Cinema com Rapadura

Colunas   segunda-feira, 12 de julho de 2010

Polêmica Twilight: por que virou moda falar mal da franquia?

As opiniões divergem. Público e crítica não chegam a um consenso sobre a saga "Crepúsculo", que continua gerando polêmica.

Antes que algum fanático reclame, a coluna dessa semana não é para falar mal da saga “Crepúsculo”, que tanto arranca suspiros nos livros e nas telonas. Até porque eu sequer tive interesse de ler os livros de Stephenie Meyer. Assisti aos dois primeiros filmes, que são lamentáveis (e esta é uma opinião, como tem várias outras que adoraram os longas), e ainda não conferi “Eclipse” por completa falta de tempo.

Falar sobre uma saga que movimenta, para o bem ou para o mal, a indústria cinematográfica foi uma opção para a coluna após analisar com muito cuidado os comentários dos leitores nas críticas de “Eclipse”, repetindo a ira e a revolta dos mesmos comentários que o Cinema com Rapadura teve nos textos de “Crepúsculo” e “Lua Nova”. A maior parte dos fãs é juvenil e, talvez pela ingenuidade, defende de maneiras às vezes bizarras a saga que tanto amam. Não repreendo que os leitores defendam o que gostam, mas é preciso saber se posicionar em qualquer que seja o argumento, positivo ou negativo.

Tais comentários, muitas vezes inocentes, escritos errados e pouco incisivos, acabam reiterando a ideia ordinária que se tem sobre os fãs da saga “Crepúsculo”. Nem todos os fãs são assim, apenas os fanáticos. E talvez esses fanáticos que acessam o CCR para ler uma opinião negativa sobre um filme que gostam talvez nem tenham o hábito de visitar o portal ou mesmo a intenção de voltar a nos visitar, querendo apenas ir contra a opinião imparcial de um crítico que aqui expõe suas ideias e argumentos de forma adequada.

O espaço no CCR é de livre expressão. Aqui temos pessoas habilitadas para falar sobre o que assistem, sem interferência de estúdios, produtoras ou realizadores. Algumas vezes, nossos críticos discordam entre si sobre uma determinada obra e isso é maravilhoso, justamente por mostrar que é possível gostar e odiar um filme, e que isso depende simplesmente de uma bagagem pessoal sobre cinema, sua linguagem, estética ou mesmo da simpatia por uma obra. Não é que o CCR esteja certo quando publica uma crítica positiva ou negativa, apenas dá uma alternativa para o leitor pensar um pouco mais sobre o que foi visto.

Então é essa a função do crítico: ter argumentos necessários e embasados para defender um ponto de vista. A fúria dos Twilighters é quase incontrolável e, do nosso lado, é respeitada, ainda que isso não seja recíproco. O Cinema é feito, principalmente, pelo público, que está ali para analisar ou simplesmente se divertir com a obra. É por isso que comédias românticas bobas são inacabáveis, rendendo milhões de dólares independente de sua qualidade como filme.

Todo mundo tem direito de gostar do que quiser, e é para isso que existem as opiniões. Quando estas se divergem, o leitor deve aproveitar a diferença de tais posicionamentos para negar, complementar ou gerar um senso crítico maior. O respeito por essas opiniões devem imperar. Não é com ofensa que se alimenta essa polêmica gerada pela franquia e sim, como todo filme, com a troca de achismos e argumentos.

Mas Cinema é feito também por quem avalia os pormenores qualitativos da obra. Então nesse jogo de gostos, que varia sempre, não adianta apontar o que é certo e errado. Ou a gente gosta, ou não gosta, e o mínimo que devemos fazer é aceitar a opinião alheia, ainda que não concordemos com ela. Ainda virão dois filmes de “Amanhecer”, fim da saga de Shephenie Meyer, e espero que até lá as coisas possam mudar.

