Moda: Os indicados ao Oscar de melhor figurino em 2014
Conheça um pouco mais sobre os figurinos que disputam o Oscar 2014.
O Oscar 2014 já está chegando e nada melhor do que aproveitar a expectativa para explorar um pouco o universo dos filmes indicados ao prêmio de melhor figurino. Alguns não sabem a real importância dos figurinos para o cinema. Mas a sétima arte vai muito além de uma simples narrativa. Somos envolvidos , quase sempre, por costumes, comportamentos, fatos históricos, lições de vida, etc. Dessa maneira, a roupa se encaixa como parte da estrutura, acompanhando o roteiro de mãos dadas e nos fazendo visualizar melhor todo o contexto do filme.
Este ano, encontramos grandes concorrentes, ou seja, parece que a disputa vai ser acirrada! Quer escolher o seu favorito? Então vamos aos indicados:
“Trapaça”, de David O. Russell:
Quem assina o figurino do longa é Michael Wilkinson, figurinha carimbada em Hollywood, também conhecido por “O Homem de Aço”, “A Saga Crepúsculo: Amanhecer”, “Tron: O Legado” e “300”. É sua primeira indicação ao Oscar e merecida, pois apesar de muito explorada no cinema, a década de 70 (época na qual a história se passa) possui um visual bastante característico que envolve esforço para não cair no óbvio. Wilkinson realiza um trabalho primoroso em parceria com grandes marcas que fizeram muito sucesso na época: Halston, Fiorucci, Gucci e Diane von Furstenberg. Os decotes profundos, os tecidos brilhosos, modelagens coladas ao corpo e muito glamour caracterizam o guarda-roupa feminino. Para os homens, o figurino traça uma linha tênue entre o brega e o casual, trabalhando blazers e paletós com caimento perfeito e misturas de texturas e tecidos. Conseguimos ver de maneira característica e original o fim do período por meio do olhar de Wilkinson.
O filme conta a história de Irving Rosenfeld (Christian Bale), um grande golpista que trabalha junto com sua amante Sydney Prosser (Amy Adams). Porém, os dois se veem forçados a colaborar com o agente do FBI Richie DiMase (Bradley Cooper) na operação Abscam, montada pelo órgão em 1978 para flagrar más condutas de congressistas dos EUA. Ao mesmo tempo, o trio se envolve na política do país, por meio de uma relação com o candidato Carmine Polito (Jeremy Renner). Os planos parecem dar certo, até a esposa de Irving, Rosalyn (Jennifer Lawrence), aparecer e mudar as regras do jogo.
“É sobre os personagens fazerem tudo o que eles podem para sobreviver”, afirma Wilkinson. “Isso inclui eles se reinventarem constantemente, se vestindo como as pessoas que eles aspiram ser. Nós temos demografias muito diferentes no enredo. Temos os poderosos de Manhattan. Temos Long Island e New Jersey. As roupas são muito importantes para contar a história”, completa.
“O Grande Gatsby”, de Baz Luhrmann:
Um dos filmes mais comentados do ano passado entra na disputa com a conhecida Catherine Martin. Ela já recebeu seis indicações ao Oscar, contando com esta, sendo consagrada por seu trabalho incrível em “Moulin Rouge – Amor em Vermelho”. Miuccia Prada também colaborou com o figurino, e lançou na Prada uma coleção que comercializava roupas e acessórios inspirados nas peças do filme. Embalados pela estética tão forte e característica dos anos 20, vemos a silhueta tubular, os decotes nas costas, os tornozelos de fora, muita seda, acessórios de cabeça como tiaras e chapéus, pérolas e penas, franjas e bocas vermelhas rechearem os salões em “O Grande Gatsby”. Elegância e opulência foram extremamente bem trabalhados por Martin, relembrando uma época que fervia ao som das jazz-bands e acabaria culminando na Grande Depressão.
