[LISTA] Sete filmes lançados em 2018 que você pode ainda não ter visto
Aproveitando que 2019 acabou de começar, fizemos uma lista com longas lançados em 2018 que podem ter passado fora do seu radar.
2018 pode já ter ficado para trás, mas não significa que todos os filmes que não tiveram grande divulgação merecem cair no esquecimento. Alguns dos lançamentos do último ano, por terem sido exibidos somente em circuito fechado ou que tiveram estreias modestas, ainda podem entrar em seu radar de filmes para assistir em 2019 – especialmente porque certos títulos estão em tempo de concorrer na temporada de premiação deste ano.
Aqui, o Cinema com Rapadura cita sete longas que você pode não ter visto ainda, mas que valem a pena. Dá uma olhada:
O Sacrifício do Cervo Sagrado
Embora este filme tenha sido lançado em território estadunidense em 2017, apenas no início de 2018 que ele chegou ao Brasil. Após o peculiar “O Lagosta” e antes do queridinho ao Oscar de 2019 “A Favorita”, o diretor grego Yorgos Lanthimos lançou “O Sacrifício do Cervo Sagrado” pela produtora A24, que tem colhido os frutos de lançamentos muito elogiados como “A Bruxa” e “Hereditário”. Não diferente destes dois últimos, o filme merece toda atenção pelo clima desconfortável e intenso que evoca, além de pertencer ao panteão de longas do tipo “nem tudo é o que parece”.
O longa acompanha o cardiologista Steven Murphy (Colin Farrell), que é casado com a Anna (Nicole Kidman), com quem tem dois filhos. Após um de seus pacientes falecer na mesa de operação, Steven acaba se aproximando do filho do paciente, e decide integrá-lo a sua família. Porém, quando o jovem deixa de receber a atenção de antigamente, a família do médico passa a pagar o preço.
Leia a crítica aqui.
A Moça do Calendário
A diretora Helena Ignez, um dos ícones do movimento Cinema Marginal, lançou oficialmente seu “A Moça do Calendário” pouco antes das eleições presidenciais, a tempo de refletir sobre a vida idealizada, a realidade que assola a população do país, desejo, ilusão e consciência de classe.
O filme acompanha Inácio (André Guerreiro Lopes), um quarentão comum que trabalha como mecânico de dia e dublê de dançarino à noite. Quando não está trabalhando, ele ocupa a mente se lamentando pela vida que leva e sonhando acordado com a modelo (Djin Sganzerla) que estampa o calendário pendurado na oficina.
Papillon
Outro que teve uma estreia tímida em território brasileiro – talvez também pela demora para finalmente entrar em cartaz mundo afora – o filme foi exibido em festivais pela primeira vez em 2017, mas só chegou ao circuito comercial no ano seguinte, sem fanfarra. Apesar de não se comparar com a adaptação de 1973, protagonizada por Steve McQueen (“Sete Homens e um Destino”) e Dustin Hoffman (“Kung Fu Panda 3”), a versão de 2018 se sustenta com as boas performances de seus protagonistas.
Nesta releitura de “Papillon”, o ex-marinheiro Henri “Papillon” Charrière (Charlie Hunnam) é acusado de assassinato e condenado a cumprir sua pena em uma colônia penal na Ilha do Diabo, tida como impossível de escapar. Lá, ele conhece Louis Dega (Rami Malek), um falsário condenado que concorda em financiar sua fuga em troca de proteção.
Em Chamas
Pré-selecionado para concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2019, o longa coreano “Em Chamas” estreou com uma avalanche de críticas positivas, porém infelizmente fadado a ser exibido somente em circuito fechado, como ocorre com a maioria dos longas que participam desta categoria da Academia. Um dos favoritos ao prêmio este ano, “Em Chamas” é, seja de forma proposital ou não, feito para acompanhar o mistério da história pegando fogo lentamente.
“Em Chamas” conta a história de Jong-su (Yoo Ah-In), um empregado de meio período que se encontra com Haemi (a estreante Jeon Jong-Seo) enquanto faz uma entrega, e a reconhece de quando costumavam morar na mesma vizinhança. Haemi pede a ele que tome conta do seu gato enquanto faz uma viagem à África. Quando ela volta, apresenta a Jong-su o jovem Ben (Steven Yeun), um rapaz misterioso que conheceu durante a expedição. Um dia, Ben visita Jongsu junto com Haemi e confessa um hobby secreto.
Leia a crítica do filme aqui.
Tully
Dez anos após retratar, com muito humor, os dramas de uma gravidez na adolescência em “Juno”, o diretor Jason Reitman e a roteirista Diablo Cody decidem abordar, em “Tully”, a solidão na maternidade, especialmente no período do puerpério (ou seja, logo após o parto, quando o corpo da mulher está voltando ao que era antes da gestação) – um assunto ainda muito ignorado pela sociedade, mas que não é novidade para quem já é mãe. Com o sarcasmo, a comédia e a crítica implícita sempre características do roteiro de Cody, “Tully” merecia ter o mesmo sucesso que “Juno”.
No longa, Charlize Theron interpreta uma mãe que acaba de dar à luz sua terceira filha. Desesperada com a rotina de cuidar de uma recém-nascida, dois filhos mais velhos e um marido que pouco ajuda, ela vê a solução de seus problemas na babá Tully (Mackenzie Davis), que lhe ajuda a por a vida no lugar.
Leia a crítica aqui.
As Boas Maneiras
O cinema nacional comercial ainda se atreve pouco a adentrar o gênero do horror e do suspense. Felizmente, diretores mais novos têm explorado este território, que tem tudo para conquistar o público. Foi o caso de Juliana Rojas (“Sinfonia da Necrópole”) e Marco Dutra (“O Silêncio do Céu”), que fizeram o intrigante “As Boas Maneiras”. O longa chegou a entrar na lista brasileira de produções que poderiam concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, mas foi passado para trás por “O Grande Circo Místico” – o que não tira, de forma alguma, seu mérito.
“As Boas Maneiras” é uma fábula de horror e fantasia que mostra o encontro de duas mulheres de mundos opostos: Clara (Isabél Zuaa) e Ana (Marjorie Estiano). Clara é uma enfermeira da periferia de São Paulo contratada para ser a babá do filho que Ana está esperando. Com o avanço da gravidez, Clara vê Ana mudar drasticamente seu comportamento, e percebe que algo sinistro acompanha o nascimento desta criança.
O Outro Lado do Vento
Enfim, em 2018, o filme “perdido” de Orson Welles, diretor responsável pelo clássico “Cidadão Kane”, viu a luz do dia. Feito em 1970, mas somente finalizado no ano passado, “O Outro Lado do Vento” não poderia vir ao mundo de forma mais moderna: distribuído pela Netflix, com contundentes críticas à Hollywood e espelhando a vida do falecido Welles. O filme pode passar batido pela temporada de premiações, mas vale conferir – ainda mais quando o longa foi distribuído de maneira bem mais acessível do que somente a exibição em circuito fechado, destino que provavelmente teria se fosse lançado anos atrás.
“O Outro Lado do Vento” retrata o consagrado diretor Jake Hannaford (John Huston), que sai de seu autoexílio para concluir seu último filme antes de falecer em um acidente. O filme, no estilo documentário, acompanha a produção desde longa de Hannaford, que passa por problemas que vão desde o abandono repentino do protagonista até cortes de orçamento, e a pressão dos produtores para que a obra seja finalizada.
Leia a crítica do filme aqui.
Tem algum filme que ficou de fora desta lista, mas que merecia a menção? Assistiu a algum destes longas? Deixe sua opinião nos comentários!