Cinema com Rapadura

Colunas   quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O filme X-Men Origens: Wolverine não respeitou o herói, o jogo sim

Vale muito a pena tanto para aqueles que curtem o herói quanto para os que simplesmente gostam de games de ação.

Chega a ser senso comum dizer que jogo de filme é ruim, pois o apertado prazo de produção acaba refletindo na qualidade do produto final, resultando quase sempre em games superficiais, com gráficos fracos e cheios de bugs, mas mostrando o motivo pelo qual o “quase” entrou ali antes do “sempre”, X-Men Origins: Wolverine teve sua versão jogável feita de forma bem competente. Os fãs do velho carcajú devem estar reclamando até agora do filme, dizendo ser bobo, que não conta a história direito, que não tem sangue e, o principal, que aquele “não é o Wolverine de verdade”, do que eles lêem nas HQs, tudo por culpa de uma combinação de dois fatores: dinheiro e classificação etária.

É sabido que um filme de super herói com classificação alta não vende bem no cinema (vide Watchmen), mas os produtores da versão jogável de Wolverine nem quiseram saber disso e mandaram ver num game que recebeu classificação ”M” (acima de 17 anos), que fez os tais fãs do personagem afirmarem que o filme deveria ter sido feito da mesma forma que o game. O enredo segue a linha do filme, porém de forma não-linear, passando inclusive pelas guerras que Wolverine lutou ainda com garras de ossos, mostradas praticamente em frações de segundos na telona, e tudo que o filme não tem, o jogo tem: sangue, violência, decepações e até o famoso “sou melhor no que faço”.

O jogo em si pode ser considerado mais um clone de God of War, com gráficos bem competentes e um sistema de danos visuais praticamente perfeito, pois cada impacto recebido é instantaneamente refletido no corpo de Wolverine, logo, no final das fases que ele começa com aquela manjada camiseta regata, não resta mais nada dela para contar história.

Sua energia é automática e não há itens que a recuperam, bastando não sofrer danos por alguns segundos para que a barra se encha novamente, e esse tempo é acompanhado pela regeneração visual de Wolverine. A maioria das cenas não-interativas ocorre em tempo real, com o personagem visualmente na mesma situação que se encontra no momento em que elas começam, com ou sem camisa, desfigurado ou carinha de bebê. Algumas são pré-definidas e outras são em CG, as quais Wolverine está sempre do mesmo jeito, independente do estado no momento… é, o povo dos games não liga muito para erro de continuísmo.

Os cenários são muito bonitos, mas as matas são bem paradonas, dando uma impressão de floresta de plástico, trazendo lindas imagens em fotos, mas não muito agradáveis em movimento, se bem que com a pancadaria rolando solta, ninguém vai reparar muito em folhinhas se mexendo com o vento, principalmente por ser possível espetar inimigos em qualquer coisa pontiaguda do cenário, o que fará seus olhos se treinarem para localizar esse tipo de objeto. Há alguns bugs como paredes invisíveis e inimigos que acabam sendo empalados no ar, ao lado da estaca, mas isso é consideravelmente difícil de ocorrer

Mesmo repetitivo, o game tem uma duração bacana, apesar de não apresentar muita dificuldade e nem trechos empacáveis. No fim das contas, X-Men Origins: Wolverine acaba valendo a pena tanto para aqueles que curtem o herói quanto para os que simplesmente gostam de games de ação.

PRÓS
– Jogabilidade fácil e ágil
– Violência característica do personagem
– Wolverine muito bem reproduzido
– Duração satisfatória

CONTRAS
– Alguns bugs
– Repetitivo
– Pouco desafio

Fernando Vivaldini
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