No início dos anos 2000, a cultura tunning, que consiste em modificar ou customizar carros por meio de acessórios decorativos ou de performance, tornou-se um grande fenômeno mundial, elevando a paixão pelos carros a níveis altíssimos. Dois importantes produtos na mídia foram cruciais para a popularização dos “carros baixos com rodas grandes”: o longa “Velozes e Furiosos” (2001), que adquiriu o posto de destaque da Universal Studios com cinco sequências e uma sexta em produção, e a famosa franquia de jogos de corrida “Need for Speed”.

Dando a partida na esquecida plataforma do 3DO em 1994, já se vão 20 anos e muitos quilômetros rodados desde o primeiro game que deu início a uma das mais amadas séries do gênero de automobilismo, rivalizando hoje com “Gran Turismo” e “Forza”. Já em sua primeira entrada, denominada “Road & Track presents: The Need for Speed”, se estabelecia uma identidade com a presença de marcas expoentes como a Lamborghini, a Dodge e Ferrari; do tráfego e da polícia que geravam frustração em qualquer jogador com desastrosas colisões.

Focada em corridas em diferentes cenários e países, a chamada geração clássica, que durou até 2002 com “Need for Speed: Hot Pursuit”, deu o pontapé inicial para a consolidação da marca no mercado, mas foi em 2003 que o mundo realmente pisou no acelerador, com a chegada de “Need for Speed: Underground” às prateleiras.

Cria direta de “Velozes e Furiosos”, Underground apresentava todos os elementos que fizeram o público vibrar nas salas de cinema com Dominic Toretto (Vin Diesel) e companhia: o mundo da customização de carros e das corridas ilegais, os chamados “rachas”. Ao som de uma fantástica trilha sonora que enfatizava o hip-hop (quem não se lembra de “Get Low”, do rapper Lil Jon, tocando na tela inicial?) e o rock, os veículos disputavam circuitos em plena cidade grande e iam até os limites da velocidade e da perícia em grandes retas, os famosos drags, ou com derrapagens desafiadoras nos drifs.

Ocorre, então, um dos casos em que o produto derivado, no caso do jogo, colabora para reforçar sua principal influência de se tornando juntos uma verdadeira febre mundial, já que o game parecia complementar a experiência do filme do diretor Rob Cohen, dando ao espectador e jogador a possibilidade de experimentar a adrenalina das situações vistas no cinema.

Em 2014, entretanto, a franquia “Need for Speed” busca alçar novos voos, e desta vez por contra própria em uma adaptação para os cinemas, carregando seu nome no título do longa. Dirigido por Scott Waugh (do interessante “Ato de Coragem”, 2012) e produzido pela Dreamworks, os trailers já demonstram que os fãs de ação terão um prato cheio, com perseguições de tirar o fôlego, explosões, carros turbinados e até uma manobra envolvendo um helicóptero!

Contando com Aaron Paul (o Jesse de “Breaking Bad”) no papel principal e com reforços como Dominic Cooper (Howard Stark, de “Capitão América: O Primeiro Vingador”) e Michael Keaton, que interpreta um organizador dos circuitos de racha, desenrola-se a trama clássica de vingança em que Tobey (Paul), dono de uma oficina de tunning, é preso após a morte de um amigo em uma corrida. Já em liberdade, ele busca confrontar as pessoas que causaram sua prisão. Apesar da premissa simples, podemos esperar boas atuações de um elenco equilibrado e um tanque cheio de adrenalina e regado de bons efeitos especiais, dublês e manobras arriscadas.

Será que teremos um concorrente direto para “Velozes e Furiosos” ou “Need for Speed” não engata e fica no ponto morto?

Obs.: A empresa automobilística Ford desenvolveu um modelo único de Mustang exclusivamente para o filme, a ser utilizado pelo protagonista. Veja (e babe com) a foto abaixo: