Aprendemos desde sempre que “a vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena”. Mas quando somos só espectadores das telonas e telinhas, de vez em quando dá aquela animada ver alguém indo até as últimas consequências para saciar um desejo de vingança, não é?

Aproveitando o lançamento de “Na Mira do Perigo” pelo selo Première Telecine, no streaming e no Telecine Premium, além do sinal aberto dos seis canais do Telecine para os assinantes de todas as operadoras até 4 de julho, decidimos trazer dez outros exemplares do gênero para deixar você entusiasmado!

John Wick – De Volta Ao Jogo (2014)

Se podemos elencar uma lista de mandamentos do cinema de ação moderno, precisamos incluir “não mexerás com o doguinho do John Wick em hipótese alguma” nas tábuas. A história do assassino profissional aposentado que é forçado a voltar à ativa em busca de vingança é algo bastante comum no gênero. Mas definir que a motivação para 90 minutos de pura porradaria consiste em “levaram meu carro e mataram meu cachorro” é de uma simplicidade deliciosa de assistir.

“De Volta ao Jogo” foi um filme tão menosprezado na época do seu lançamento que sequer foi incluído o nome do personagem principal no título brasileiro — mudança realizada só depois da franquia atingir outros patamares. Felizmente para nós, fãs de uma boa vingança, o longa não só foi um sucesso inquestionável, como também abriu as portas para um novo estilo de filme de ação, com técnicas e coreografias muito mais apuradas e protagonistas que sofrem de verdade para atingir os seus objetivos. Cuidado com o Baba Yaga!

Busca Implacável (2008)

Se atualmente John Wick é o grande bastião do desejo de vingança sendo realizado, é porque anos antes mexeram com a família do cara errado. E esse cara era ninguém menos que Liam Neeson fazendo um filme de ação. O resultado deu tão certo que hoje o ator é figurinha comum em muitos outros trabalhos em que ação e vingança se encontram, como nas duas continuações de “Busca Implacável”, ou ainda nos mais recentes “Vingança a Sangue Frio” e “Na Mira do Perigo”.

Na história que acabou originando tudo isso, o agente Bryan Mills (Neeson) passa a realizar trabalhos mais leves para poder passar mais tempo com a sua filha, Kim. Quando a garota é sequestrada em Paris junto com uma amiga (mais um mandamento quebrado), ele vai utilizar seu peculiar conjunto de habilidades para resgatá-las e se vingar dos sequestradores. Se você cometer a burrice de mexer com a família do Liam Neeson, tenha uma certeza: ele vai te procurar, ele vai te achar… e ele vai te matar.

Kill Bill — Volume 1 (2003) e Volume 2 (2004)

Talvez Quentin Tarantino seja o diretor que mais tenha abordado a temática vingança em sua filmografia. E dentre as grandes obras do diretor, mesmo levando em conta a vingança histórica proporcionada em “Bastardos Inglórios”, ou ainda a maravilhosa desforra de “Django Livre”, nenhuma possui a satisfação sangrenta que a duologia “Kill Bill” apresenta.

Os dois volumes são protagonizados por Uma Thurman, que interpreta a noiva Beatrix Kiddo em busca de vingança após passar cinco anos em coma ao ser atacada por seu antigo clã de assassinos no dia do seu casamento. A duologia, além de um dos maiores e melhores exemplares de entretenimento adulto recheado de ação e com uma história instigante, é também uma grande homenagem de Tarantino a alguns de seus gêneros preferidos, como western, anime e filmes de artes marciais.

Garota Exemplar (2014)

No dia do seu quinto aniversário de casamento, Amy (Rosamund Pike) desaparece misteriosamente. Quando as aparências de um matrimônio feliz acabam se perdendo em mentiras e em um comportamento estranho após o sumiço da esposa, Nick (Ben Affleck) acaba se tornando o principal suspeito da polícia. Agora, ele precisa provar sua inocência e tentar descobrir o que realmente aconteceu com Amy.

“Garota Exemplar” é mais um suspense magistralmente dirigido por David Fincher, adaptado do excelente livro homônimo escrito por Gillian Flynn. Revelar onde está a vingança aqui é um total desserviço com quem nunca assistiu, mas podemos pontuar, sem spoilers, que além da trama principal, a história retrata muito bem o quanto os sensacionalismos da mídia são capazes de construir e destruir reputações, e também como perdura um relacionamento cujo alicerce é baseado em mentiras e aparências.

Bela Vingança (2020)

Aqui conhecemos a história de Cassie (Carey Mulligan), uma mulher traumatizada com a perda de sua amiga que acaba embarcando em uma missão controversa: se fingir de bêbada para expor o quanto homens são capazes de tirar proveito de situações em que as mulheres estão visivelmente incapazes de dar qualquer consentimento. Para surpresa de ninguém, é claro que muitos homens cruzam a linha do aceitável, e é aí que Cassie lhes dá uma lição.

