Cinema com Rapadura

OPINIÃO   segunda-feira, 15 de abril de 2024

Fallout (Prime Video, 1ª Temporada, 2024): “oi The Last of Us, você tem competição”

Deixando toda a desconfiança de lado, a série chega, impacta e cria expectativas para um grande futuro de mais temporadas.

Criado em 1997 como um jogo de videogame de RPG que ironizava o futuro da humanidade a partir de um apocalipse nuclear, “Fallout” torna-se uma série do Prime Video em 2024 com ainda mais poder bélico para destruir qualquer otimismo ou positivismo indulgente.

Em 2277, duzentos anos após a chuva de bombas atômicas que assolaram o mundo, uma comunidade sobrevive em um abrigo subterrâneo intitulado Refúgio 33, e até que está indo bem em sua demanda, mas tudo muda quando ocorre uma invasão externa e a intrépida Lucy (Ella Purnell) precisa sair do seu lar para encontrar o pai raptado. Ao mesmo tempo, um jovem chamado Maximus (Aaron Clifton Moten) luta para realizar seu sonho de ajudar ao próximo, ou como ele mesmo diz, “para destruir quem o machucou”, em uma espécie de acampamento militar do fim do mundo. Para completar a trinca de protagonistas, o melhor personagem da série, Cooper Howard ou “O Necrótico” (Walton Goggins), um cowboy zumbi trajado de preto, que está sobrevivendo há muito, muito tempo do Ermo (Westland) e que por isso parece ter perdido toda sua humanidade. Parece.

A série é extremamente bem sucedida na trajetória dos 3 personagens, os fazendo convergir em diversos momentos da série e que, a cada encontro, através dos embates entre eles, nos faz conhece-los ainda mais e mais de toda a história que os levou até aquele momento. Talvez com exceção ao epílogo, um tanto explicativo demais.

Se a historia já é boa por si só, a ambientação da série é absolutamente perfeita. Com cenários reais super bem cuidados, bons efeitos de computação gráfica quando necessário e uma estética “futurista dos anos 50” muito bem concebida. Ajudam no caldo as direções precisas dos episódios (capitaneado por Johnatan Nolan, fã assumido dos games), ótimas atuações, um senso de humor extremamente peculiar, ação muito bem coreografada e uma trilha sonora que nos abduz diretamente para outra década.

“Fallout” é simplesmente a melhor adaptação de games da história (“The Last of Us” não conta, porque o game já foi criado quase como uma série jogável), nos fazendo adentrar de cabeça neste mundo fétido e desolador que é o futuro da humanidade. E melhor, dá vontade de jogar os games de novo!!!

Rogério Montanare
@rmontanare

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