Fundado em 1923 pelos irmãos Disney, o conglomerado de entretenimento que leva o nome da família passou por altos e baixos. A história do estúdio de animação – principal carro chefe da companhia – teve algumas Eras de Ouro e momentos difíceis. Hoje, com parques temáticos espalhados pelo mundo, estúdios em Hollywood, canais de televisão e os mais diversos produtos nas prateleiras das lojas, a Disney segue influenciando toda uma geração de crianças. É ela a responsável pelo fenômeno “High School Musical”, pela adaptação de “As Crônicas de Nárnia” aos cinemas e pela linha de material escolar com a marca Princesas. A simples aparição de sua marca antes da projeção do filme “Um Faz de Conta que Acontece” deixou uma sala de cinema lotada de crianças em alvoroço. E no decorrer do longa-metragem, a empresa provou que ainda possui a mesma magia que demonstrava outrora.

Na trama, Adam Sandler é Skeeter Bronson, filho de um antigo dono de um modesto motel transformado em um luxuoso hotel em Hollywood. Por motivos financeiros, seu pai Marty (Jonathan Pryce) foi obrigado a vender o negócio para o empresário Barry Nottingham (Richard Griffiths) com a promessa de que seu filho um dia se tornaria o gerente do hotel. No entanto, tudo que Skeeter conseguiu, após a morte do pai, foi um trabalho de faz-tudo por anos a fio. Quando sua irmã Wendy (Courtney Cox) perde o emprego e precisa viajar, ele ajudará a cuidar de seus sobrinhos e, com seu talento para contar estórias de ninar (daí o título original “Bedtime Stories) sem finais felizes, ele descobrirá que as crianças têm o mágico poder de transformar em realidade as suas intervenções nos contos do tio.

Depois de contracenar com uma criança em “O Paizão”, Sandler volta a demonstrar química com atores mirins, mas desta vez em um trabalho específico para essa audiência. E parece agradar. O cinema foi só risadas o tempo todo. Para os pais e acompanhantes das crianças, o começo com as piadas mais bobinhas pode parecer cansativo, porém logo a trama ganha força e deve empolgar a todos naquele clima filme-família cheio de valores que só a Disney sabe fazer.

Como par em cena para Sandler, Keri Russell (da extinta série de TV “Felicity”) leva charme e leveza na medida adequada para a certinha Jill, amiga de Wendy que ajuda Skeeter na sua tarefa de babá. Os vilões Kendall (Guy Pearce) e Aspen (Lucy Lawless) são tão caricatos quanto uma produção voltada para esse público exige. As crianças Jonathan Morgan Heit e Laura Ann Kesling são carismáticas e tem um companheiro que rouba as cenas, um porquinho da índia chamado Zóiudo pelos motivos óbvios. No elenco ainda somos brindados como a já tradicional participação de Rob Schneider nos filmes de Sandler como um engraçado ladrão/vendedor de cavalos.

Sem apuros técnicos que saltem aos olhos e direção comum, os méritos de “Um Faz de Conta que Acontece” está mesmo no roteiro de Matt Lopez e Tim Herlihy e sua estória sobre a importância da esperança, ética e os valores que os pequenos precisam cada dia mais nesse mundo real. Enquanto as férias não acabam, leve seu filho ao cinema e assistia a “Um Faz de Conta que Acontece”. Na sessão em que eu estava, ao final do filme, as crianças aplaudiram de pé. Melhor recomendação que essa dificilmente você irá encontrar.