“Bela Vingança” é um filme bastante direto em sua mensagem, mostrando o sentimento geral das pessoas que tanto sofrem com o que é mostrado aqui que o tempo de ser sutil já passou. O conteúdo nada leve mostrado na produção é a forma que a diretora e roteirista Emerald Fennell encontra de expor o quanto a cultura do estupro continua existindo e mantendo seus agressores impunes enquanto as vítimas se sentem culpadas.

Gladiador (2000)

“Meu nome é Maximus Decimus Meridius, comandante dos exércitos do norte, general da Legião Felix. Servo leal do verdadeiro Imperador, Marcus Aurelius. Pai de um filho assassinado, marido de uma esposa assassinada. E terei minha vingança, nesta vida ou na próxima“. Quem já se emocionou com “Gladiador” pelo menos uma vez na vida, deve ter se lembrado perfeitamente desta cena. Precisa falar algo mais pra saber que esse filme é simplesmente f#d@?

O filme dirigido por Ridley Scott foi indicado a nada menos que 12 Oscars, faturando cinco deles, incluindo o de Melhor Filme. A obra é sempre lembrada por muitos pelo seu realismo histórico, mesmo reconhecidamente repleta de anacronismos e liberdades poéticas. Mas isso está longe de tirar o mérito de “Gladiador”, especialmente devido a sua intensidade e impactantes frases de efeito. É aquela regrinha que a gente sempre fala por aqui: se faz sentir, faz sentido.

Coração Valente (1995)

Seguindo na levada de filmes históricos que assassinam a história, temos em “Coração Valente” mais um clássico do cinema mundial. Extensamente criticado por ser pouco fiel à rebelião da Escócia contra a Inglaterra e à biografia de William Wallace, a obra máxima de Mel Gibson (que dirige e produz, além de dar vida ao protagonista) se apoia sobretudo nas belíssimas frases e discursos do personagem principal e nas cenas de ação inacreditáveis, marcando, talvez, o ápice da violência em grande escala bem retratada no cinema.

Depois de ter assistido, ainda criança, à morte de seu pai pelas mãos do exército inglês, e ter sua amada esposa assassinada por um nobre inglês, William Wallace assume o comando de um pequeno exército de camponeses em busca de vingança e com o intuito de lutar pela soberania da Escócia. A traição que Wallace sofre pelos nobres escoceses, sobretudo pelo herdeiro do trono Robert de Bruce (Brendan Gleeson), e sua posterior tortura e execução sem nunca perder a fé em seus ideais, ainda constam como algumas das cenas mais emocionantes da história.

O Homem Invisível (2020)

Diferente do sofrível remake de “A Múmia” protagonizado por Tom Cruise, “O Homem Invisível” foi uma grata surpresa que trouxe esperanças para o quase natimorto Dark Universe da Universal. A proposta desta nova adaptação do clássico homônimo escrito por H.G. Wells é fazer uma atualização da história para os nossos tempos. E quem melhor do que Jason Blum e sua aclamada Blumhouse para repensar essa história? No filme, além de observarmos muito do espírito do livro original, recebemos uma camada totalmente nova envolvendo um tema muito atual: os relacionamentos abusivos.

Cecilia, brilhantemente interpretada por Elisabeth Moss, descobre que seu companheiro abusivo se matou e lhe deixou uma herança, com a condição de que ela não cometesse nenhum crime e nem fosse declarada mentalmente incapaz. Porém, quando ela começa a superar os traumas, muitas coisas estranhas vão acontecendo em sua vida, até que ela descobre que o então namorado descobriu uma forma de ficar invisível para atormentá-la e fazer com que todos acreditem que ela está louca. “O Homem Invisível” funciona perfeitamente como uma atualização de um filme de monstro, que teve a coragem e a consciência de retratar um monstro tão atual e que tanto aflige a sociedade como os relacionamentos abusivos.

Cabo Do Medo (1991)

Na história, o psicopata e agressor sexual Max Cady (Robert De Niro) é libertado após passar 14 anos na prisão por acusações de estupro. Quando sai da cadeia, ele vai atrás de seu advogado, Sam Bowden, quem Max acredita ter omitido provas que poderiam ter lhe favorecido. Com sede de vingança, o único objetivo de Max passa a ser destruir a vida do advogado e de sua família.

Robert De Niro e Martin Scorsese formam uma das duplas ator-diretor mais exitosas do cinema mundial. E uma das obras mais notáveis de ambos é “Cabo Do Medo”, lançado no auge das suas carreiras, que já eram marcadas por filmes como “Touro Indomável” e “Os Bons Companheiros”. O longa rendeu mais uma indicação ao Oscar de Melhor Ator para De Niro, além da única indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante da carreira de Juliette Lewis, pelo papel da filha do advogado, Danielle Bowden.

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