Cerimônia do Oscar não terá apresentador pela primeira vez em 30 anos
Decisão foi tomada pela Academia após desistência do comediante Kevin Hart.
O Academia de Artes e Ciências Cinematográficas está empenhada em embarcar em uma das mais radicais reinvenções de sua história. Pela primeira vez nas últimas três décadas, a grande noite dos filmes, a cerimônia de entrega do Oscar, acontecerá sem apresentador, de acordo com a Variety.
Os produtores selecionaram uma lista do primeiro escalão de Hollywood para introduzir vários segmentos, em vez de depender um grande nome para o tradicional monólogo. Produtores e a Academia estariam tentando formar um grupo de atores e artistas que possa conduzir a premiação.
Até o momento não há novas ofertas a um potencial anfitrião que possa preencher o posto deixado por Kevin Hart, que desistiu horas depois de ser selecionado, quando se recusou a pedir desculpas por postagens antigas no Twitter com conteúdo homofóbico. O ator chegou a reconsiderar a decisão, mas acabou desistindo definitivamente em seguida.
Reações severas de grupos LGBTQ no Twitter e Facebook deixaram claro que Hart não deveria servir de distração no grande evento. Além disso, a Academia teria ficado furiosa porque DeGeneres mostrou, em seu programa, sua conversa telefônica com um funcionário da Academia que ela havia contatado na tentativa de pressionar pela readmissão de Hart. DeGeneres insinuou que a Academia queria que Hart voltasse a todo custo, a ponto de citar que alguém de dentro teria admitido que a organização pode ter “dito a coisa errada” ao discutir a saída de Hart.
Enquanto a Academia nunca comentou a veracidade da ligação, disseram que DeGeneres teria tomado conclusões fora de contexto. A relações públicas de DeGeneres não comentaram o caso. A Academia não comentou sobre o apresentador ou sobre o novo formato do programa ao vivo.
A transmissão do Oscar foi realizada sem um anfitrião precisamente apenas uma vez, 30 anos atrás, em uma transmissão que vive na infâmia: o produtor Allan Carr e o diretor Jeff Margolis montaram um número musical de 11 minutos para abrir o show em vez de um monólogo. A abertura mostrou uma versão de “Proud Mary“, executada por Rob Lowe em dueto com a personagem Branca de Neve. A apresentação foi tida pela crítica e fãs como um fracasso.
Em alguns anos o papel de anfitrião foi atribuído a mais de uma pessoa, como em 1958, quando Bob Hope, Jack Lemmon, Rosalind Russell e o Pato Donald estavam entre aqueles nomeados como anfitriões. Em 1973, Carol Burnett, Michael Caine, Charlton Heston e Rock Hudson compartilharam o palco. A última vez que mais de três pessoas apresentaram foi em 1987, quando Chevy Chase, Goldie Hawn e Paul “Crocodile Dundee” Hogan assumiram o palco. A última vez que mais de uma pessoa apresentou a cerimônia foi em 2011, o ano de James Franco e Anne Hathaway, com críticas negativas.
A produtora do Oscar, Donna Gigliotti, também está procurando maneiras de cortar o tempo do programa, que vem sendo acusado de estar inchado demais. Isso pode implicar em deixar a cerimônia menos monótona com a dinâmica habitual de apresentadores convocando os vencedores, embora ninguém saiba ainda como exatamente Gigliotti e sua equipe irão fazer isso. A boa notícia, de acordo com pessoas próximas a Gigliotti, é que as principais mudanças na cerimônia deste ano minimizaram o papel do anfitrião, de qualquer maneira. O novo estilo e ritmo dos apresentadores vai exigir menos tempo de um apresentador, disse uma das fontes.
O Oscar 2019 ocorrerá em 24 de fevereiro e os indicados serão anunciados em 22 de janeiro.
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