das aeronaves do Caveira Vermelha (Hugo Weaving) destruísse a cidade de Nova Iorque, afundando o veículo no Ártico para evitar a catástrofe iminente. O herói acabou sobrevivendo, mas seu corpo foi congelado, sendo encontrado apenas décadas depois do ocorrido. Quando Steve foi despertado nos dias atuais, ele se viu como um homem fora de seu tempo, e o que é ainda pior: um homem que não pôde viver seu grande amor.

O ato heroico de Steve custou sua vida ao lado da mulher que amava, a agente Peggy Carter (Hayley Atwell), com os dois jamais conseguindo realizar a dança pela qual tanto esperaram. Steve até chegou a seguir em frente, tendo inclusive um breve romance com a sobrinha-neta de Peggy, Sharon Carter (Emily VanCamp), mas é inegável que Peggy foi e sempre será o amor de sua vida.

Dado o já mencionado histórico de Steve, seria perfeitamente plausível que ele sacrificasse sua vida para impedir Thanos em “Vingadores: Ultimato”, e o fato de que muitos acreditam que Chris Evans queira deixar o papel para trás após o filme acaba contribuindo para fomentar os rumores acerca da possível morte do personagem. Todavia, por mais que uma morte heroica possa ser um final digno e plenamente condizente com a trajetória do personagem, é possível que, após tantos sacrifícios, o herói seja agraciado com um mais do que merecido final feliz.

Se a teoria de que o filme vai envolver viagens no tempo acabar se confirmando, nada impede que, após os Vingadores conseguirem derrotar Thanos, Steve seja enviado de volta para os anos 1940 para ter a oportunidade de viver a vida da qual abriu mão. Isso permitiria que ele e Peggy finalmente tivessem sua tão aguardada dança, com o herói encerrando sua trajetória nos cinemas em paz e nos braços de seu grande amor.

O que acaba pesando contra essa teoria é o fato de que a volta de Steve ao passado poderia alterar toda a cronologia do Universo Cinematográfico da Marvel, com o longa precisando apresentar alguma explicação que viabilizasse o retorno do personagem ao seu tempo de origem sem afetar toda história que foi construída até o momento. Entretanto, as mentes por trás do MCU já conseguiram encontrar soluções para problemas muito maiores do que esse ao longo dos anos, de modo que se os irmãos Russo quiserem dar um final feliz à história do Primeiro Vingador, eles certamente encontrarão um modo satisfatório de fazê-lo.

O adeus do Vingador Dourado

É impossível falar sobre o Universo Cinematográfico da Marvel sem mencionar o nome de Tony Stark. O primeiro filme do personagem interpretado por Robert Downey Jr. marcou o início do MCU, e um eventual fracasso do longa poderia ter feito todo o projeto do Marvel Studios cair por terra antes mesmo de sequer começar de verdade. Felizmente, “Homem de Ferro” acabou sendo um sucesso de público e crítica, e o resto é história.

Ao longo dos mais de dez anos de existência do MCU, Stark se consolidou como o grande rosto da franquia, sendo o Vingador favorito de boa parte do público. Além disso, o Homem de Ferro é um dos personagens que mais evoluiu no decorrer do Universo Cinematográfico da Marvel, passando por mudanças significativas a cada novo filme.

O Tony Stark de hoje é uma pessoa muito diferente daquela que fez sua estreia nos cinemas em 2008. É evidente que o personagem ainda retém alguns traços característicos de sua personalidade, mas o homem que levava uma vida de excessos, sem se preocupar com as consequências de seus atos, se foi há muito tempo. Desde que conseguiu escapar da caverna em que foi mantido prisioneiro pelo grupo terrorista Dez Anéis, Tony tem feito jus à promessa que fez ao já falecido Dr. Yinsen (Shaun Toub), o qual pediu à Stark para que não desperdiçasse sua vida.

