Cinema com Rapadura

Colunas   segunda-feira, 10 de maio de 2010

The 39 Clues: O Labirinto dos Ossos

Amy e Dan protagonizam a nova série de livros vendida como uma mistura de "Harry Potter" e "O Código Da Vinci", e que deve ganhar o cinema nos próximos anos.

Uma nova série de livros promete levar ao público infanto-juvenil grandes aventuras pelo mundo. “The 39 Clues” (“As 39 Pistas”, em português) já tem seis livros lançados nos Estados Unidos e os dois primeiros no Brasil. “O Labirinto dos Ossos” inicia a saga dos irmãos Amy e Dan na busca por um segredo que pode mudar o mundo. Escrito por Rick Riordan, mesmo autor dos livros “Percy Jackson”, “O Labirinto dos Ossos” invadirá a indústria cinematográfica nos próximos anos como possível substituto para a franquia “Harry Potter” e com o nome de Steven Spielberg ligado ao projeto.

Aliás, comparar o plot principal de “The 39 Clues” com a saga “Harry Potter”, de J.K. Rowling, não é inconsequência. Em “O Labirinto dos Ossos” encontramos diversos pontos semelhantes a trajetória de Harry Potter e seus sete livros. Amy é uma garota inteligentíssima de 14 anos e que vive os problemas familiares comuns com seu irmão Dan, de 11 anos. Órfãos de pai e mãe, os personagens são criados pela tia após imposição da avó Grace. Todos eles pertencem à família Cahill, que supostamente deu origem a várias outras famílias no decorrer dos séculos. Os Cahill são divididos em quatro clãs, cada um com uma característica e que mora em diferentes partes do mundo.

A aventura de Amy e Dan começa com a morte de Grace, a avó querida e aparentemente único membro dos Cahill que gostava das crianças. No velório, familiares de várias partes do mundo apareceram na esperança de herdar os bens milionários de Grace, até serem pegos de surpresa: 40 deles foram selecionados no testamento. Após assistirem a um vídeo em que Grace relata um desafio, cada um tem que escolher entre herdar US$ 1 milhão ou a primeira de 39 pistas que podem levar à descoberta do maior tesouro da História.

Amy e Dan vivem o mesmo dilema que todos os outros Cahill. Entretanto, para eles é uma escolha mais delicada. Vivendo às custas da Tia Beatrice, os irmãos podem pegar o dinheiro do testamento e guardar para a faculdade (ou no caso de Dan, para comprar trecos para suas coleções), ainda que desconfiem que a Tia faria tudo para roubar o dinheiro deles. Por outro lado, o desafio das pistas poderia levá-los a descobrir mais sobre a própria família, além do tesouro misterioso. Na cabeça de Amy, recordações de Grace falando que acreditava nos irmãos e que eles não a decepcionaria foram decisivas para aceitarem o desafio, mas eles não foram os únicos.

Ian e Natalie Kabra, a família Holt, Alistair Oh, os trigêmeos Starling, Irina Spasky e Jonah Wizard também aceitaram o desafio. A partir daí, laços e desafetos permearão a caçada ao tesouro. Sr. McIntyre, que organizou a leitura e a exibição do vídeo do testamento de Grace, deu a cada equipe a primeira pista. Eles têm sangue Cahill, mas não são amigos. A principal regra é não confiar em ninguém. Então Amy e Dan partem em uma aventura que os levará a registros históricos e mistérios jamais pensados antes.

O best seller é vendido como uma mistura de “Harry Potter” e “O Código Da Vinci”, e não esconde que é claramente voltado ao público infanto juvenil. “O Labirinto dos Ossos” é só o primeiro de dez livros que esconde as 39 pistas que levam a um tesouro, sem ficar claro se envolve dinheiro, bens ou informações históricas valiosas. Amy e Dan, inocentes como qualquer criança, passarão por muitos desafios para desvendar os mistérios que aparecem em sua jornada. O melhor aliado de Amy é o seu conhecimento em História, enquanto o de Dan é o espírito aventureiro. Ainda assim, essas duas características acabam sendo, algumas vezes, as mais detestáveis dos personagens. Amy é extremamente inteligente e faz com que todas as informações descobertas por eles sejam “fáceis” de encaixar na História. A infantilidade exagerada de Dan o transforma em quase sempre um chato de diálogos inúteis. Por incrível que pareça, é esse contraponto que transforma a aventura deles em uma história leve e atraente de ser lida.

O melhor trunfo entre os personagens é Nellie, a babá (ou melhor, a au pair) que os acompanha como “o adulto” durante as viagens. Sempre modernete, ela inicialmente não sabe o que os irmãos procura, mas com o tempo passa a compactuar com eles, sendo um mecanismo de confiança e graciosidade que a obra ganha. Os rivais de Amy e Dan seguem estereótipos forçados, sempre aparecendo quando os irmãos estão com alguma informação valiosa em mãos, o que causa um desgaste na estrutura narrativa do livro, pois o leitor já espera este momento em que os “vilões” darão o bote.

A linguagem de Rick Riordan é acessível e dinamiza a leitura. Ainda que não seja uma obra que não se aproxima nem de “Harry Potter” nem “O Código Da Vinci”, tem lá o seu charme e, de qualquer forma, alimenta a curiosidade do leitor não só para descobrir as 39 pistas em questão, mas também sobre o passado dos Cahill. Se a saga “The 39 Clues” substituirá ou não “Harry Potter”, é difícil prever, já que ótimos livros como “As Crônicas de Nárnia” não tiveram o mesmo sucesso no cinema. Entretanto, o nome de Spielberg atrelado ao filme de “O Labirinto dos Ossos”, no mínimo, gera curiosidade sobre como será o desempenho da franquia nas telonas. O segundo livro, “Uma Nota Falsa”, já está à venda e o terceiro livro “O Ladrão de Espadas” chega às livrarias brasileiras no final deste mês e continua a saga de Amy e Dan pelo mundo.

COMPRE O LIVRO AQUI

Diego Benevides
@DiegoBenevides

Compartilhe

Saiba mais sobre


Conteúdos Relacionados