Cinema com Rapadura

OPINIÃO   terça-feira, 09 de agosto de 2005

De Volta Para o Futuro

De Volta para o Futuro é um daqueles filmes que ficam para sempre na memória do público. Um filme tão bom que ainda hoje assistimos e revivemos as emoções de 20 anos atrás.

Um clássico do gênero aventura da década de 80. As aventuras e angústia do jovem Marty McFlay (Michel J. Fox) em suas viagens pelo tempo marcaram uma geração. Dirigido por Robert Zameckis e com roteiro também do mesmo e Bob Gale, De Volta para o Futuro (1985) conta à história de um jovem que aciona acidentalmente uma máquina do tempo construída por seu amigo e cientista “Doc” Brown em um Delorean, retornando aos anos 50. Nessa viagem ele conhece seus pais ainda jovens e acaba por interferir no futuro.

O filme faz parte de uma trilogia. Essa primeira película inicia a história da máquina do tempo e como Marty viaja para o ano a década de 50. É a partir dela que podemos entender a trama que se desenrola nas outras partes. O filme possui um roteiro muito bom. Mistura comédia em cenas de muita aventura e ação. Essa primeira parte está bem mais elaborada em termos de roteiro. A história não se perde em seu conteúdo e os furos (que sempre existem) não se sobrepõem a excelente narrativa.

As interpretações são maravilhosas. Cada ator deu vida a seu personagem de uma maneira inesquecível. Quem não lembra do malvado Biff que infernizava a vida dos McFly? Ou o babaca do pai do Marty? E a safada da Lorraine? Com exceção de Michel J. Fox, todos os outros personagens principais passam de adultos para jovens e vivem as situações e conflitos típicos de suas idades. O figurino próprio dos anos 80 é feito justamente para proporcionar o estranhamento quando Marty vai para os anos 50. Este foi muito bem explorado para causar esse choque de gerações. As roupas estão bem adaptadas e isso nos leva a atmosfera de cada década.

De uma maneira muito particular, mas essencial, o entrosamento da dupla Marty e Doc Brown garante diversão e torna o filme muito mais dinâmico. Christopher Lloyd deu ao Doc Brown, o cientista pirado que inventou a máquina do tempo no Delorean, muito carisma ao seu personagem e em minha opinião, foi seu melhor papel, pois não dá para imaginar Doc Brown sendo interpretado por outro ator, principalmente pela química que há entre ele e Michel J. Fox, que interpreta Marty. Marty trás a visão antiga que todos os cientistas eram malucos. Uma noção que mesmo nos anos 80, foi explorada por Robert Zameckis para trazer ao filme elementos mais dinâmicos e divertidos.

Michel J. Fox esteve excelente no papel do típico adolescente americano. Vivia em uma família acomodada e sem graça, tocava sua guitarra, vivia encrencado com o diretor da sua escola e tinha uma namorada no qual era muito apaixonado. Nesse filme, ele ja tinha mais de 30 anos e ficou perfeito, vivendo os 18 e conflituosos anos de Marty.

O filme tem uma mescla de aventura, ação, ficção e comédia. As situações vividas por Marty são muito engraçadas. A gente vive suas angústias quando ele vai para os anos 50 e fica todo enrolado diante das infinitas tentativas de paquera por parte de sua mãe ainda jovem e tentando juntamente com seu amigo cientista, mais novo claro, encontrar uma maneira de voltar ao futuro. Os efeitos especiais e visuais são incrivelmente fantásticos para a época. Mesmo hoje, 20 anos depois, é muito interessante ver o Delorean partir deixando aqueles rastros de fogo na estrada. Os efeitos sonoros são espetaculares dando muita ação a cenas de maior pique. O cenário é muito bem montado já que o filme se passa muito mais na década de 50, redesenhando a cidade dos anos 80 e anos 50. Cada detalhe, o relógio, a escola, o bairro onde Marty mora com sua família, a casa do Doutor Brown, enfim, um cenário rico bem produzido para garantir a atmosfera do filme.

Para deixar ainda mais perfeito não poderia faltar a magnífica trilha sonora que se encaixou muito bem no filme. A canção de Huey Lewis, The Power of Love, é uma das melhores canções postas em um filme, sendo indicada ao Oscar de Melhor canção e já faz parte das trilhas inesquecíveis do cinema. Simplesmente maravilhosa assim como toda a trilha. Ganhou o Oscar de Melhores efeitos sonoros, Melhor Roteiro Original e Melhor Som. Um filme tão bom que ainda hoje assistimos e revivemos as emoções de 20 anos atrás.

Cinema com Rapadura Team
@rapadura

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