Quando você termina de assistir “Pobres Criaturas“, é impossível não querer conversar sobre ele. Seja pela qualidade da história, seja pelas grandes atuações (em destaque para Emma Stone, vencedora do Oscar de Melhor Atriz novamente aqui), seja pelo estilo peculiarmente fantástico do diretor Yorgos Lanthimos, seja pelas referências ao clássico “Frankenstein“, seja pelas cenas de sexo (algo fora do comum em Hollywood autalmente) ou até pela trilha sonora inventiva.

Na trama vemos a evolução de Bella Baxter (Emma Stone, no melhor papel da sua carreira), uma jovem que é trazida de volta à vida pelo brilhante e pouco ortodoxo cientista Dr. Godwin Baxter (Willem Dafoe, em grande atuação). Sob a proteção de “God” (em clara referência ao Criador), Bella está ansiosa para aprender. Desejando conhecer mais sobre o mundo, foge com Duncan Wedderburn (Mark Ruffalo, em papel caricato totalmente proposital), um advogado astuto e debochado, para uma aventura por vários continentes. Livre dos preconceitos de sua época, Bella se firma em seu propósito de defender a igualdade e a libertação.

O filme acerta muito em todas as discussões. Ele provoca, mas entrega! As cenas de sexo, que hoje são um grande tabu no público senso comum, existem para mostrar o processo de descoberta da personagem. Aliás, precisa motivo para ter cenas de sexo em algo? Por que esse assunto se tornou tão “assustador” para a nova geração? Conservadorismo ou falta de interesse? O fato é que “Pobres Criaturas” amplifica a discussão que começou em “Barbie” e mostra como um mundo ainda tem problemas de aceitação ao ver uma mulher livre e desimpedida buscando conhecer as maravilhas (e agruras) vida e desbravar. Tudo isso em uma roupagem vitoriana, retrô, moderna, steampunk e extremamente atual. Que filmaço!

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