Se você é daqueles que curte filme que te deixa uma pilha de nervos, se segurando na poltrona do cinema (ou no sofá), preparamos uma lista muito especial pra você. Aproveitando o lançamento do suspense “Postais Mortíferos” pelo selo Première Telecine, no streaming e no Telecine Premium, resolvemos trazer dez outros exemplares do gênero para deixar você surtando!

Corra! (2017)

O primeiro trabalho da carreira do diretor e roteirista Jordan Peele já figura na lista dos melhores suspenses do cinema contemporâneo. “Corra!” traz a história de Chris (Daniel Kaluuya), um fotógrafo negro que está prestes a conhecer a família da namorada branca, Rose (Allison Williams). O que parecia ser só um tratamento excessivamente amoroso e desconfortável para Chris, acaba se revelando algo muito mais sinistro.

Peele constrói a sua história de forma surpreendente, dando pequenas pistas do que está acontecendo por trás de tudo, mas nos deixando curiosos e só permitindo que fechemos o quebra-cabeça no clímax do longa. Além disso, a habilidade do cineasta de inserir na narrativa metáforas sobre o racismo e a desigualdade racial gritantes nos Estados Unidos dá uma importância ainda maior ao filme, traçando um paralelo entre o terror da ficção e o real que a população negra sofre no dia a dia. É uma obra que gera tanto expectativa ao assisti-la quanto reflexões ao finalizá-la.

Culpa (2018)

A premissa desse longa dinamarquês é relativamente simples: o policial Asger Holm (Jakob Cedergren) é forçado a trabalhar longe das ruas, recebendo ligações na central de emergência e repassando aos setores responsáveis. Até que, um dia, ele atende a ligação de uma mulher que foi sequestrada. Ele então inicia uma busca pela vítima, mas a situação é muito mais caótica do que ele pensa.

O mais interessante de “Culpa” é que ele é um daqueles filmes que se passam totalmente em um único ambiente. Essa característica demanda uma habilidade especial tanto da direção quanto da montagem, para que a narrativa não fique cansativa. Felizmente, aqui essas necessidades são muito bem atendidas, e o que temos é um suspense construído de forma sensacional, com os momentos de tensão inseridos de forma cirúrgica, o que faz com que os 85 minutos de duração (sim, é um filme relativamente curto) passem de forma igualmente rápida e angustiante.

Terra Selvagem (2017)

O plot de “Terra Selvagem ” começa quando o caçador Cory Lambert (Jeremy Renner) persegue um predador que está dizimando o gado de um habitante local, até que ele acaba se deparando com o corpo de uma jovem com sinais de estupro e violência. Impelido por um trauma de seu passado, Cory acaba ajudando a agente do FBI Jane Banner (Elizabeth Olsen) na busca por respostas.

Taylor Sheridan é um diretor e roteirista conhecido por aliar críticas sociais à selvageria dos ambientes inóspitos da natureza. Não fosse isso, “Terra Selvagem” tinha tudo para ser mais um filme corriqueiro de investigação. Mas ao construir uma trama riquíssima em reflexões dolorosas e respostas difíceis para complicações bastante atuais, Sheridan nos presenteia com uma obra assombrosamente bela e inquietante.

Vidas em Jogo (1997)

David Fincher é um dos nomes mais conhecidos quando se fala em suspense. Além dos renomados “Sev7n”, “Zodíaco” e “Garota Exemplar”, um excelente exemplar do gênero na filmografia do diretor é “Vidas em Jogo”. O banqueiro bem-sucedido Nicholas Van Orton (Michael Douglas) ganha de presente do seu irmão Conrad (Sean Penn) algo inusitado: uma participação em um jogo da vida real. Sem saber em quem confiar, Nicholas teme até mesmo por sua vida enquanto foge dos agentes organizadores do “jogo”.

Longe de atingir a maestria de “Sev7n” — e ele nem mesmo busca esse objetivo —, “Vidas em Jogo” é um suspense que entretém bastante, especialmente devido às excelentes atuações de Douglas e Penn e à quantidade de reviravoltas que o roteiro nos traz. A todo momento nossa perspectiva muda, e quando finalmente achamos que desvendamos a história, ela vai lá e nos surpreende de novo, e de novo, e de novo…

Parasita (2019)

Esta é uma jóia rara do cinema coreano. Dirigido pelo excepcional Bong Joon-ho, “Parasita” mostra a história da pobre família Kim, que veem uma oportunidade de melhorar de vida quando têm a chance de trabalhar para a privilegiada família Park. Manipulando os ricos com planos cada vez mais excêntricos, os Kim acabam se infiltrando na residência dos Park como verdadeiros parasitas, até que eles descobrem vários mistérios que habitavam a casa antes mesmo deles aparecerem.

“Parasita” é uma obra peculiar, capaz de transitar por gêneros com uma facilidade incrível. O que começa como uma comédia familiar, motivada especialmente pela ingenuidade dos Park ao aceitarem cada absurdo que os Kim lhes propõem, acaba se transformando em um suspense psicológico com momentos aterrorizantes. Essas mudanças acontecem de forma tão fluida que só conseguimos percebê-las quando já estamos sendo socados no estômago. É, sem dúvidas, um filme obrigatório para quem gosta do gênero — e para quem gosta de cinema como um todo.

