Cinema com Rapadura

Colunas   quinta-feira, 09 de março de 2017

Elas em Ação: 10 personagens femininas que mudaram o cinema

Fizemos uma lista com mulheres que quebraram o estereótipo e vieram para mostrar que elas são suas próprias heróinas.

Continuando a homenagem desta semana às mulheres do cinema, chegou a vez de listar 10 personagens que quebraram os padrões costumeiramente vistos em um filme. Nem mocinhas salvas por um herói, nem princesas esperando o príncipe no alto de um castelo, nem símbolos sexuais. Essas mulheres são fortes, corajosas, e ao mesmo tempo choram e se desesperam, fazendo com que sejam reais.

Leia Organa (Star Wars)

Princesa/General Leia é filha de Anakin Skywalker e Padmé Amidala, e irmã gêmea de Luke Skywalker. Ainda jovem, ela se uniu à Aliança Rebelde na luta contra o Império Galáctico. Durante uma de suas missões, ela foi capturada pelo Império e presa em sua estação espacial, onde gravou uma mensagem pedindo ajuda a Obi-Wan Kenobi em seu droide R2-D2, e mandou-o junto com C3PO para o planeta Tatooine. E assim começou a jornada de uma das personagens mais conhecidas do cinema, de uma das maiores franquias nerds da história.

Em um ambiente predominantemente comandado por homens, Leia sempre se mostrou alguém corajosa, forte e uma verdadeira chefe, onde em vários momentos da saga, foi ela quem livrou seus amigos dos problemas.

Em “O Retorno de Jedi”, a princesa aparece com o famoso biquíni dourado, pois foi aprisionada por Jabba e obrigada a usar uma roupa de escrava. A imagem de heroína caiu e criou-se uma espécie de símbolo sexual para alguns fãs da saga, o que é completamente errado, já que Leia estava com uma roupa que ela não queria e foi obrigada a usar, e que servia apenas para entreter o vilão. O problema não é o biquíni em si, mas o modo como apenas uma cena em que ela aparece com ele, é lembrada, como se o legado dela se resumisse a isso. Leia é muito mais que um biquíni dourado, é uma guerreira, general, que quebrou estereótipos do que é ser princesa e mulher em filmes, e é por isso que ela deve ser lembrada.

Sarah Connor (O Exterminador do Futuro)

Sarah Connor, vivida nos cinemas originalmente por Linda Hamilton, é uma jovem de 19 anos que trabalha como garçonete. Em um dia comum, ela é atacada por um cyborg, o Terminator 101 (Arnold Schwarzenegger), mas é salva pelo soldado Kyle Reese. O soldado explica que veio do futuro para salvá-la, pois no futuro essas máquinas dominaram o mundo, e Sarah será mãe da pessoa que lidera a Resistência Humana. Essas máquinas, originadas do projeto Skynet, mandaram também do futuro um de seus modelos para aniquilá-la, com objetivo de acabar com a possibilidade de existência de seu filho, John Connor.

No primeiro filme vemos uma pessoa comum começando a aprender a se proteger, mas é em “O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final” que Sarah se transforma numa máquina de guerra. Após 11 anos dos acontecimentos do primeiro filme, Sarah, por alegar lutas contra robôs do futuro, acaba sendo tratada como louca em um manicômio judiciário, e se vê separada de seu filho John, que está com um casal adotivo. Nesses anos que se passaram, ela treinou habilidades e técnicas inimagináveis para quem há pouco foi uma pacata garçonete, tornando-se mais musculosa e até agressiva.

A importância da personagem é a demonstração em um filme de ação do que uma mulher é capaz de fazer para proteger o seu filho. Ela é protetora, guerreira e se tornou um ícone do cinema de ação, abrindo portas para muitas outras atrizes.

Ellen Ripley (Alien)

Ripley trabalha para empresa Weyland-Yutani e embarca como tenente de voo na nave Nostromo, onde viaja levando um carregamento com toneladas de minério de Thedus para a Terra. Em 2122, a nave recebe uma transmissão não identificada vinda de LV-426, onde ocorre o primeiro contato com um xenomorfo (um Alien), fato que muda toda a sua vida.

