A coluna Metragem volta repaginada ao Cinema com Rapadura. Agora, você poderá conhecer um pouco mais sobre realizadores brasileiros que se destacam em festivais de cinema pelo mundo. Com o anúncio dos filmes em competição do 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que acontece de 16 a 23 de setembro, o evento retoma a programação de dois curtas e um longa por noite. Entre os destaques está a primeira participação do maranhense Lucas Sá com o curta inédito “Nua por Dentro do Couro” (foto), estrelado por Gilda Nomacce e Miriã Possani.

Aos 21 anos, Lucas Sá estuda Cinema e Audiovisual na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e já tem oito curtas-metragens realizados. A paixão pelo cinema surgiu cedo, quando fez um filme para apresentar na escola. Cinéfilo de carteirinha, usou sua bagagem visual e uma câmera simples para dirigir e roteirizar “Abate” (2008). Não demorou para descobrir o interesse pelas temáticas de violência e vingança e, no ano seguinte, realizou “You Bitch Die!!!”, uma história de amor violenta em formato de trailer cinematográfico.

Brian De Palma, Dario Argento e Quentin Tarantino são alguns dos cineastas favoritos do cineasta. “Tento entender essa violência urbana nos meus curtas. Gosto de fazer filmes que me agradam e me empolgam, que me tocam de alguma forma. Quando eu penso no roteiro, penso como o público vai receber a história”, conta. Seus curtas trazem referências do cotidiano, como músicas, filmes clássicos e costumes populares, para gerar identificação com a plateia. “Às vezes o filme começa de um jeito e entra uma música e muda tudo. Eu vou roteirizando como se eu fosse o espectador. Gosto de filme que surpreende de um modo positivo”.

Passando por “Os Grilos do Sul Gritam Aurora” (2012) e “Ruído Branco” (2013), Lucas Sá se destacou no circuito independente de jovens realizadores e participou de diversos festivais e mostras, com destaque para Toulouse, onde apresentou “O Membro Decaído” (2012), seu curta mais importante até então. O diretor também experimentou o documentário com “No Interior da Minha Mãe” (2013) e pretende investir mais no gênero nos próximos anos. Segundo ele, em seus filmes não há dinheiro de editais de cultura. Todas as produções são realizadas por colaboradores e bancadas por conta própria.

“Nua por Dentro do Couro” se passa em um condomínio e acompanha duas mulheres que têm suas vidas cruzadas em um inesperado contexto. O curta traz os elementos ousados de outros filmes do diretor e transita entre gêneros, além de contar com as fortes atuações de Gilda Nomacce e Miriã Possani. A ideia é que o argumento se torne um longa-metragem nos próximos anos, aprofundando alguns mistérios da narrativa. Para assistir aos outros curtas de Lucas Sá, visite o seu canal no Vimeo.

No Festival de Brasília, “Nua por Dentro do Couro” compete com outros 11 curtas-metragens: “B-Flat” (SP), de Mariana Youssef; “Bashar” (SP), de Diogo Faggiano; “Castillo y el Armado” (RS), de Pedro Harres; “Crônicas de uma Cidade Inventada” (DF), de Luísa Caetano; “Estátua” (SP), de Gabriela Amaral Almeida; “Geru” (SP), de Fábio Baldo e Tico Dias; “La Llamada” (SP), de Gustavo Vinagre; “Loja de Répteis” (PE), de Pedro Severien; “Luz” (RJ), de Gabriel Medeiros; “Sem Coração” (PE), de Nara Normande e Tião, e “Vento Virado” (MG), de Leonardo Cata Preta.

Assista ao trailer: