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Notícias   quinta-feira, 07 de junho de 2012

Mostra Especial Olhar do Ceará destaca curtas de realizadores cearenses

Diferentes produções cearenses foram exibidas durante o 22º Cine Ceará.

A programação do 22º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema trouxe a Mostra Olhar do Ceará, iniciativa que reúne curtas cearenses que não foram selecionados para a Mostra Competitiva Nacional de Curtas.

Entre os competidores estão “Jus”, de Marcelo Dídimo, um documentário que mostra a trajetória dos jumentos no Nordeste, abordando sua importância histórica e cultural, com enfoque no abandono destes animais que, ao longo dos anos, vem sendo substituídos por motocicletas e deixados à míngua nas estradas do sertão; “Mulheres da Comuna”, de Daiana Gomes, que retrata a luta das mulheres que moram na Comuna 17 de abril, terreno invadido pelo Movimento dos Sem-Terra (MST), no bairro José Walter, localizado em Fortaleza. Vivendo sem quaisquer condições dignas de moradia, as mulheres compartilham seus relatos de vida, cheios de perdas, mas com muitas esperanças em um futuro melhor.

O curta “Próxima Parada”, de Samuel Brasileiro, traz a visão do estudante sobre as pessoas que passam por sua vida enquanto ele anda de ônibus. O resultado foi obtido por meio do uso de fotografias de forma sequencial, transformando-as em filme. A narração, realizada pelo próprio Samuel, dá a tônica subjetiva do filme, carregada de primeiras impressões, que são advindas de uma imaginação fértil; e a animação “Gorgon”, de Felipe Klein, que mostra o personagem-título representado por um monstrinho capaz de transformar em pedra todos aqueles que o olharem. Sem diálogos, o filme foi um dos de menor duração entre os exibidos no dia.

“Exilados”, de Ana Paula Vieira, mostra a história dos idosos abandonados em asilos. O curta foi filmado no Abrigo do Idoso, Lar Torres de Melo, Casa Pio/Toca de Assis, Casa de Idosos Caminho de Emaús e Casa de Nazaré, todos situados em Fortaleza. A realizadora mostra o olhar dessas pessoas que foram deixadas à sua própria sorte e retrata com sensibilidade o abandono do direito de sonhar. Já  “Maracatucá”, de Vivi Rocha e Irene Bandeira, representa a história da criação do maracatu, ritmo associado à resistência negra. O desenvolvimento deste marco cultural é mostrado desde a seleção dos instrumentos apropriados até as suas danças. Cheio de cores, o curta traz relevantes informações sobre o gênero. “Ele Pode Recorrer”, de Ronaldo Barbosa, é bastante conceitual ao mostrar a lentidão de uma lesma em meio a um sistema de trânsito pronto para autuar aqueles que não se encaixem nos padrões.

Na mostra competem “8 Estações”, de Célia Chaves Gurgel de Amaral; “Epifânio”, de Gláucia Barbosa; “Presídio”, de Victor Costa Lopes; “Box 199 Mercadorias e Afetos”, dos alunos do projeto Educando o Olhar; “Elefante Invisível”, de Elisa Manuela Ratts Freitas dos Santos; “Couro Tecido”, de Adriana Barroso Botelho; “Mate-me Que Eu Já Te Matei”, de Ítalo Nóbrega Aguiar; “Rosal da Liberdade”, de Marilena Ferreira de Lima, “Primas”, de Salomão Santana; “O Geraldo”, de Lorena Cíntia Soares de Matos; “Rainha do Maracatu”, de Eugenio Pacelli Gomes Santos; “Fátima”, de Jeferson Tadanori Sobral Hamaguchi; “Europa”, de Leonardo Mouramateus; “Baratas”, de Maíra Bosi; “Saudade”, de Diego Akel e alunos do Educando o Olhar; “Sobre Cabras Macacos e Cangaceiros”, de Camilo Vidal; “Dona Léo”, de Rodrigo Paulino; “Um Dia Que Corre”, de Arthur Leite e “O Último Apito”, de Aderbal Simões Nogueira.

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Thayanne Brasil
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