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Colunas   segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Como Halo pode virar filme? Entenda a história do jogo!

A série de jogos produzida pela Microsoft passa por uma indecisão na indústria: merece ser adaptada ou não? É possível fazer algo fiel?

Quando a Microsoft (MS) entrou para o mercado de games, diziam que seria um cavalo paraguaio. Sem muita experiência, foi só questão de tempo para conquistar os gamers do mundo. Juntou parte da tecnologia em que ela é especialista (computadores) e trouxe membros de outras empresas especialistas em games. Este foi o casamento perfeito. O primeiro Xbox, lançado pela MS em 2001, teve uma vida útil de 5 anos, e serviu como base para criação de clássicos da empresa e preparou o terreno para a dominação do mercado do gamer hardcore que viria a partir de 2007: Xbox 360, derrubando um rival de peso que é a Sony e seu Playstation 3. Integrando de forma perfeita a plataforma online (Xbox Live), o console virou o xodó das produtoras de games para um público acima de 17 anos.

No primeiro videogame da MS, a empresa produziu “Halo: Combat Evolved” e “Halo 2”. Jogos que representam o que seria a maior safra do seu console atual: tiro em primeira pessoa. Trazia uma história futurista, armas pesadas, uma raça de alienígenas como inimigo e um protagonista de grande imponência: Master Chief, um supersoldado com uma armadura de batalha perfeita para aumento de performance. Tudo parecia mais do mesmo, já que jogos com boas idéias e execuções eficientes tem aos montes em vários consoles. Até que em 2007 foi lançado “Halo 3” para Xbox 360.

Situando-se na história, em um futuro distante, em meados de 2500, os humanos já habitam vários outros planetas, separados em colônias internas e externas. Todos unidos sob um governo terrestre. Viagens na velocidade da luz são comuns e todos esses planetas são anos-luz de distância uns dos outros. Nenhum contato com uma raça desconhecida foi estabelecido. Em meio a esse futuro, a UNSC, a força armada humana, começou a desenvolver um programa que visava controlar todas as colônias, que estavam embarcando em uma onda de rebeliões contra o controle terrestre.

Desenvolvido pelo Dr. Halsey, o projeto chamava-se SPARTAN II,  e visava selecionar as mais fortes e inteligentes crianças do universo (geneticamente perfeitas), que possuíssem aproximadamente 6 anos de idade com o fim de participar de um treinamento de supersoldado. Foram selecionadas 65 crianças, entre elas o Spartan 117, cujo verdadeiro nome é John. Seria ele o mais poderoso e temido dos Spartans (futuramente conhecido como Master Chief). Poucas crianças sobreviveram ao árduo treinamento. John continuava firma e forte mesmo após as alterações físicas que foram submetidas: armadura óssea, implante de hormônios, aumento da percepção visual e aperfeiçoamento das terminações nervosas.

Cerca de 10 Spartans sobreviveram a todo treinamento, até que surge a notícia que a colônia Harvest foi alvejada por um objeto não identificado com laser muitos superiores aos da raça humana. Fragmentos de transmissões inimigas foram interceptados, nisso foi identificado que eles se chamam Os Covenant. Entretanto, antes de atacar, a nave alien lançou a seguinte mensagem nos receptores: “Sua destruição é a vontade dos deuses… e nós somos seu instrumento.” Na conquista de um planeta, os Covenant bombardeiam a superfície com seus canhões de plasma, até que tudo estivesse congelado, inabitado e reflexivo.

Os Covenant possuem um grande desafeto com a raça humana, pois acreditam que seus deuses querem essa raça totalmente eliminada. Esses são os mesmo deuses que, segundo os Covenant, criaram as instalações Halo e o objeto sagrado do qual foram procurar na colônia Reach, e futuramente, na Terra.

