Cinema com Rapadura

Notícias   domingo, 06 de maio de 2018

[EXCLUSIVO] Vingadores: Guerra Infinita | Diretor de arte Charles Wood fala sobre o desafio de trabalhar no filme

Wood já havia trabalhado na Marvel em "Thor: O Mundo Sombrio", "Vingadores: Era de Ultron", "Guardiões da Galáxia" e "Doutor Estranho".

[EXCLUSIVO] Vingadores: Guerra Infinita | Diretor de arte Charles Wood fala sobre o desafio de trabalhar no filme>

“Vingadores: Guerra Infinita” estreou no dia 27 de abril mundialmente em seu segundo fim de semana já arrecadou mais de 1 bilhão de dólares na bilheteria mundial. Antes da estreia do filme, o Cinema Com Rapadura teve a chance de falar com Charles Wood, o diretor de arte do filme. 

Wood já havia trabalhado em quatro filmes da Marvel: “Thor: O Mundo Sombrio”, “Vingadores: Era de Ultron”, “Guardiões da Galáxia”, pelo qual ganhou o prêmio do Sindicato dos Diretores de Arte (DGA) em 2015, na categoria de Melhor Filme de Fantasia, e “Doutor Estranho”, pelo qual foi indicado no DGA, e ao BAFTA, na categoria de Melhor Design de Produção.

Com o trabalho já bastante elogiado pelos Irmãos Russo, diretores de “Vingadores: Guerra Infinita”, assim como alguns dos astros do filme em que trabalhou, como Benedict Cumberbatch (Doutor Estranho), Charles Wood vem recebendo bastante elogios por seu trabalho neste que já é um dos maiores filmes já feitos na história do cinema. Veja a entrevista completa abaixo:

Cinema Com Rapadura: Você já trabalhou em filmes dos principais personagens de Guerra Infinita. Pelo que pôde ser visto nos trailers, “Era de Ultron” e “Guardiões da Galáxia” possuem grande influência nesse próximo capítulo, mas com 18 filmes na conta, e com dezenas de personagens juntos em um só filme, a maior dúvida é: como funciona o processo de construção de um ambiente em que todos os mais variados personagens da Marvel se encaixem em tela, sem que pareça que o filme é mais de um do que do outro?

Charles Wood: Isso foi uma parte difícil pra mim. Você tem que começar analisando cada filme do MCU, nós tentamos balancear o filme para que cada personagem, e cada ambiente, tivesse uma parte igual no filme, e o desafio foi não exagerar uma parte e subestimar tantas outras. É difícil de equilibrar isso. Nós passamos muito tempo pensando e conversando sobre essa questão.

CCR: Embora os filmes da Marvel tenham sua origem nos quadrinhos, as adaptações das histórias acontecem de forma bastante única, com cada diretor colocando sua visão em determinados filmes. E no caso dos Irmãos Russo, já existe uma expectativa de estilo, por conta de “Soldado Invernal” e “Guerra Civil”. Por conta disso, em um filme da escala de “Guerra Infinita”, você tem a liberdade para escolher o que tirar dos quadrinhos e o que não, ou isso já é detalhado no roteiro e na instrução dos diretores?

Wood: É uma junção de tudo. Você pode pegar influência das HQs, do roteiro, dos diretores e do estúdio, nunca é uma coisa só. Quando você adapta algo dos quadrinhos para o cinema, certamente as hqs são muito influentes, mas chega um momento que você tem que transmitir isso para um espaço tridimensional, e os Irmãos Russo foram ótimos em me ajudar a achar meu caminho nisso tudo, porque foi um trabalho massivo. Eles foram excelentes guias neste processo.

CCR: Ainda na questão da escala de um filme como “Guerra Infinita”, como é a dinâmica com o fundo verde? Como vocês decidem o que vai ser de fato construído para o set, ou o que será adicionado posteriormente?

Wood: Você tenta construir o quanto conseguir onde for relevante. Se você está trabalhando com um ambiente no mundo real, você sempre vai para o set, não é nem uma questão do quanto de efeitos visuais vamos colocar. Existe um grande equilíbrio entre a construção de set e os efeitos visuais, mas você sempre tenta economizar nos efeitos, tenta usar efeitos apenas naquilo que realmente só pode ser feito com os efeitos. Há partes neste filme em que partes dos sets foram construídas totalmente ou parcialmente. Como um ambiente alienígena, nós ainda construímos a parte em que os atores irão interagir fisicamente, mesmo que o horizonte seja algo virtual. Mas você tenta fazer o máximo que conseguir, pois o departamento de efeitos visuais escaneiam o set e tentam pegar o máximo de referências de luz e textura que irão ajudar na composição geral no filme. Quando você trabalha em um filme como esse, você trabalha totalmente em conjunto com a equipe de efeitos visuais.

CCR: Dos filmes anteriores da Marvel em que você trabalhou, o que representa um desafio maior, filmes como “Thor: O Mundo Sombrio” e “Era de Ultron”, que já tiveram seus visuais estabelecidos, e mundos criados, ou filmes como “Guardiões da Galáxia” e “Doutor Estranho”, onde você estará criando e estabelecendo o mundo para filmes posteriores?

Wood: É uma pergunta  difícil de responder. Porque mesmo em filmes que já foram estabelecidos dentro do MCU, você ainda tenta botar sua própria assinatura nisso. Então eu não posso dizer que um filme é mais fácil ou mais difícil de fazer do que outro, são todos desafios. Eu diria que filmes como Guardiões e Doutor Estranho são particulares, porque eles têm sua própria atmosfera, mas não diminuo o trabalho nos outros filmes, porque nós certamente colocamos nossa marca em todos eles.

CCR: A equipe do departamento de arte de filmes como esse é sempre bem grande, e vários setores atuam separadamente. Em “Guerra Infinita”, supõe-se que este número aumenta bem mais, então como garantir que o trabalho de todos os diversos setores estejam em harmonia?

Wood: Você tem que trabalhar bastante (risos) Você tenta organizar um time em sua volta, com vários diretores de arte, vários membros na equipe, então você compartimentaliza o filme para que você possa manter o controle. Você tem que dispersar a informação por setores, pelos diretores de arte. Com um filme como esse você tem que se firmar em uma boa e grande equipe, e assim manter a qualidade em tudo que é feito, e a Marvel foi ótima em entender as necessidades do departamento de arte.

“Vingadores: Guerra Infinita” está em cartaz nos cinemas brasileiros. “Vingadores 4”, no qual Charles Wood também atua como diretor de arte, tem estreia programada para 2 de maio de 2019.

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Louise Alves
@louisemtm

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