Cinema com Rapadura

OPINIÃO   quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Rambo IV (2008): não é para qualquer um, mas é fiel ao espírito do clássico

"Rambo IV" é como todos os outros filmes. Muitas mortes, muita ação, um roteiro fraco e, claro Sylvester Stallone. Alguém esperava diferente?

Primeiro repare no nome que assina essa crítica. Sim, sou uma mulher e, portanto, você não lerá sobre como Rambo influenciou a minha infância, sobre como eu acho admirável a vida do personagem de Sylvester Stallone ou como é eletrizante ver coisas explodirem em tela grande. Ok, mentira. Sobre essa última parte vocês vão ler sim.

Minha crítica sobre a quarta e, provavelmente, última aventura de John Rambo não é como muitas outras que escrevi para esse portal. Não é séria, sóbria, pois “Rambo IV” não é assim. Não é um filme para ser analisado em miúcias e avaliado quanto à qualidade de roteiro. É um filme para pegar detalhes violentos ao extremo e ter vontade de limpar o sangue do rosto a cada 5 minutos. Alguém irá se surpreender quando eu disser que gostei do filme?

Rambo é Rambo e eu não conheço nenhum adjetivo que qualifique algo do gênero. É um filme violento, é uma ação descabida, um roteiro bobo, 90 minutos de explosões, tiros e poucas falas. A palavra que explica precisamente o que significa ser John Rambo é Rambo. Quem espera encontrar mais do que o que descrevi com certeza irá se decepcionar. As expectativas giram em torno dos efeitos de explosões, das soluções do personagem para escapar dos vilões que o cercam, da maneira como o elenco de apoio, numeroso e homogêneo, é eliminado, tiro por tiro. “Rambo IV”, portanto, deve agradar aos homens e às mulheres que, como eu, não exigem muito.

John Rambo vive na Tailândia, na fronteira com a Birmânia, onde uma guerra civil sem precedentes acontece. Birmaneses e rebeldes da tribo Karen fazem do território um local dominado pela violência. Preocupados com os inocentes que vivem na zona de conflito um grupo de missionários contrata John Rambo para levá-los de barco até o local. O grupo é atacado e mantido como prisioneiros pelos birmaneses e, desesperado, um pastor pede a ajuda de Rambo para resgatá-los. O herói parte ao lado de mercenários para salvar a vida de Sarah Miller, interpretada por Julie Benz, e Michael Burnett, personagem de Paul Schulze.

A partir daí não há dúvidas do que esperar. São tantas explosões, tantas pessoas morrendo e, para a alegria das pessoas que, como eu, tem uma maldadezinha no coração, voando longe com cada bala atingida. Pois é! É isso que significa um filme do Rambo. Se a história que leva John Rambo a abraçar seu passado matador fosse realmente boa ou relevante, o longa-metragem perderia metade da graça. Afinal, tem algo mais divertido do que a uma ação descabida, completamente sem justificativa, apenas para que o espectador se divirta a cada aparição do herói e a cada borrifo de sangue?

“Rambo IV” não é para qualquer um, mas com certeza é fiel ao espírito que o tornou um clássico do cinema de ação na década de 80 e é um retorno interessante do personagem após 20 anos longe das telas.

Lais Cattassini
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