Cinema com Rapadura

Colunas   quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Meryl Streep, a incontestável dama de ouro de Hollywood

Premiada pela oitava vez no Globo de Ouro, atriz disputa seu terceiro Oscar esse ano.

Existem algumas unanimidades no cinema. Não falo só daquelas que os livros mais antigos apontam como grandes figuras que contribuíram para a Sétima Arte, mas de outras mais próximas que emprestam seus talentos nas telonas atuais. Meryl Streep, batizada Mary Louise Streep, pode ser considerada a atriz de maior poder da indústria atual, tanto pela crítica quanto pelo público. Não à toa, hoje ela é a recordista do Oscar com 16 indicações, número que subirá este ano com a certa nomeação por “A Dama de Ferro”.

Nascida em New Jersey, onde trabalhou como garçonete, desde a juventude ela se interessava em artes, o que levou a entrar para a Yale School of Drama para aperfeiçoar o seu dom de atuar e ficou conhecida pelo perfeccionismo ao construir seus personagens. Seu primeiro trabalho no cinema que arrancou elogios da crítica foi em 1977, no drama “Julia”, de Fred Zinnemann, onde atuou ao lado de duas outras grandes atrizes do cinema, Jane Fonda e Vanessa Redgrave. Desde então, ela passou a ser cobiçada pelos grandes roteiristas e diretores que querem dar credibilidade aos seus projetos.

No último domingo (15), a atriz ganhou o oitavo Globo de Ouro da carreira por sua performance em “A Dama de Ferro”, onde interpreta a ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher. Só no Globo de Ouro, Streep já soma 26 nomeações, iniciadas em 1979 ao ser indicada como Melhor Atriz Coadjuvante por “O Franco Atirador”, de Michael Cimino. Injustamente ela perdeu para a atuação de Dyan Cannon em “O Céu Pode Esperar”.

Foi apenas no ano seguinte, em 1980, que ela recebeu o primeiro Globo, na mesma categoria, por “Kramer vs. Kramer”, dirigido por Robert Benton, filme que também rendeu o seu primeiro Oscar. Desde então, as indicações se tornaram frequentes. Em 1982, Streep ganhou o segundo Globo de Ouro, mas o primeiro na categoria Melhor Atriz Drama por “A Mulher do Tenente Francês”, desbancando as musas Sally Field (“Ausência de Malícia”), Katharine Hepburn (“Num Lago Dourado”), Diane Keaton (“Reds”) e Sissy Spacek (“Raggedy Man”).

“A Mulher do Tenente Francês” e “Kramer vs. Kramer”

No ano seguinte, ela repetiria o prêmio por “A Escolha de Sofia”, um de seus principais trabalhos para o cinema que também rendeu o segundo Oscar. Após várias indicações ao Globo de Ouro sem vencer, Streep voltou a subir no palco para receber mais uma estatueta em 2003, na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante por “Adaptação”, filme de Spike Jonze. No mesmo ano, ela também concorreu também por “As Horas”, de Stephen Daldry, mas perdeu para Nicole Kidman pelo mesmo filme.

“Adaptação” e “A Escolha de Sofia”

Sem se restringir apenas ao cinema, Streep protagonizou uma das minisséries mais elogiadas da televisão americana, “Angels in America”, que venceu cinco Globos em 2004, um deles pela performance da estrela. Três anos depois, a foi a vez de vencer por Melhor Atriz em Comédia em “O Diabo Veste Prada”, de David Frankel. Em 2009, a atuação em “Julie & Julia”, de Nora Ephron, rendeu-lhe a sétima estatueta.

“Angels in America” e “O Diabo Veste Prada”

Aos 62 anos de idade, dos quais mais de 30 foram dedicados à carreira, Streep é a eterna queridinha de Hollywood. A exigência com que constrói seus papéis faz com que todas as suas atuações sejam divergentes, com características próprias que demonstram a versatilidade da atriz, seja em dramas ou comédias.

“Julie & Julia” e “A Dama de Ferro”

Ano passado, Streep descansou um pouco do ritmo frenético de filmagens dos últimos anos e se dedicou apenas a “A Dama de Ferro”, em mais uma parceria com Phyllida Lloyd após o musical “Mamma Mia!”. Com o reconhecimento no Globo de Ouro, Streep dispara como favorita na próxima cerimônia do Oscar, após 12 indicações (em 29 anos, o segundo Oscar foi dado em 1983) sem vitória.

Diego Benevides
@DiegoBenevides

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