Cinema com Rapadura

OPINIÃO   terça-feira, 11 de abril de 2006

Sob o Sol de Toscana

Um filme leve, mas que não passa despercebido. Aquele feito para você assistir num fim de tarde com o namorado/a ou num encontro com as amigas. O problema é que vocÇe vai sair com vontade de ir sentir o sol de Toscana também!

Eu não me atreveria a dizer que ‘Sob o Sol de Toscana’ é apenas um romance. Nem diria que ele é um drama. Acho essa palavra muito pesada. Digo que ele é um equilíbrio muito conveniente entre os dois, misturando até um pouco de comédia inteligente.

Trata-se da história de Frances, interpretada por Diane Lane (Infidelidade, A Casa de Vidro). Ela é uma professora de Letras, que descobre uma costumeira infidelidade do marido com uma aluna, de maneira bem inusitada. Pior que a notícia são as conseqüências. O marido, que vivia às custas da esposa, requere uma pensão e consegue levar quase tudo que Frances tinha em termos materiais, inclusive a casa que sua mãe havia lhe dado.

Arrasada, ela se muda para um condomínio pequeno, onde convive com uns vizinhos bem melancólicos, a maioria vítima de divórcios também. Sua melhor amiga, Patti, está grávida e desiste de fazer uma viagem romântica pelo sul da Itália, decidindo dar as passagens para Frances. À princípio, Frances recusa, mas ao perceber que sua vida não mostra nem sinal de melhoras… Por quê não?

A partir daí, o filme fica melhor ainda. Frances acaba indo em uma excursão gay e em um dos trajetos, acha uma casa antiga, em Toscana. Impulsivamente, resolve comprá-la. Sim, resolveu mudar-se dos EUA para o aconchegante interior italiano. E nem teve tanto trabalho: seu marido ficou com quase tudo que ela tinha!

A restauração da casa já é o ponto de partida para as surpresas. Frances mal falava italiano e era uma completa estranha ali. Por sorte, o agente imobiliário a ajuda nos piores momentos, como na escolha dos construtores que iriam ajuda-la com a casa. Cada um mais figura que o outro!

Com o passar do tempo, ela vai fazendo amizades. E são essas amizades que desenrolam as melhores partes do filme. O modo como as relações são mostradas nos faz esquecer aquela pasteurização comum dos filmes americanos. Você se sente tão à vontade que tem vontade de ir comprar uma casa no interior da Itália também! E não pense que a história toda se passa apenas com Frances como centro das atenções. A história trás amores proibidos, tradições familiares, decepções amorosas, frustrações… Além de todo o drama de Frances, que tem que lidar com a solidão e a coragem de recomeçar a vida.

Óbvio, não poderia acabar o filme sem uma história de amor com Frances, uma mulher bastante insegura no começo! Mas, graças a sua amiga Katherine, interpretada por Lindsay Duncan (Oliver Twist), ela consegue se soltar e ainda se envolver com um galã italiano, Marcello. Agora, eu não vou contar as melhores partes. Assista ao filme se você quiser saber! Garanto que não vai se arrepender.

As paisagens são lindas, realmente um descanso para os olhos. Os personagens são apaixonantes, assim como a história é envolvente e nos dá a sensação de identificação com muitas emoções.

Maíra Suspiro
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