“Alien” é um filme de ficção científica que foge dos padrões, ao ter uma protagonista feminina que é uma mulher normal. Não é a mais simpática, nem a mais querida, ela é intrigante, e não aparece em tela com roupas justas para representar um fetiche masculino, e nem é a donzela que fica esperando o carinha que vai salvá-la, como faziam os filmes do gênero na época. Extremamente inteligente, corajosa e ao mesmo tempo se mostra humana e tem fragilidades como qualquer outra pessoa. Uma personagem icônica!

Beatrix Kiddo (Kill Bill)

Durante uma missão, Beatrix descobriu que estava grávida, e mudou-se em segredo para uma pequena cidade do Texas, onde iria se casar com o dono de uma pequena loja de discos. Seu ex-amante Bill a encontrou às vésperas de seu casamento, e, num ataque de ciúmes, ordenou o assassinato de todos presentes na cerimônia. Beatrix, que estava nos últimos meses de sua gestação, foi baleada na cabeça, mas encontrada viva. Após ficar em coma por quatro anos, acordou em busca de vingança. Seu objetivo é derrotar todos os membros de seu antigo grupo e matar Bill.

Uma das maneiras de analisar o ódio que Beatrix sente ao querer vingança, é sobre o seu direito de ser mãe que foi perdido, ao menos no início da sua jornada. E em suas situações de perigo, não permanece com a beleza intacta: ela se suja, está sempre cheia de sangue e descabelada. As roupas usadas pela personagem não tem propósito de atrair o público masculino de alguma forma, mas apenas de fazer com que ela vença a luta. Sem dúvidas, “Kill Bill” quebrou barreiras.

Hermione Granger (Harry Potter)

Hermione é filha do Sr. e Sra. Granger, que são trouxas (pessoas sem poderes mágicos), e em seu primeiro ano em Hogwarts, o Chapéu Seletor a escolheu para ser da Grifinória, onde conheceu seus melhores amigos. É a melhor aluna de sua turma, e parece sempre saber tudo e ler muitos livros. Uma das protagonistas da série de filmes Harry Potter, ela é uma bruxa super inteligente, esperta, curiosa, e extremamente corajosa. Já salvou seus amigos de muitas situações, aliás, o que seria Harry e Rony sem Hermione, não é mesmo?!

Ela parece sempre ter algo em mente para resolver os problemas as quais o trio se mete, e na maioria das vezes, toma o controle da situação. Emma Watson, que interpreta a personagem nos filmes, disse em uma entrevista: “As jovens dizem para si mesmas que elas devem ser princesas delicadas. Hermione ensinou-lhes que elas podem ser guerreiras”. E é verdade!

Katniss Everdeen (Jogos Vorazes)

Katniss e sua família moram no Distrito 12, um distrito de mineração de carvão, que é um dos mais pobres e menos povoados da nação Panem. A protagonista se voluntaria para substituir sua irmã, Primrose “Prim” Everdeen depois que ela é sorteada como tributo feminino durante o Dia da Colheita, um dia em que, anualmente, um menino e uma menina entre as idades de 12 a 18 são selecionados a partir de cada distrito para lutar até a morte em uma arena onde apenas um sairá vivo, conhecido como Jogos Vorazes.

Katniss é um grande exemplo de força e empoderamento feminino. Com habilidades de luta, sobrevivência, e sabendo usar um arco e flecha como ninguém, ela se torna o símbolo de uma revolução. Corajosa e do tipo que não abaixa a cabeça, ela vai contra o Estado, e a sociedade geral em que vive. “Jogos Vorazes”, que é direcionado principalmente ao público jovem, tem uma protagonista feminina forte e que sabe se virar muito bem sozinha,  não é uma mocinha que precisa ser salva por alguém.

Elsa (Frozen)

Elsa, princesa de Arendelle e herdeira do trono, nasce com a capacidade de criar e controlar o gelo e a neve. Quando criança, ela usa suas habilidades para criar um paraíso de inverno para brincar com sua irmã mais nova e melhor amiga, a princesa Anna. Em uma brincadeira ela acidentalmente atinge Anna com sua magia, o que faz com que seus pais fiquem preocupados. Os poderes de Elsa crescem ao passar do tempo, e ela tem que aprender a controlá-los, pois pode acabar machucando alguém de novo.

