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Notícias   segunda-feira, 13 de abril de 2020

Bob Iger reassume comando da Disney durante crise do coronavírus

Iger havia deixado o comando em fevereiro, mas retorna para ajudar a empresa e o novo CEO a lidar com a situação difícil.

Bob Iger reassume comando da Disney durante crise do coronavírus>

Em 25 de fevereiro, foi anunciado que Bob Iger deixaria o cargo de CEO da Disney depois de 15 anos no serviço. A posição seria agora ocupada por Bob Chapek, o presidente da divisão de Parques, e Iger continuaria como presidente executivo até o final de 2021 na empresa. A mudança foi anunciada logo antes do mundo ser atingido por uma crise inimaginável com a pandemia do novo coronavírus, e diante de uma situação tão complicada, Iger, embora ainda nominalmente como presidente executivo, voltou ao comando da Disney, a fim de guiar a companhia por um caminho seguro (via The New York Times).

A Walt Disney Company está sentindo o impacto da crise de todos os lados. No âmbito do cinema, o estúdio adiou grande parte das estreias programadas. “Mulan” já teria estreado mundialmente, e em breve “Viúva Negra” tomaria as telonas – ambos provavelmente conquistariam bilheterias acima de US$ 1 bilhão. Em 2019, o estúdio conquistou mais de US$ 11 bilhões apenas com suas estreias, e em 2020, o cenário é bem diferente. Mas a divisão de cinema é apenas a terceira maior na empresa. A segunda maior divisão, de televisão, está sofrendo um grande baque na ESPN, que agora se encontra sem esportes para exibir. Já na maior divisão da companhia, a de parques, o prejuízo é ainda maior, com todos as unidades fechadas ao redor do mundo. No ano fiscal que acabou em junho de 2019, os Parques trouxeram mais de US$ 26 bilhões aos cofres da Disney.

Segundo indica a reportagem do NY Times, a Disney está perdendo cerca de US$ 30 milhões diariamente. Já no fim de março, a companhia teve de fazer um empréstimo de US$ 6 bilhões para se manter. O objetivo de Iger neste retorno ao comando é transformar a empresa em algo que resista às mudanças inevitáveis que a crise trará.

“Uma crise dessa magnitude e impacto na Disney, resultaria necessariamente do meu retorno ativo para ajudar Bob [Chapek] e a companhia a lidar com isso, já que eu comandei a companhia por 15 anos”, afirmou Iger em email ao NY Times.

Iger prevê uma companhia com menos empregados, focada em diminuir custos de produção. A divisão de parques sofre bastante, e já conta com vários empregados sob licença, que manterão seus benefícios, mas cujo último salário será pago em 19 de abril. Na Califórnia, 30 mil funcionários serão atingidos e outros 43 mil na Flórida. A empresa, no entanto, prevê algum tipo de estratégia para que os parques possam ser reabertos sem espalhar o vírus da COVID19 – uma solução proposta seria medir a temperatura dos visitantes na entrada.

Os executivos da empresa também sofrem com cortes salariais e o próprio Iger renunciou seu salário inteiramente. O NY Times aponta que o antigo CEO da Disney garantiu a Chapek que tais circunstâncias extraordinárias seriam levadas em consideração na avaliação de performance de Chapek eventualmente feita pela Direção da Disney. O desafio do novo CEO, no entanto, é gigantesco, e ele terá que lidar com as futuras consequências da crise.

A Disney tem um fio de luz durante tempos sombrios: Disney Plus. O streaming conquistou 50 milhões de assinantes em apenas cinco meses nos mercados em que já está disponível, um terço do público da Netflix. A vitória, no entanto, não representa muito a nível financeiro, visto que é um investimento que ainda está a anos de gerar lucro. Resta saber por quanto tempo Iger terá de adiar sua aposentadoria e permanecer guiando a empresa durante a crise.

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Louise Alves
@louisemtm

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