Sony Pictures e Sam Raimi: a história por trás do reboot de Homem-Aranha
Por que uma das franquias de super-heróis mais populares e rentáveis teve seu futuro tão bruscamente encerrado?
Três filmes,um Oscar, cerca de dois bilhões e meio em bilheteria e tantos outros bilhões em produtos vendidos. Com esses números em mente, é impossível discordar que a trilogia “Homem-Aranha” é uma das franquias de super-heróis mais rentáveis e populares do cinema. É então que surge a pergunta que vem incomodando os fãs do herói pelo último ano e meio: Por que a Sony Pictures decidiu reiniciá-la?
Para explicar esta complicada história temos que voltar para o ano de 2005, quando a produção de “Homem-Aranha 3” começou. Se você é um dos que acham que este foi o pior dos três filmes, os seguintes acontecimentos podem lhe dar a explicação. Na época, o diretor Sam Raimi já tinha em mente sua escolha para o vilão principal, o Abutre, chegando até a fazer algumas artes conceituais para o seu visual. A Sony reprovou a decisão de Raimi achando que o personagem não era comercial o bastante e “sugeriu” o Venon em seu lugar. Desde que foi escolhido para dirigir os filmes do herói, Raimi sempre afirmou que Venon era o último vilão que usaria, mas a vitória foi da Sony e o resultado vocês já sabem: Tobey Maguire possuído, requebrando no meio da rua (#vergolhaalheia).
Dois anos depois, o estúdio (ávido por mais um ovo de ouro) conseguiu realizar o mais difícil – convencer Sam Raimi, Tobey Maguire e Kirsten Dunst a retornar – e começou os preparativos para “Homem-Aranha 4”, que teve sua data de estreia marcada para 6 de maio de 2011 (dá ou não dá vontade de chorar?).
Sam Raimi e Tobey Maguire nas filmagens de “Homem-Aranha 2”.
Apesar disso, o diretor voltou a tocar naquela velha tecla e dessa vez insistiu que o Abutre fosse o vilão principal do filme. Raimi estava tão decidido que escolheu John Malkovich para interpretar o personagem. Daí para frente foi declarada uma guerra que já ameaçava começar devido à constante presença dos executivos da Sony no processo criativo do filme. A produção foi adiada e a estreia seria empurrada até que uma decisão fosse tomada, e foi, mas com certeza não a que todos esperavam. A Sony Pictures dispensou Raimi, Maguire e Dunst e decidiu reiniciar a história do Homem-Aranha nos cinemas.
Agora, para compensar os fãs mais insatisfeitos com a primeira trilogia e trazer um certo frescor à história, alguns elementos clássicos das HQ’s serão inseridos na trama, como o disparador de teias em vez das teias orgânicas e Gwen Stacy como o primeiro amor de Peter Parker no lugar de Mary Jane. Além disso, a produção está utilizando câmeras 3D de última geração e muitas das cenas de ação estão sendo filmadas com dublês em vez de computação gráfica, para trazer mais realismo. Cerca de metade das gravações estão concluídas, duas continuações estão garantidas e a primeira prévia da nova versão deve ser lançada neste ano durante a Comic Con.
Para muitos fãs, o sentimento quanto ao futuro do “Homem-Aranha” nos cinemas deve ser o de insegurança e dúvida, mas pelo menos uma coisa é garantida, não ficaremos sem o herói nas telonas por um bom tempo. Agora só nos resta rezar pelo melhor e esperar. Fazer o quê?