Cinema com Rapadura

OPINIÃO   sábado, 21 de novembro de 2020

O X do Natal (Netflix, 2020): simplicidade de outro mundo

Curta-metragem de animação stop-motion não tem grandes pretensões, mas entrega para as crianças a importância da bondade e da gentileza, fruto do espírito natalino.

O Natal é uma época de amor, gratidão e bondade. Com base nesse tripé sentimental, a Netflix lançou “O X do Natal”, um curta-metragem animado feito em stop motion voltado para o público infantil. A obra é baseada no livro “Chiodo Bros.’ Alien Xmas”, lançado em 2015 pelo diretor Stephen Chiodo (acredite, de “Palhaços Assassinos do Espaço Sideral”) em conjunto com Jim Strain (“Jumanji: Bem-Vindo à Selva“). Para completar, o filme conta com a produção executiva de Jon Favreau (“O Rei Leão“).

Com apenas 42 minutos, o curta começa com o Papai Noel contando uma história para as crianças sobre um dia em que um alienígena mudou o Natal. Trata-se de X, de uma espécie gananciosa, que vive saqueando tudo o que os planetas têm a oferecer. Quando a Terra vira o próximo alvo, X, que não era levado a sério por seus colegas por causa do seu tamanho, se oferece como voluntário para a missão de instalar uma arma secreta para roubar todos os presentes da Terra. O que o protagonista não sabia era que faltavam apenas dois dias para a festa natalina e que ele desembarcaria justamente no Polo Norte.

A técnica de animação é bem simples, mas permite que seja possível criar as coisas mais malucas, como um trenó que viaja na velocidade da luz, naves alienígenas e armas futuristas. Com um trio de roteiristas com experiência em curtas-metragens, o texto de Kealan O’Rourke, Noah Kloor e Dan Clark não inova, mas as piadas funcionam muito bem para as crianças. A busca por ser tão inocente faz com que a obra não alcance o seu potencial, pois quando a trama parece crescer, tudo se resolve da maneira mais descomplicada possível. Entretanto, é fácil entender que a produção não precise dessa complexidade.

“O X do Natal” serve para mostrar que o conceito do Natal é muito mais simples do que pensamos. Nem mesmo uma pequena reviravolta chama mais a atenção do que a história em si e a sua mensagem: a ganância não leva a lugar nenhum, os presentes são apenas bens materiais e um ato de gentileza é algo tão grandioso que pode simplificar todas as diferenças culturais. O amor, afinal, é universal.

Fábio Rossini
@FabioRossinii

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