A nova animação da Disney, “Moana“, será lançada em janeiro de 2017 no Brasil. Sempre antes de uma nova animação do estúdio é exibido um curta. O que será exibido se chama “Trabalho Interno” e foi dirigido pelo brasileiro Leonardo Matsuda (“Zootopia“). Durante uma coletiva de imprensa o diretor, junto com o produtor Sean Lurie (“Zootopia“), comentaram algumas coisas sobre o novo curta. As informações são do Collider.

Leo trabalha no departamento de criação da Disney Animations Studios, que possui um programa onde qualquer um dos funcionários podem sugerir ideias para futuras animações. A ideia de Matsuda foi escolhida entre outras 50 por ser original e divertida. De acordo com Sean, os curtas são feitos entre os longas. “Cabeça ou Coração” foi produzido logo antes do período em que a equipe teve que começar a trabalhar em “Moana“.

Matsuda nasceu nos anos 80, antes da internet ser a principal fonte de informação das pessoas. Ele gostava de ler enciclopédias e livros de biologia e achava fascinante a forma como o corpo humano funciona, as diferenças entre os sistemas e como eles trabalham juntos. Essa imagem ficou presa na sua cabeça e ele decidiu criar uma história sobre isso.

A ideia original sempre foi de que o curta não tivesse diálogo, apenas uma música para reforçar o humor. A ideia era que a trilha remetesse aos anos 80, e para isso convidaram Ludwig Göransson (“Creed – Nascido para Lutar“) para compor a trilha.

Veja o trailer do curta:

Leo foi influenciado também pela sua própria origem. Ele disse:

“Eu tenho um lado japonês que é muito disciplinado e lógico, mas eu também tenho meu lado brasileiro que gosta de Carnaval e festas. Eu sou dividido entre esses dois extremos e isso me deu a ideia para este curta”.

A ideia para o estilo do filme era para ser algo mais teatral e teve um grande influência nos trabalhos de Wes Anderson (“O Fantástico Sr. Raposo“). Os órgãos da personagem principal tiveram também influência no trabalho de Ward Kimball, que fez parte da equipe original de animadores de Walt Disney, conhecidos como The Nine Old Men. Para deixar os órgãos mais atraentes, foi necessário criar diferentes personalidades para cada um deles. A equipe conseguiu encontrar algo divertido e rápido na criação, desenhando com um estilo à mão livre.

Mesmo se tratando de uma animação feita por computação gráfica, a equipe queria que o visual da personagem fosse mais cartesiano, por isso Paul tem uma cabeça quadrada e um corpo como um graveto. Para conseguir fazer a boca se mover pela cabeça, foi preciso criar duas imagens, uma com a boca na frente e outra com a boca ao lado, assim eles poderiam trocar as imagens para criar o efeito desejado, como num stop-motion.

O diálogo na cena da morte é apenas uma baboseira e não algo necessariamente real. Quem fez a narração foi o Raymond S. Persi (“Frozen: Uma Aventura Congelante“), que também fez a voz do Flash em “Zootopia“. A equipe tentou outras versões, porém nenhuma agradou tanto a equipe.

Para contrastar com a personagem de Paul, que é todo quadrado, as demais personagens foram feitas de forma mais colorida, arredonda e relaxada. A equipe criou duas mulheres e dois homens, mudando o cabelo e o tamanho para deixar as personagens mais diversificadas.

Para que o projeto pudesse ser mais econômico, a equipe projetou uma maquete do cenário todo, porém só foram criadas as partes que iriam ser mostradas no curta. Por se tratar de um curta, é necessário que a ideia mostrada seja visualmente fácil de se entender. Por isso as cores ajudam muito o público na hora de saber se é a cabeça que está no comando em determinada cena ou o coração.

Leo se vê como a “cabeça”, enquanto o Sean seria o “coração”. Por esse motivo, ele acredita que é o protagonista, uma vez que o cérebro sempre tem algo a aprender. Ele pretende continuar trabalhando como diretor, fazendo um longa-metragem no futuro.

Saiba Mais: Moana, Trabalho Interno