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Notícias   quinta-feira, 02 de agosto de 2018

Estudo mostra que houve pouco avanço em diversidade e inclusão nos filmes ao longo da última década

O estudo foi elaborado pela University of Southern California.

Estudo mostra que houve pouco avanço em diversidade e inclusão nos filmes ao longo da última década>

Muito embora algumas das grandes produções de sucesso de público e crítica dos últimos tempos sejam estrelados e dirigidos por negros ou mulheres – como “Pantera Negra”“Mulher-Maravilha” e “Corra!” – um novo estudo, feito pela University of Southern California, concluiu que, entre 2007 a 2017, não houve uma melhoria significativa na representação e inclusão de mulheres, negros, personagens LGBT ou com deficiência nos filmes (via The Hollywood Reporter).

A pesquisa analisou os cem filmes mais populares em termos de bilheteria de cada ano neste período, totalizando 1.100 obras. O levantamento mostrou que, apesar de representaram 50,8% da população americana, as mulheres interpretaram somente 31,8% dos personagens com falas em 2017, enquanto esse número cai para 30,6% ao se analisar todos os filmes da última década.

Da mesma forma, foi constatado que, em 2017, 70,7% dos personagens que possuem fala eram brancos, enquanto 12,1% eram negros, 6,2% hispânicos, 4,8% asiáticos e 3,9% mestiços. Por sua vez, apenas 1,7% descendiam do Oriente Médio e menos de um por cento eram nativo-americanos. O estudo ainda ressaltou que esses números se referem apenas aos personagens representados nos filmes, e não aos atores, em alusão aos constantes casos de whitewashing em Hollywood, que é quando um ator branco é contratado para interpretar um papel de etnia diferente.

A falta de representatividade LGBT também é levantada no estudo. A pesquisa apontou que 99% dos personagens com falas nos 100 maiores filmes de 2017 são heterossexuais e cis gêneros, e que 81 desses 100 filmes não apresentam nenhum personagem gay, lésbica ou bissexual. Apenas um personagem transgênero apareceu em tela entre o top de 400 maiores filmes em bilheteria, desde 2014.

Por fim, o estudo ainda revelou que dos 1.233 diretores desses 1.100 filmes, apenas 4,3% eram mulheres, 5,2% negros e 3,1% asiáticos. Em relação apenas aos maiores sucessos de 2017, dos 109 diretores, oito eram mulheres, quatro eram negros e quatro eram asiáticos.

Para o The Hollywood Reporter, a responsável pelo estudo, Dra. Stacy L. Smith, afirmou ainda que:

“Nós não estamos notando uma tendência relevante, seja para maior ou para menor, que demonstre uma preocupação ou esforço com inclusão. O mais importante é não pensar sobre isso com foco no roteiro ou na história. Essas são decisões de elenco e contratações.”

O estudo pode ser lido na íntegra aqui (em inglês).

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Giovanni Mosena
@giovannimosena

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