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OPINIÃO   sexta-feira, 22 de março de 2024

X-Men ’97 (Disney+, 2024): os dois primeiros episódios revivem com excelência o fascínio pelos X-Men

Com um pouco mais de 1h de duração, os capítulos iniciais da animação demonstram o quanto a saga dos mutantes é necessária na cultura pop.

Os X-Men são um grupo muito querido pelos fãs de quadrinhos, principalmente quando nos anos 90 e 2000 viveram seu auge, com animações, jogos de videogame, quadrinhos populares e filmes tornaram o grupo um fenômeno. A animação “X-Men: The Animated Series” foi criada em 1992 e durou 5 temporadas. Para muitos, foi a primeira introdução aos mutantes quando foi exibida na TV Colosso a partir de 1993. Os anos se passaram e a cultura pop hoje vive um desgaste do gênero de super-heróis, extremamente saturado após quase 30 anos de filmes e séries. Será que era essa animação que a gente precisava?

Os dois episódios iniciais de “X-Men ’97” são uma sequência direta da animação lançada nos anos 90. Utilizando a estética da época (em traços e movimentação), porém modernizada para os dias atuais, a produção acerta em manter o estilo característico e marcante do desenho. Até a música inicial é a mesma, tendo sido rearranjada para uma versão mais contemporânea. A ação é um dos pontos fortes dos primeiros episódios, servindo como cartão de visitas do que irão oferecer nesses 10 capítulos da nova temporada. Curioso como em pouco tempo eles conseguiram desenvolver os personagens e abrirem arcos para o futuro. Ao mesmo tempo que a velocidade das situações deixa a trama muito acelerada. Talvez isso aconteça para agradar as novas gerações que não curtem muito uma narrativa mais cadenciada? Talvez.

A história lida com o dilema da morte do Professor Xavier e como os X-Men vão lidar com isso, cabendo ao Ciclope liderar o grupo. Um ponto aqui é ver o Ciclope finalmente exercendo a função líder, algo que sempre característico do personagem nos quadrinhos. A perseguição que os mutantes seguem sempre foram o grande plot dos X-Men e aqui não fica de fora. Em tempos que o conservadorismo aparece há passos largos, discussões sobre tolerância se tornaram frequentes. Enquanto uma parte chama de “lacração”, a outra parte só quer poder existir e ter seus direitos assim como todos. Professor Xavier acreditava que humanos e mutantes podiam coexistir. Já Magneto, que aqui aparece para substituir o Professor, acreditava em mundo só de mutantes. E se esse pensamento dele mudasse? E se a morte de Xavier transformou o seu amigo? A batalha contra intolerantes sempre vai existir, dentro ou fora da animação. Os X-Men voltaram e com grande estilo.


Os comentários foram para os episódios “01 – A Mim, Meus X-Men” e “02 – O Início da Libertação Mutante”, disponíveis no Disney+.

Jurandir Filho
@jurandirfilho

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