Assim que os Covenant invadiram Reach e congelaram a maior parte do planeta, eles desceram na superfície começaram a cavar o solo, pois acreditavam que seus deuses (os Forerruners) haviam enterrado o cristal de rubi em algum lugar daquele planeta. Master Chief, acompanhado por Cortana, Capitão Keyes e centenas de outros soldados, embarcaram abordo da Pillar os Autumn (nave da UNSC) e fizeram o salto no espaço (o salto no espaço é uma medida de segurança, para que nenhum inimigo consiga qualquer informação a respeito de outras colônias, ou, até mesmo, da própria Terra). A partir daí, começa toda a história do embate entre os humanos e os aliens.

A história envolve muito mais detalhes (você pode conhecer muito mais no site criado pelo portal Xbox, contendo a história de toda a saga), mas tudo acabou tornando-se mais cinematográfico a partir de Halo 3. As esperanças da humanidade são poucas e este é o embate final. Todo esse cenário apocalíptico seria um excelente pano de fundo para um filme (ou até uma trilogia cinematográfica).

Não precisa ir longe para identificar semelhanças da história com a do filme “Tropas Estelares”, de 1997. Este filme, que é uma adaptação do homônimo escrito por Robert A. Heinlein em 1959, teve um orçamento de US$105 milhões e foi um fracasso de público. Apesar disso, ele tem suas qualidades. Os efeitos especiais são bem avançados para a época e o humor negro da narrativa são características que valem a pena serem ressaltadas. No filme “Aliens”, de 1986, os atores que faziam os fuzileiros tiveram por exigência ler o livro para terem poderem aparentar uma experiência mais real. “Tropas Estelares” virou jogo, mas nada que valha a pena ser comentado. Porém, ele é reconhecido por ter influenciado uma leva de jogos como os da série Command & Conquer. Não podemos esquecer de Starcraft e o próprio Halo. O Master Chief é considerado uma copia exata do Coronel Rico (no livro).

Influência ou não, Halo 3 conseguiu transformar uma série de jogos em primeira pessoa um clássico. Seus números não mentem. Foi traduzido para 17 idiomas diferentes, incluindo o português do Brasil (com direito a uma dublagem espetacular). Foi um lançamento tão grandioso quanto a própria campanha publicitária, estipulada em US$10 milhões. Halo 3 faturou US$300 milhões em sua primeira semana, sendo US$170 milhões em 24 horas. Mais de um milhão de pessoas jogaram no Xbox Live nas primeiras vinte horas. Em 3 de janeiro de 2008, o Halo 3 já havia vendido 8,1 milhões de cópias. Em março de 2009 mais de 1 bilhão de partidas online foram jogadas. Impressionado? Sim, é MUITO impressionante. Não só isso, mas temas para computadores (celulares, videogames), suvenires, sequências (Halo Wars – game de estratégia – e Halo 3: OSDT – se passando entre os eventos de Halo 2 e Halo 3).

O filme estava confirmado. Peter Jackson (que comandou a trilogia “O Senhor dos Anéis”) estava produzindo, mas devido a desavenças com as distribuidoras (Universal e pela Fox, co-financiadoras do projeto), ele e o diretor estreante Neill Blomkamp seguiram em frente até chegarem ao argumento final de “Distrito 9“, que foi um mega sucesso de público e crítica. A Microsoft e a Wignut querem um filme, mas precisam de financiamento. Menos de US$200 milhões é impossível de produzir algo descente e fiel ao jogo.

A série Halo tem(fez) história, tem público, tem a Microsoft por traz e tem um caminhão de possibilidades. É possível repetir o sucesso dos games nos cinemas? É possível, mas nem “Terror em Silent Hill”, que é o filme mais fiel ao jogo já feito, não conseguiu um retorno bom. É diferente, por ser de terror, mas ainda assim deixa uma pulga atrás da orelha. Um filme sobre Halo seria um mix de “Transformers”, “Tropas Estelares” e “Homem de Ferro”.

Você gostaria de ver um filme sobre Halo? É possível?

Jurandir Filho
@jurandirfilho

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