Um Lugar Silencioso (2018)

Não há nada melhor do que já se apaixonar por um filme ao conhecer só a premissa dele, e depois de assistir, ter as expectativas muito bem correspondidas. Este certamente é o caso de “Um Lugar Silencioso”, que desenvolve um mundo pós-apocalíptico baseado em uma simples afirmação: não faça barulho! É assim que uma família precisa sobreviver, evitando ser atacada por monstros ultrassensíveis ao som.

John Krasinski mostra qualidade tanto como diretor quanto como o protagonista da obra, que poderia dar muito errado caso não fosse bem feita. A sensação de perigo não nos abandona em um único minuto, afinal, um único barulho é o suficiente para colocar tudo a perder. Ainda assim, o diretor sabe perfeitamente como nos deixar com a guarda mais baixa, e quando a pancada vem, é difícil não prender a respiração por um longo tempo.

Janela Indiscreta (1954)

Seria um absurdo fazer uma lista com grandes filmes de suspense sem citar ao menos um exemplar do grande mestre Alfred Hitchcock. Dentre tantos da sua filmografia, “Janela Indiscreta” se destaca por não só ser um dos maiores e melhores filmes do gênero, como também ser uma grande metáfora para o ato de assistir a um filme.

Para isto, Hitchcock nos coloca na posição de voyeur através de uma janela, até que o fotógrafo L. B Jefferies (James Stewart), preso a uma cadeira enquanto se recupera de uma fratura na perna, assume essa função. Ao observar a vida de todos os vizinhos através da moldura da janela, Jefferies faz exatamente o que nós fazemos quando nos colocamos diante de uma tela. E é colocando público e protagonista na mesma posição que o diretor constrói o seu suspense, pois quando Jefferies crê que um de seus vizinhos matou a esposa, é apenas através do que vemos pela janela que vamos tentando entender a história e ligar os pontos necessários. Mas é claro que a narrativa acaba se revelando muito mais perigosa do que imaginávamos.

O Silêncio dos Inocentes (1991)

A jovem agente do FBI, Clarice Starling (Jodie Foster), precisa investigar um serial killer conhecido como Buffalo Bill (Ted Levine). Para ajudar na investigação, ela precisa passar por uma situação perigosa ao pedir ajuda ao prisioneiro Hannibal Lecter (Anthony Hopkins), um psiquiatra brilhante, mas também um condenado por assassinato e canibalismo.

“O Silêncio dos Inocentes” é considerado por muitos o melhor suspense da história do cinema, sendo o primeiro do gênero a vencer o Oscar de Melhor Filme. Hopkins entregou um dos maiores antagonistas de todos os tempos, mostrando um comportamento doentio de um serial killer psicopata analisando o pensamento de outro assassino em série. Hannibal Lecter é inesquecível, e se você não o conhece, melhor tomar cuidado e assistir ao filme agora mesmo!

Fragmentado (2016)

Mas um que não poderia faltar em uma lista do gênero é M. Night Shyamalan. O diretor indiano, cuja carreira explodiu depois do grande suspense “O Sexto Sentido”, possui outros bons exemplares na sua filmografia, dentre os quais o que talvez se destaque mais seja “Fragmentado”. Nele, temos a história de Kevin (James McAvoy), um homem com 23 personalidades distintas que acaba sequestrando três adolescentes. O que parece se tratar de mais um distúrbio da mente instável do protagonista fica muito mais sinistro quando um lado sombrio da sua personalidade começa a vir à tona.

Não bastasse a atuação inacreditável de James McAvoy, capaz de nos fazer acreditar que em um momento é uma fanática religiosa, e no momento seguinte, é uma criança de 9 anos, “Fragmentado” acaba nos fisgando desde o início, afinal, queremos saber o porquê de tudo aquilo estar acontecendo. Além da interessante faceta de mostrar as múltiplas personalidades de Kevin como formas que o ajudam a superar os traumas sofridos no passado, não podemos esquecer que o filme marca a ascensão de um grande vilão em uma inesperada sequência do longa “Corpo Fechado” (2000).

Amnésia (2000)

Falando em “Corpo Fechado”, finalizamos nossa lista com mais um exemplar do ano 2000, desta vez dirigido pelo sempre impactante Christopher Nolan. “Amnésia” conta a história de Leonard (Guy Pearce), um homem que não consegue mais guardar novas memórias após sofrer um ataque violento que vitimou a sua esposa. Com sede de vingança, ele precisa lutar contra a sua condição para encontrar o assassino.

Um dos grandes atrativos de “Amnésia” é a forma como Nolan conta a história, ora de forma cronológica e seguindo uma estética em preto e branco, ora na ordem contrária dos fatos e em cores. Além de todo o suspense e da agonia de não saber em quem confiar, a expectativa é grande para quando as duas narrativas se encontram, dando finalmente as respostas que tanto esperamos.

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