"A Feiticeira" está de volta ainda mais engraçada e mais poderosa na pele da linda Nicole Kidman. É impressionante a adaptação de Nicole à personagem Samantha. O filme é um remake do seriado dos anos 70. Esse remake se trata de outro remake, uma idéia muito bem aceita e muito bem utilizada. A química perfeita entre os protagonistas, é sem dúvida, o ponto forte do filme. Nem parece que essa é a primeira vez que Nicole e Will Ferrel trabalham juntos, mesmo porque ambos conseguem fazer sua parte muito bem. O último casal a fazer sucesso, juntos, e muito bem sucedido, foi Brad Pitt e Angelina Jolie em "Sr. e Sra. Smith", mais uma prova de que isso é, sem dúvida, essencial para um ótimo resultado.

Will Ferrel é um ator abalado depois de uma atuação pra lá de escandalosa e vê na idéia de recriar o seriado "A Feiticeira" como um pontapé perfeito para retornar à fama. Só que para isso acontecer ele precisa encontrar a atriz perfeita. Na busca incessante pela mulher ideal, Jack (Will Ferrel) esbarra na própria feiticeira em pessoa, Isabel Bigelow vivida por Nicole Kidman. Convencida então a atuar, Isabel é contratada e daí em diante terá que viver de perto o mundo por trás das câmeras de um seriado de TV e tendo que lutar para se tornar uma pessoa normal. Agora deu pra dar uma clareada, certo?

Nicole está perfeita no papel da feiticeira Samantha, muito parecida com a antiga feiticeira vivida por Elizabeth Montgomery. Um pouco recalcada no início, percebe-se uma ótima transformação no decorrer do filme, obviamente por causa de sua personagem, pois para Nicole, não há clima ruim. Will Ferrel está fenomenal, cômico e carismático demais. Não há uma cena em que você não abra um sorriso por causa de suas trapalhadas. Com certeza, a figura de maior destaque nesse longa é Will Ferrel. Pode-se dizer que ele continua o mesmo Will de "Um Duende em Nova York" e de "O Âncora", mas o personagem de Jack Wyatt lhe caiu como uma luva. Temos também as ótimas participações de Shirley MacLaine como a atriz Íris Smythson e do galã Michael Caine como o pai de Isabel, Nigel Bigelow. Ambos estão ótimos em seus papéis, essenciais para o desenrolar do enredo.

Um roteiro simples e bem trabalhado, como se tivesse sido escrito especialmente para cada um de seus atores. Adaptado e escrito por Delia Ephron e Nora Ephron, ele peca apenas no momento que Jack descobre a verdade sobre Isabel (ninguém pode reclamar, todos sabem que isso uma hora ou outra irá acontecer) quando o mesmo parece muito superficial. Quem sabe uma pequena escorregada na “rebobinada” que Isabel promove em uma parte da história, mas cenas essas que não cansam e não estragam o filme.

A direção de Nora Ephron é sublime, sem nenhum erro e algumas pitadas a mais de romance. Vez ou outra percebe-se um drama acentuado, mas que de repente cai com uma risada. Não era de se surpreender que tivesse o dedo de uma mulher no enredo. É mágico, é romântico e é engraçado, nada melhor para o remake de "A Feiticeira".