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Notícias   sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Ray Fisher acusa Joss Whedon e outros envolvidos nas refilmagens de Liga da Justiça de terem conversas racistas

Em nova entrevista, ator reforçou suas denúncias de conduta tóxica no set e acusou os envolvidos de terem apagado pessoas não brancas do filme.

Ray Fisher acusa Joss Whedon e outros envolvidos nas refilmagens de Liga da Justiça de terem conversas racistas>

Desde julho deste ano, Ray Fisher tem denunciado condutas indevidas durante as refilmagens de “Liga da Justiça” em 2017, depois da saída de Zack Snyder do projeto. O ator intérprete do Ciborgue acusou o diretor Joss Whedon, que tomou às rédeas do filme, e os produtores Jon Berg e Geoff Johns de comportamento tóxico, e desde então Fisher e a Warner estão envolvidos em investigação para apurar os acontecimentos. Em nova entrevista para a Forbes, Fisher reforçou suas denúncias e acusou os já citados envolvidos nas refilmagens, além de Toby Emmerich, presidente da Warner Bros. Pictures, de terem tido conversas racistas durante a produção, tendo inclusive cortado ou diminuído os papéis de atores não brancos no produto final.

“Antes do processo de refilmagens de ‘Liga da Justiça’, conversas abertamente racistas foram mantidas e entretidas – em várias ocasiões – por ex e atuais executivos de alto nível da Warner Bros. Pictures. Os tomadores de decisões que participaram dessas conversas racistas foram Geoff Johns, Jon Berg e o atual presidente do Warner Bros. Pictures Group, Toby Emmerich”, revelou Fisher.

O ator esclarece, no entanto, que isso não era algo que ele sabia durante o processo, e que só foi descobrir depois, através de fontes:

“Essas conversas foram relatadas a mim por pessoas que estavam na sala. E eu não fiquei ciente disso até depois que eu já tinha feito minha primeira denúncia sobre Joss Whedon”.

Representantes de Joss Whedon responderam à acusação, apontando que Fisher de fato não estava presente durante conversas do tipo, que, segundo o cineasta afirma, não existiram:

“O Sr. Fisher não tinha conhecimento de primeira mão para apoiar qualquer uma das alegações selvagens que ele fez sobre o Sr. Whedon e outros associados ao filme. Ele admitiu esta falta de conhecimento à Forbes quando afirmou que ele ‘foi informado’ dessas afirmações, sem identificar quem supostamente o informou, ou quando supostamente tomou conhecimento das informações sobre a alteração do tom da pele. Na realidade, nada disso aconteceu.”

A “alteração do tom de pele” citada se refere a uma citação original na entrevista, que foi posteriormente retirada. Nela, Fisher afirmava que Whedon havia embranquecido digitalmente atores não brancos porque “não gostava de seus tons de pele”. O representante de Whedon ainda comentou sobre o trabalho de colorização do filme, que não envolve só o diretor e sim várias outras pessoas:

“Como é padrão em quase todos os filmes, havia várias pessoas envolvidas na mixagem do produto final, incluindo o editor, pessoa de efeitos especiais, compositor, etc, com o colorista sênior responsável pelo tom, cores e clima da versão final. Esse processo foi ainda mais complicado neste projeto pelo fato de Zack ter filmado em filme, enquanto Joss filmou em digital, o que exigiu que a equipe, liderada pelo mesmo colorista sênior que trabalhou em filmes anteriores para Zack, reconciliasse os dois”.

A WarnerMedia segue em uma investigação interna para apurar os acontecimentos, mas Fisher acredita que a empresa tenha conhecimento de tudo isso, só não faz nada para resolver os problemas.

“O fato de eu estar tendo que advogar por mim mesmo desta forma é igualmente libertador e frustrante”, Fisher completa.

O ator agora está envolvido nas filmagens adicionais do “Liga da Justiça” de Zack Snyder, em que o Ciborgue terá uma participação maior, como originalmente planejado. Assista ao trailer já divulgado do Snyder Cut.

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Louise Alves
@louisemtm

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