Vários filmes da Fox são cancelados pela Disney; futuro de Novos Mutantes ainda é incerto
Mau desempenho nas bilheterias da Fox fez com que Bob Iger, CEO da Disney, tomasse medidas mais drásticas; e executivos da Disney "não se impressionaram" com longa de terror dos mutantes.
Após Bob Iger, CEO da Disney, anunciar que haverá uma reestruturação nos futuros projetos da Fox por conta de um prejuízo de de US$ 170 milhões no terceiro trimestre fiscal do estúdio, é possível que mais filmes que já tinham sido anunciados serão cancelados ou passarão por grandes mudanças para que recebam sinal verde da Disney, agora dona da Fox.
De acordo com o Digital Spy, o remake de “Flash Gordon”, com direção de Taika Waititi, conhecido por seu trabalho em “Thor: Ragnarok”, foi um dos projetos cancelados. Outro roteiro descartado foi o da história real de um um ex-policial que supostamente operava uma rede criminosa para fraudar os sorteios anuais do McDonald’s do Monopoly. O filme seria dirigido por Ben Affleck, além de atuado por ele e Matt Damon. E uma adaptação do conto “The Boogeyman”, de Stephen King, também foi cancelada.
Outros títulos que foram interrompidos foram a sequência do clássico de terror trash “Palhaços Assassinos do Espaço Sideral”, “Assassin’s Creed 2”; um reboot só com mulheres de “A Liga Extraordinária”; uma versão live-action do quadrinho feminino “Lumberjanes”, da animadora Noelle Stevenson; dois prequels que estavam em desenvolvimento, um de “Duro de Matar” e outro de “Pinóquio”, intitulados “McClane” e “The Three Misfortunes of Geppetto”, respectivamente; um prequel de “Se Brincar o Bicho Morde” ainda sem título; e Greg Berlanti não vai mais dirigir “The Editor”, drama sobre Jacqueline Kennedy – mas ele ainda está escalado para produzi-lo, juntamente com o musical “Be More Chill”.
Também circula pela internet a imagem abaixo, mostrando que mais longas podem estar indefinidos – a informação não foi confirmada por nenhum estúdio ou veículo de informação:
A medida drástica foi tomada após Iger afirmar a acionistas durante reunião para divulgação de rendimentos trimestrais da Disney que “um dos maiores problemas foi o desempenho do estúdio Fox, que estava bem abaixo da meta deles e bem abaixo do que esperávamos quando fizemos a aquisição”. De acordo com a Variety, várias fontes internas da Disney afirmam que o chefe de criação e co-presidente da Walt Disney Studios, Alan Horn, e o co-presidente Alan Bergman têm se incomodado com o fraco desempenho nas bilheterias e a viabilidade de vários projetos em vários estágios de desenvolvimento.
Dos primeiros filmes da Fox que a Disney recebeu para distribuir este ano, apenas um, “Superação: O Milagre da Fé”, lançado em abril nos Estados Unidos e no Brasil, foi lucrativo. O filme gospel arrecadou US$ 50 milhões em todo o mundo com um orçamento de US$ 14 milhões, e foi produzido pela DeVon Franklin – cujo acordo global de produção com a Fox se desfez na fusão.
Mas a maior decepção do estúdio, e culpada por parte do fracasso e do prejuízo da Fox, foi “X-Men: Fênix Negra”, filme que a Disney ignorou completamente à época do lançamento e não fez questão de se envolver no marketing. O resultado foi desastroso: o longa que custou US$ 200 milhões para ser feito só arrecadou US$ 65 milhões no mercado norte-americano (no mundo todo, a bilheteria foi de US$ 251 milhões).
Com isso, a estratégia de Iger é focar nas produções da Fox que têm maior potencial de bilheteria, seja por ser um nome ou franquia de sucesso, como no caso das sequências de “Avatar” e “Planeta dos Macacos”, ou porque possuem um elenco de estrelas, como “The Last Duel”, que marcará o reencontro de Affleck e Damon nas telas, com Ridley Scott na direção.
Com as ordens de Iger, o futuro de filmes como “Os Novos Mutantes” fica incerto. Apesar de ter sido anunciado o lançamento para 3 de abril de 2020, fontes da Variety afirmam que executivos da Disney “não estão impressionados” com o filme e acreditam que o potencial de bilheteria é limitado.
Também não se sabe qual será a visão que a Disney terá de “Deadpool”, título apropriado para maiores da Fox que, agora, faz parte do catálogo Marvel juntamente com “X-Men” e “Quarteto Fantástico”. Aparentemente, Iger, ao lado de Kevin Feige, o presidente do Marvel Studios, estaria analisando uma forma de criar uma transição entre filmes solo para maiores do personagem e projetos PG-13 do estúdio.
A única “luz no fim do túnel” para a Fox parece ser a Fox Searchlight, “queridinha” do mundo do cinema independente, e que está em processo de exibições teste de “Jojo Rabbit”, sátira de Adolf Hitler dirigida por Taika Waititi. Espera-se que o filme seja um grande candidato durante a temporada de premiações, mas o reporte da Variety indica que um dos executivos da Disney que assistiu a uma exibição teste ficou visivelmente desconfortável, gerando preocupação com a possibilidade de que o material alienasse os fãs da Disney. Dificilmente, no entanto, isso resulte em algum corte ou censura por parte do estúdio, visto que o filme já tem uma data de estreia, irá estrear no Fantastic Fest, premiação na qual Waititi será homenageado.
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