Cinema com Rapadura

Colunas   sábado, 22 de outubro de 2011

Livros: Os Três Mosqueteiros é um autêntico romance de capa e espada

O romance de Alexandre Dumas traz reviravoltas fantásticas.

D’Artagnan, Athos, Porthos e Aramis. Estes são os nomes dos intrépidos heróis apresentados por Alexandre Dumas em “Os Três Mosqueteiros”. A narrativa, que tem como ponto de partida a saída de D’Artagnan de sua cidade natal em busca do sonho de se tornar um mosqueteiro, ganha forma e arrebata o leitor à medida que a trama se desenrola. O que parecia apenas uma questão de inimizade entre o Cardeal e o Rei, o que podemos notar por meio da competitividade entre as duas guardas, acaba se mostrando um verdadeiro complô para a derrubada da coroa.

D’Artagnan tinha então 18 anos quando sai da aldeia de Meung, abençoado pelos pais e levando com ele uma carta de recomendação ao chefe dos mosqueteiros, o Sr Tréville, quando já no inicio de sua viagem se envolve em uma discussão com um senhor desconhecido de quem tem a sua carta roubada. Enraivecido pelo ocorrido, e jurando vingança ao desconhecido, chega a Paris e vende o único bem que possui, seu cavalo, para pagar uma hospedagem e alimentação. Mesmo sem a carta de recomendação, ele recorre ao Sr de Tréville que reconhece no rapaz o jovem perspicaz que um dia fora e, acreditando na palavra dele e na história que conta, decide colocá-lo na guarda de seu cunhado. Mas eis que durante a entrevista o rapaz avista da janela o desconhecido de Meung que lhe roubara a carta e sai em disparada, deixando para trás um atônito Sr. Tréville.

É em meio a essa perseguição desenfreada pelas ruas de Paris que D’Artagnan sem querer acaba conhecendo os três mosqueteiros: Athos, Porthos e Aramis. Primeiro ao esbarrar em Athos, que estava gravemente ferido; depois ao se enroscar no manto de Porthos; e finalmente por apanhar um lenço comprometedor de Aramis, que este deixara cair no chão. As atitudes, mesmo que involuntárias do rapaz, acabam fazendo com que ele seja desafiado para três duelos no mesmo dia, pelos três mosqueteiros. Os duelos foram marcados em horários distintos e em lugares distantes, mas quis o acaso que os quatro se encontrassem no primeiro local marcado, pois os três mosqueteiros inseparáveis acompanhariam o duelo de Athos. Em meio a tudo isso, quando a primeira das três batalhas havia se iniciado, os quatro cavaleiros acabam surpreendidos pela guarda do cardeal, que exigem suas armas. Ao negar a entrega, a disputa acaba interrompida e os quatro se vêem obrigados a lutar e assim D’Artagnan acaba se juntando aqueles com quem lutaria para uma batalha da qual, no fim, saíram vitorioso graças à destreza de D’Artagnan.

Assim tem início a amizade inseparável dos três habilidosos mosqueteiros com D’Artagnan e suas aventuras. Homens fiéis, de corpo e alma ao Rei e à França, os inseparáveis amigos são responsáveis por salvar o Rei das falcatruas do Cardeal Richelieu, que juntamente com uma lista extensa de inimigos arma um complô contra o Rei na esperança de lhe tomar a coroa. Mas nem só de batalhas vivem os homens de sua majestade. Somos apresentados então ao modo de vida boêmio dos mosqueteiros. Mulheres, vinho, comida e diversão são tudo em que pensam os cavaleiros quando não estão duelando ou se metendo em confusões. E é em meio a tudo isso que vamos descobrindo quem são cada um dos mosqueteiros e o que eles escondem de sua vida.

O romance de Alexandre Dumas, que faz parte de uma trilogia, narra alguns dos acontecimentos mais importantes do reinado de Luis XIII, onde o principal ponto é rivalidade entre o rei e o cardeal representada na obra através de suas guardas reais e dos diversos duelos que essas travam entre si durante todo a obra. O romance de Dumas é, além de uma alegoria do período em que a história se passa, um tributo a uma relação antiga e muito valorizada nos dias de hoje: a amizade.

Dispondo de um protagonista carismático, o autor conquista o leitor a cada virada de página, não apenas por sua narrativa cheia de reviravoltas, mas pela relação de lealdade e amizade demonstrada pelos personagens ao longo da história. Em vários momentos, a relação existente entre eles é posta à prova e, mesmo quando a situação parece absurda ou demonstra riscos, os amigos sempre estão lá, seja para salvar a coroa ou apenas para salvarem a pele um do outro. Assim como eles, seus lacaios também se mostram dignos de confiança ao demonstrarem tamanha devoção pelos seus senhores.

“Os Três Mosqueteiros”, que teve sua primeira versão cinematográfica em 1948, ganha nova versão que chegou às telas este ano. A história dos valentes cavaleiros será contatada em três partes e conta no elenco com os atores Logan Lerman (“Percy Jackson e o Ladrão de Raios”), como D’Artagnan; Matthew MacFadyen (“Robin Hood”) na pele de Athos; Ray Stevenson (“O Justiceiro 2”) como Porthos; e Luke Evans (“Fúria de Titãs”) interpreta Aramis, além de Mila Jovovich (“Resident Evil 4: Recomeço”) no papel da maldosa Milady De Winter.

Leilane Soares
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