O filme conta a história de Nick Carraway (Tobey Maguire), um alcoólatra em recuperação que é incentivado por um médico a narrar sua história. Sua chegada à Nova York, no início da década de 20, e seu trabalho como corretor da bolsa fazem com que ele se mude para um pequeno chalé situado ao lado de uma imponente mansão. A partir daí, ele desenvolve uma espécie de fascínio pelo estilo de vida de seu vizinho, o misterioso Jay Gatsby (Leonardo DiCaprio). Após ser convidado pelo milionário para uma festa incrível, o relacionamento de ambos torna-se uma forte amizade. Quando Nick descobre que seu amigo tem uma antiga paixão por sua prima Daisy Buchanan (Carey Mulligan), ele resolve reaproximar os dois, esquecendo o fato de ela ser casada com seu velho amigo dos tempos de faculdade, o também endinheirado Tom Buchanan (Joel Edgerton). Recheado de conflito, obsessão e tragédia, o filme segue em uma narrativa limpa e interessante.
“12 Anos de Escravidão”, de Steve McQueen:
Patricia Norris está por trás do figurino de época desse grande filme. É sua sexta indicação ao Oscar, trazendo seu nome aos holofotes novamente, já que a última vez que concorreu foi em 1989. Um dos seus figurinos mais conhecidos para o cinema é “Victor ou Victoria”, de 1982. Dessa vez, ela nos leva para 1841, traçando um caminho dualista entre as vestimentas dos escravos e dos senhores de terras, características da época. Vemos abundância do algodão e do linho tanto em trajes mais simples quanto nos de alfaiataria. As cartolas tem forte presença na indumentária masculina, enquanto os vestidos longos com mangas curtas ou 3\4 na indumentária feminina.
O filme é baseado na inacreditável verdadeira história de um homem que luta por sobrevivência e liberdade. Na época pré-Guerra Civil dos Estados Unidos, Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), um homem negro livre do norte de Nova York, é sequestrado e vendido como escravo. Diante da crueldade de um dono de escravos desumano, interpretado por Michael Fassbender, e de gentilezas inesperadas, Solomon luta não só para se manter vivo, mas também para manter sua dignidade. No décimo segundo ano de sua odisseia inesquecível, Solomon encontra casualmente com um abolicionista canadense (Brad Pitt), que muda sua vida para sempre.
“The Invisible Woman”, de Ralph Fiennes:
Michael O’Connor assina o figurino do longa. Especialista em figurinos de época, ele já trabalhou em filmes como “O Último Rei da Escócia”, “Jane Eyre” e “A Duquesa”, vencendo a estatueta por esse último. Dessa vez, a história se passa por volta do ano de 1840, século XIX, no qual encontramos várias referências ao estilo romântico. Vemos muitos decotes em canoa, caídos nos ombros, maquiagem natural, cintura marcada com o uso de corpetes, sobrevestes, chapéu boneca e mangas bufantes nas roupas femininas. Os homens abusavam das cartolas e das barbas, em trajes mais justos e botas de cano alto.
O filme nos conta a história do escritor Charles Dickens (Ralph Fiennes) quando conhece uma jovem atriz chamada Nelly Ternan (Felicity Jones), que assume o papel de sua amante até seu falecimento em 1870.
“O Grande Mestre”, de Wong Kar Wai:
Este talvez seja o único figurino que não é tão fiel à época em que se passa a história. William Chang Suk-Ping é um grande nome, mas pecou um pouco ao trabalhar roupas e acessórios bem característicos dos anos 20 em uma trama que começa nos anos 30 até os anos 50. Contudo, os trajes orientais são riquíssimos e extremamente elegantes. O figurinista também trabalhou em “Amor à Flor da Pele”, com vestidos chineses (qipao) que arrancaram suspiros! Também é conhecido por “Amores Expressos” e “Um Beijo Roubado”. Esta é sua primeira indicação ao Oscar.
Este drama de ação mostra a história de um dos maiores mestres em artes marciais da história, Ip Man (Tony Leung), um lendário mestre de artes marciais. Perturbado pela invasão japonesa, o país vive um período conturbado que vai corresponder a uma espécie de “idade de ouro” das artes marciais chinesas e transformar Ip Man em um mestre venerado. Entre os seus alunos encontramos o famoso ator e realizador Bruce Lee, que fez do Wing Chun uma arte marcial famosa em todo o mundo.
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciará os vencedores neste domingo (2).