Acontece com Elsa algo que muitas meninas passam: ter que esconder quem realmente são, e obrigadas a seguir e aceitar certos estereótipos de como uma mulher deve ser e agir. “Encobrir, não sentir, não deixar saber” é o seu lema. O maior propósito dela no filme é aprender a se aceitar, do jeito que ela realmente é, e ser livre, como diz a famosa música cantada por ela: “Livre Estou”.

Ao contrário de outros filmes da Disney, o dilema é a autoaceitação de uma princesa que vai se tornando empoderada em uma trama onde ela não tem um príncipe. E o mais legal é isso: o amor verdadeiro não reside em um par romântico, mas sim na sua irmã, mostrando às crianças que assistiram “Frozen”, que o amor vai muito além de um homem. Ele se encontra na sua família, nos seus amigos, e nos laços de afeto que você cria ao longo da vida.

Furiosa (Mad Max: Estrada da Fúria)

Perseguido pelo seu turbulento passado, Max Rockatansky acredita que a melhor forma de sobreviver é não depender de mais ninguém além de si próprio. Ainda assim, acaba por se juntar a um grupo de rebeldes que atravessa a Wasteland, numa máquina de guerra conduzida por uma Imperatriz de elite, Furiosa. Este bando está em fuga de uma Cidadela tiranizada por Immortan Joe, a quem algo insubstituível foi roubado. Desesperado com a sua perda, o Senhor da Guerra reúne o seu exército e inicia uma impiedosa perseguição aos rebeldes e a mais implacável Guerra na Estrada de sempre.

Furiosa representa a luta feminina em pleno século XXI. O ditador do filme colocava as mulheres em situações deploráveis, onde eram vistas apenas com propósito de reprodução e amamentação. E percebemos que hoje, grande parte da sociedade vê as mulheres apenas por esses aspectos. O que mais impressiona é a sororidade mostrada em “Mad Max”, onde as mulheres se unem por sua libertação, repetindo uma para outra que elas não são coisas, e sim seres humanos que deveriam ter voz e liberdade. Furiosa é absurdamente fantástica, luta bem, atira bem, ajuda outras mulheres, é corajosa e forte!

Rey (Star Wars)

Em “O Despertar da Força”, Rey trabalha coletando ferro-velho no planeta Jakku, onde foi abandonada e se envolve com o conflito entre a Resistência e a Primeira Ordem ao encontrar Finn, um stormtrooper desertor e BB-8, o androide do piloto da resistência Poe Dameron.  

Personagens femininas protagonistas em “Star Wars” não é novidade, por conta da eterna Leia, mas ainda assim, alguém como Rey é tão importante quanto para o cinema e principalmente para as mulheres e meninas que são fãs da saga. Rey é referência para a nova geração: uma garota corajosa, forte, luta por sua sobrevivência, não abaixa a cabeça para a vida.

A personagem não foi sexualizada em nenhum momento de “O Despertar da Força”, e assim esperamos que continue. Rey nos ensina a ter força e a deixar essa força despertar em nós, sem dúvidas, ela irá inspirar uma geração de meninas mais seguras de si.

Mulher Maravilha

Treinada desde cedo para ser uma guerreira imbatível, Diana Prince nunca saiu da paradisíaca ilha em que é reconhecida como princesa das Amazonas. Quando o piloto Steve Trevor se acidenta e cai numa praia do local, ela descobre que uma guerra sem precedentes está se espalhando pelo mundo e decide deixar seu lar certa de que pode parar o conflito. Lutando para acabar com todas as lutas, Diana percebe o alcance de seus poderes e sua verdadeira missão na Terra.

O filme ainda não foi lançado, mas a personagem está na lista por tudo que tem representado atualmente para meninas e mulheres que amam filmes de super-heróis e não tinham um filme solo para alguma heroína atualmente. E nada mais representativo do que o filme de uma das maiores heroínas da história dos quadrinhos. Mulher Maravilha representa uma nova geração de filmes com mais mulheres protagonistas de histórias baseadas em HQs, finalmente!

E aí, qual sua personagem favorita? Deixem nos comentários e aproveitem para citar alguém que ficou de fora!

Hanna Rayssa
@_hannarayssa

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