+ MAIS

 

[Mostra] As inscrições para a 3ª Mostra Outros Cinemas foram adiadas para o dia 23 de julho. Os interessados poderão enviar até 2 (dois) filmes e/ou vídeos, de curta e média metragem, de acordo com sua duração (curta metragem – até 23 minutos; média metragem – 16 a 55 minutos), sobre qualquer tema e que não tenha participado de edições anteriores da Mostra. Podem ser inscritas produções de todo o País, realizadas na bitola 35 mm ou vídeos no sistema NTSC, em qualquer formato de captação, exigindo-se, no ato da inscrição, o encaminhamento da cópia em mídia digital DVD-R, individual e identificado com nome do filme e do seu diretor. Detalhes aqui.

[Festival] Filmes assinados pelos grandes nomes do cinema latino-americano, como Fernando Meirelles, Juan José Campanella, Walter Salles, Fabián Bielinsky, Lucrecia Martel, Alfonso Cuarón, Pablo Trapero, Andrés Wood e Adrián Biniez, além do uruguaio Pablo Stoll e dos argentinos Daniel Burman e Marcelo Piñeyro, estarão no 5º  Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo.  O evento exibe, de 12 a 18 de julho, 137 filmes, representando 15 países latino-americanos. As projeções têm entrada franca em seis salas paulistanas: Memorial da América Latina (duas ), Cinesesc, Sala Cinemateca, Museu da Imagem e do Som e Cinusp “Paulo Emílio”. O evento tem como objetivo divulgar e discutir a singularidade estética da cinematografia recente e histórica da América Latina.

[Exibição] A CAIXA Cultural do Rio de Janeiro apresenta ao público entre os dias 13 e 25 de julho, de terça-feira a domingo, o projeto “Adaptação: a Literatura no Cinema”, que mostra como livros e filmes, apesar de suas diferenças, sempre percorreram caminhos paralelos e, muitas vezes, ao se cruzarem, resultaram em verdadeiras obras-primas.    Ao longo da mostra estão previstas, após as projeções, palestras de escritores, como Fernando Bonassi e João Gilberto Noll, e de diretores,  como Suzana Amaral, Murilo Salles  e Guel Arraes, que contarão ao público sobre o processo de criação e transposição do texto para as telas.  A programação completa está disponível  no site.

– RÁPIDAS

[Vai longe] O projeto de longa-metragem mineiro “O Menino no Espelho” é o escolhido para representar o Brasil no Fórum de Financiamento do BUFF Festival, na Suécia, como vencedor do 3º Pitching realizado na 9ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, encerrada no domingo, dia 4 de julho. Público e júri elegeram os melhores filmes da Mostra Competitiva, numa disputa que envolveu 73 curtas-metragens de 14 estados.

 

[Curso] Estão abertas até 15 de julho as inscrições para o Workshop de férias “Cinematografia Digital Data 2K/4K/HD”, a ser ministrado pelos professores José Augusto De Blasiis-ABC , Guilherme Bravo e Bruno Ravagnoli. As aulas acontecem de 19 a 24 de julho no Campus Centro da Universidade Anhembi Morumbi. Inscrições e informações pelo pelo telefone (11) 2959.6245.

[Universitário 1] A cineasta cearense Bárbara Cariry e seu curta-metragem “Verão” foram selecionados para a Mostra Competitiva Nacional do 15º Festival Brasileiro de Cinema Universitário. O curta foi produto de disciplina do curso Audiovisual e Novas Mídias, da Universidade de Fortaleza (Unifor). Outro curta cearense selecionado para o festival foi “Matryoshka”, de Salomão Santana, também produto do mesmo curso de graduação.

[Universitário 2] O festival ainda exibirá “Cidade Desaterro”, de Gláucia Soares, representante da Especialização em Audiovisual e Meios Eletrônicos, da Universidade Federal do Ceará (UFC).

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Sugestões de Pauta: [email protected]

Diego Benevides
@DiegoBenevides

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