A definição de “papai” é algo que, nos dias de hoje, mudou bastante… ainda bem. Antes vistos soberanamente como os patronos da casa e provedores do sustento e moral da família, agora eles se integram – quase sempre – mais organicamente nas relações entres seus entes queridos. O cinema, ao longo dos tempos, vem retratando essas mudanças e apresentando personagens fortes e marcantes de bons e maus pais. Os que criam heroicamente seus filhos ou os abandonam à sua própria sorte… que apoiam ou rejeitam suas proles.

Aproveitando a iminente chegada do Dia dos Pais, neste próximo domingo e com a disponibilização de uma playlist exclusiva sobre o tema na plataforma de streaming do Telecine, nós vamos deixar de lado aqui os papais ausentes (tchau Darth Vader ou Ego!) e vamos listar aqui 10 exemplos de progenitores fantásticos do cinema.

1 – Carlitos (“O Garoto” – 1921 – Charles Chaplin)

Carlitos não é o verdadeiro pai do garoto do filme “O Garoto”, mas como diz o ditado: pai é quem cria, não? Inicialmente reticente e se utilizando da esperteza e rapidez do garotinho para sobreviver à vida de miséria nas ruas, o eterno vagabundo demonstra seu crescente amor pelo “filho” quando o menino é levado de sua guarda e ele faz de tudo para recuperá-lo. Um filmaço!

2 – Gru (“Meu Malvado Favorito” – 2010 – voz de Steve Carell)

Ranzinza e mau humorado, Gru é “capturado” pelo amor que passa a sentir pelas três garotinhas órfãs que faziam parte de seu plano para se tornar o maior vilão do mundo. Cada vez mais à vontade com a presença das meninas, ele literalmente abre mão da Lua para cuidar delas. É ou não é um paizão?

3 – Dennis Dugan (“O Paizão” – 1999 – Adam Sandler)

Porcalhão, preguiçoso, bon vivant e de bem com sua vida vazia, Dennis é abandonado e trocado pela namorada Vanessa, que o acusa de imaturidade sem limites! Com uma oportunidade de demonstrar que ela estava errada, e para impressionar uma nova paquera, ele “adota” ilegalmente um garoto de 6 anos e passa a cuidar dele à seu modo. Aos poucos, o malandro vai se apegando ao garoto à ponto de voltar a advogar para não perder sua custódia. Clássico de Sandler e dos anos 90.

4 – Charlie (“A Creche do Papai” – 2003 – Eddie Murphy)

Um importante e ambicioso executivo de uma marca de cereais matinais, Charlie não separa muito tempo de sua vida para cuidar ou conhecer o próprio filho direito. Tudo acaba quando ele é demitido da empresa e não tem mais dinheiro para bancar uma creche de luxo para o garoto. Percebendo que outras famílias estão na mesma situação, Charlie resolve montar uma creche com o amigo Phil (Jeff Garlin) em sua própria casa e ambos passam bons (maus) bocados nas mãos das crianças, ao mesmo tempo que se aproximam dos filhos pela primeira vez. Sessão da Tarde total!

5 – Chris Gardner (“À Procura da Felicidade” – 2006 – Will Smith)

“Nunca deixe alguém te dizer que você não pode fazer algo. Nem mesmo eu”.

Baseado na história verdadeira do corretor de ações Chris Gardner, o filme mostra o período em que ele passa as maiores dificuldades financeiras e pessoais de sua vida juntamente com o filho. Rejeitado pela esposa, despejado de seu apartamento e quase morando nas ruas com o garoto – emociona só de lembrar da cena dos dois dormindo em um banheiro público – ele nunca abandona o otimismo e está sempre pronto para dizer boas palavras e ensinar belos gestos ao menino.

6 – Wade (“Contágio – Epidemia Mortal” – 2015 – Arnold Schwarzenegger)

Seria muito difícil montar uma lista com filmes sobre pais fantásticos e não colocar, pelo menos, um filme do “Governator” Arnold Schwarzenegger. Conhecido pelos papéis patriarcais, como em “Comando para Matar”, que ele enfrenta sozinho um exército inteiro para salvar a sua filha, ou na comédia “Junior”, em que ele torna-se o primeiro homem grávido do mundo e dá a luz à seu próprio filho! Ou, em “Exterminador do Futuro 2”, onde ele assume basicamente a paternidade do jovem John Connor. Com tantos papéis em mente, nós preferimos trazer aqui um filme um tanto desconhecido da carreira do Arnoldão, “Contágio – Epidemia Mortal”, em que ele interpreta o pai de uma garota que foi mordida por um zumbi – isso mesmo, um zumbi! – e está se transformando em canibal aos poucos. Cabe ao eterno Terminator proteger a garota das autoridades que querem eliminá-la – com razão! – e também se salvaguardar da crescente fome da garota por carne humana.

7 – Guido Orefice (“A Vida é Bela” – 1997 – Roberto Benigni)

Guido é um pai de família judeu que é capturado e mandado para um campo de concentração em Berlim, em meio à segunda guerra mundial, juntamente com seu filho, o pequeno Giosué. Para proteger seu garoto dos horrores da prisão e trabalhos forçados, Guido faz com que a criança acredite que ambos estão em um jogo, em busca do grande prêmio: um tanque de guerra. Belo, emocionante e inspirado, o filme foi baseado em relatos verídicos vividos pelo próprio pai de Benigni, que passou dois anos em um campo de trabalho alemão durante a guerra.

8 – Marlin (“Procurando Nemo” – 2003 – voz de Albert Brooks)

Marlin é um peixe-palhaço marcado pela tragédia da perda de quase toda a sua família. Com a missão de cuidar sozinho do filho Nemo, ele torna-se super protetor ao extremo, não deixando o peixinho um minuto sem supervisão. Quando Nemo é “raptado” por um mergulhador humano, Marlin parte em uma aventura extrema, cruzando oceanos e enfrentando muitos perigos para resgatar seu filhotinho.

9 – Daniel Hillard/Mrs. Doubtfire (“Uma Babá Quase Perfeita” – 1993 – Robin Williams)

Imagine um pai tão apegado e apaixonado pelos filhos que, após o divórcio, não consegue ficar longe das crianças e arma um plano infalível para permanecer o máximo de tempo possível com elas: fantasia-se de babá! Este clássico dos anos 90 foi escolhido também para homenagear o grande ator Robin Williams, que além de ótimo comediante, ficou bastante conhecido por papéis inspiradores e paternais.

10 – Logan/Wolverine (“Logan” – 2017 – Hugh Jackman)

O herói Wolverine, apesar da natureza selvagem e sua violência extrema, sempre foi um protetor paternal. Já no primeiro filme da saga nos cinemas, ele encarou o desafio de proteger a novata Vampira das garras do perigoso Magneto. Mas é em “Logan” que esta faceta se apresenta de forma mais incisiva e definitiva, pois este é verdadeiramente um filme sobre paternidade e responsabilidade. Seja na missão do velho Xavier em deixar um legado otimista, apesar da tragédia, ou do próprio carcaju em assumir a proteção da garota X23, ambos sentem na própria carne o peso do dever . Que filme!

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