Após escapar de seu cativeiro, Tony aproveitou sua nova chance não apenas para se tornar um herói, mas também para virar uma pessoa melhor. Se antes ele era um homem que tinha tudo, e ao mesmo tempo não tinha nada, como bem observou Yinsen, agora ele tem uma vida ao lado de Pepper Potts (Gwyneth Paltrow), sua noiva, sonhando inclusive em ter filhos com sua amada.

Ele também construiu um legado do qual pode realmente se orgulhar, servindo de inspiração para toda uma nova geração de heróis, como é o caso do jovem Peter Parker, o Espetacular Homem-Aranha (Tom Holland).

O Vingador Dourado progrediu muito desde seu primeiro filme, mas toda grande jornada chega ao seu final em algum momento, e “Vingadores: Ultimato” pode acabar sendo o último capítulo da história de Tony Stark no Universo Cinematográfico da Marvel. No final da batalha de Nova Iorque exibida em “Vingadores“, ele já demonstrou estar pronto para sacrificar sua vida para salvar o mundo, e é justamente isso que pode acontecer no próximo filme do Marvel Studios.

Em “Vingadores: Guerra Infinita“, o herói testemunhou seu pior pesadelo se materializar diante de seus olhos quando Thanos dizimou metade de todas as criaturas vivas do universo. Tony teve que assistir à vários de seus companheiros perderem a vida em decorrência das ações do Titã, com a perda mais sentida sendo a do já mencionado Peter Parker. Mas o pior de tudo não foi ver seus colegas perecerem, e sim o fato de que ele continuou de pé, sem poder fazer nada para impedir a tragédia, de um modo semelhante à visão apocalíptica que o personagem teve em “Vingadores: Era de Ultron” (2015).

O sacrifício do Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch), que entregou sua Joia do Infinito para Thanos a fim de que o vilão poupasse a vida de Tony, comprova que o Homem de Ferro irá desempenhar um papel decisivo na revanche contra o Titã Louco. É provável que a genialidade de Stark seja fundamental para que os heróis encontrem um meio de utilizar os vórtices temporais do Reino Quântico para retornar ao passado e reverter os acontecimentos de “Vingadores: Guerra Infinita“, mas é possível que o Dr. Stephen Strange tenha salvo Tony por outro motivo.

Muito se tem falado que é possível que o filme termine com algum dos personagens mais poderosos do MCU, como Capitã Marvel, Thor (Chris Hemsworth), e até mesmo o Hulk, utilizando a Manopla do Infinito para desfazer o genocídio cósmico cometido por Thanos. Isso porque já ficou claro que apenas alguém muito poderoso poderia suportar o fardo de usar a Manopla com todas as Joias do Infinito para tentar realizar um feito tão grande como esse, já que o próprio Thanos acabou tendo seu braço gravemente ferido após seu fatídico estalar de dedos. Se um ser-humano comum tentasse fazer algo semelhante, poderia acabar pagando o preço com sua própria vida.

E é justamente isso que pode acabar acontecendo com o Homem de Ferro. Caso os Vingadores consigam obter a Manopla e as Joias, é possível que, por algum motivo, os pesos pesados do Universo Cinematográfico da Marvel estejam incapacitados para utilizar o artefato, e Tony seja forçado a tomar a dura decisão de usar a Manopla antes que ela caia novamente nas mãos de Thanos, mesmo sabendo que isso irá custar sua vida.

Mais do que conferir um final dramático à trama de “Vingadores: Ultimato”, o possível sacrifício de Stark simbolizaria o fim de uma era. Seria a maneira perfeita de indicar que um ciclo se fechou no MCU, com o personagem responsável por iniciar essa franquia se sacrificando para assegurar que um novo capítulo tenha início no Universo Cinematográfico da Marvel. Afinal, toda jornada tem um fim, e todo fim é, inevitavelmente, um novo começo.

E aí, alguma teoria faz sentido? Conhece alguma teoria que ficou de fora? Deixe nos comentários!

“Vingadores: Ultimato” estreia nos cinemas em 25 de abril de 2019.

João Antônio
@rapadura

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