Cinema com Rapadura

Colunas   sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Livros: Marley & Eu mostra que o cão é mais do que o nosso melhor amigo

Cativante e envolvente, o livro nos ensina lições primorosas através de um personagem inusitado e que conquista o leitor a cada virada de página.

O cão é o melhor amigo do homem. Muitos são os filmes, livros e seriados que abordam o tema de uma maneira carismática e trazem verdadeiros heróis para as vida de muitas crianças ao longo dos anos. Rim Tim Tim e Lessie são apenas os mais conhecidos. Mas o que dizer sobre um cão que toca fundo na alma do leitor não por ser o mais esperto ou o mais obediente do mundo, e sim por ser justamente o contrário?

“Marley & Eu” narra a história do pior cão do mundo. Marley é descrito como um cachorro desobediente, bagunceiro e com uma energia inesgotável, capaz de fazer todo o tipo de coisa errada e que deixaria qualquer dono de cabelos em pé. Mas não é bem assim que somos apresentados a esse delicioso protagonista.

Logo de cara o livro nos apresenta o perfeito Rim Tim Tim, seu nome é Shaun e seria o cão que marcaria a infância de Grogan e serviria como referência para os futuros cães de sua vida, caso houvesse mais algum. Passados os anos e agora casado, John se vê na delicada fase de sua vida onde o assunto preferido de sua mulher é ser mãe. Mas como Jenny poderia cuidar de um bebê, quando conseguiu de forma magistral matar uma planta que John dera de presente em comemoração pelo casamento e para decorar a casa nova?

A solução perfeita aparece nos classificados do jornal local, onde escondido em meio a diversos anúncios eles encontram uma venda de labradores. A proposta era: se eles conseguissem criar um ser vivo, que precisasse de algo mais além de água, eles seriam bons pais. Ao chegar à fazenda, onde estão os filhotes, eles são recepcionados por uma senhora simpática e a mãe da prole, uma perfeita lady, o exemplo da calma e docilidade da raça. Impressionados com a recepção, mas ainda sem terem posto os olhos no pai, seguem para a escolha do filhote, tarefa que não demora muito, já que acabam se encantando pelo mais destemido deles. A surpresa logo ao final da visita, e o que nos da um vislumbre do comportamento do filhote, é a aparição tempestuosa do pai, que surge sujo de lama e passa como um borrão dourado entre eles.

Feita a escolha do filhote, nas semanas que antecediam a sua chegada, John e Jenny gastaram boa parte do tempo em busca de um nome e, depois de muitas brigas, inclusive no meio de uma delas, ao escutarem os primeiros acordes de “Is This Love?”, decidiram ao mesmo tempo que Marley seria o nome perfeito para o mais novo integrante da família Grogan.

Da escolha do nome e passando por diversos momentos durante os treze anos de convivência que são narrados por Grogan, o livro nos faz rir, chorar com a energia esfuziante e o que o cão é capaz de fazer. Ficamos preocupados com suas crises de pânico e seu medo de raios e com o quanto poderia se tornar autodestrutivo quando se encontrava sozinho e ficamos admirados com a coragem presente nele quando em uma noite fria, ao escutar um tiro, ele se encontra em alerta e pronto para proteger a sua família. Diversas são as emoções experimentadas ao longo das páginas. Sem querer, o pior cão do mundo cativa. Em meio a todas as bagunças e brincadeiras, somos levados a ver o lado humano desse cachorro que não quer mais nada na vida além de comer mangas no quintal e correr atrás do seu rabo.

Marley presencia todos os momentos daquela pequena família e demonstra o quanto faz parte dela: consolando sua dona quando eles perdem o primeiro filho em um aborto espontâneo, estando lá quando o segundo filho vem e ao lado dela durante a depressão pós-parto, que quase o colocou para fora de casa; quando o terceiro filho chega para coroar a felicidade do casal. Marley também acompanha as mudanças de endereço, as alegrias e tristezas, as brigas e as festas. O pior cão do mundo, que conseguiu ser expulso de uma escola de adestramento, passou de apenas um teste para um membro honorário daquela família, que ele provou querer tanto bem.

“Marley & Eu” não vem apenas como mais um romance sobre um cachorro. Ele é um romance sobre tudo aquilo que devíamos lembrar. Marley com seus treze anos de vida ensina valores muitas vezes esquecidos: lealdade, coragem, devoção, simplicidade, alegria. Tudo isso na forma de um cão bagunceiro e desastrado. Ele nos ensina que a vida é muito curta e que devemos aproveitá-la ao máximo, que todo dia pode ser uma aventura e repete uma velha lição que nunca deveria ser esquecida: a felicidade está nas coisas mais simples. Afinal de contas, um cachorro não precisa de uma Ferrari para ser feliz, bastam um velho graveto e seu dono ao seu lado.

O romance cativante sobre o melhor amigo do homem mais atrapalhado do mundo chegou aos cinemas em 2008 e contou com os atores Owen Wilson (“Entrando Numa Fria Maior Ainda”) e Jennifer Aniston (“Ele Não Está Tão a Fim de Você”) no papel do casal Grogan.

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Leilane Soares
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