Área Q, ficção científica transcendental made in Brasil
Murilo Rosa conversa com o Cinema com Rapadura sobre participação no longa.
Ficção científica não é um dos principais gêneros de destaque do cinema brasileiro, mas parece que os realizadores nacionais pretendem buscar novas formas de experimentações da nossa linguagem. Ano passado, Wagner Moura estrelou o elogiado “O Homem do Futuro”, de Claudio Torres, e para este ano está prevista ficção científica transcendental “Área Q”, de Gerson Sanginitto (“Beyond The Ring”), estrelada pelo americano Isaiah Washington (da série “Grey’s Anatomy”), Murilo Rosa (“Orquestra dos Meninos”) e Tania Khalill (da novela “Fina Estampa”).
Ainda que não seja uma produção totalmente brasileira, dividindo locações e elenco americanos, nosso País está representado de forma significativa na película. Rodado em Los Angeles e no interior do Ceará, mais precisamente nas cidades de Quixeramobim e Quixadá (daí a letra Q do título do filme), o longa é fruto de grande pesquisa sobre abduções, contatos imediatos e sabedoria popular, que promete trazer efeitos visuais eficientes, assinados pelo cineasta cearense Marcio Ramos, premiado pelo curta de animação “Vida Maria”.
Murilo Rosa em “Área Q”
Passando por Fortaleza (CE) para evento de anúncio da distribuidora California Filmes, que lançará a produção no dia 13 de abril nos cinemas nacionais, Murilo Rosa conversou com o Cinema com Rapadura sobre o projeto, demonstrando bastante ansiedade para a estreia. Na trama, ele viverá três personagens. “O primeiro é João Batista, um cara trabalhador do interior que é abduzido; o segundo é o filho dele, 30 anos depois, com algumas mudanças de visual; e o terceiro é um personagem chave para a resolução da história”, contou.
Para Rosa, contracenar com Isaiah Washington foi uma grande experiência. O brasileiro precisou também treinar o inglês para dar conta do recado. “O meu inglês é muito mais ou menos, então eu tive que treinar bastante para fazer bonito em cena”, brincou. Independente do idioma, Rosa contou que o filme passa uma mensagem universal, até mesmo pela necessidade de atingir o público estrangeiro. “‘Área Q’ não é superficial e me surpreendeu pela profundidade. A principal mensagem que ele transmite é que se você for evoluído o bastante, se você for uma pessoa boa, você terá o seu lugar garantido”, definiu o global.
Ainda que este seja o primeiro passo para uma possível carreira internacional, Rosa negou que planeja investir no mercado americano, assim como seu colega Rodrigo Santoro (“300”). Além de ser apegado bastante à família, o ator acredita que o cinema brasileiro passa por uma fase positiva de experimentação e ele prefere contribuir em nosso território. Esse posicionamento não exclui completamente novas participações em filmes estrangeiros. “Ir para fora e me dedicar a isso não é mais um objetivo para mim, mas se aparecer um convite para participar de um filme no Chile, por exemplo, não vejo problema”, enfatizou.
Isaiah Washington em “Área Q”
Além de “Área Q”, Rosa tem outro projeto agendado para esse ano. O drama “Vazio Coração”, de Alberto Araújo, está em processo de montagem e provavelmente estreará no segundo semestre de 2012. Na trama, ele será um cantor famoso que terá problemas para resolver com o pai. Para a preparação do personagem, Rosa cantou cerca de oito músicas, algumas ao vivo para mais de 30 mil pessoas. “Eu sempre tive a voz afinada, então trabalhei nisso. Mas o filme não é um musical, é um drama familiar”, finalizou.
Agora resta esperar para ver se “Área Q” despertará os produtores para um novo gênero no Brasil ou apenas participará do bom momento do cinema transcendental junto ao público. No aguardo da estreia do filme, o que podemos fazer é dar uma olhada no trailer: