Cinema com Rapadura

OPINIÃO   quinta-feira, 29 de setembro de 2005

Homem da Casa, O

"Bendito sois vós entre as mulheres". Este é Tommy Lee Jones que volta a atuar em uma comédia e, ao contrário do que muitos possam pensar, ele não decepciona.

"O Homem da Casa" é uma sátira bastante divertida sobre o poder que a mulher exerce até no homem mais durão. O tema central, tal como comentei, é um verdadeiro saco de pancadas aos machistas de plantão. Filmes desse gênero tentam quebrar essa barreira imposta pela grande maioria dos homens de quem as mulheres são fúteis. O homem que assistir ao filme e disser que nada do que elas fazem é útil ou legal, estará se enganando, pois o longa tem o poder de amolecer o coração mais gelado e roubar um sorriso bobo do rosto.

Depois de ler essa introdução, você deve estar achando que é um exagero, mas, essa é a principal mensagem que o filme nos proporciona. Por trás de um homem, há sempre uma grande mulher, ou como no caso de "O Homem da Casa", cinco belas garotas que conseguem domar o policial mais durão dos "Texas Rangers", Roland Sharp, vivido pelo experiente Tommy Lee Jones.

Após uma operação sem sucesso da polícia texana, na qual uma testemunha bastante importante acaba sendo assassinada, o policial Sharp (Tommy Lee Jones) terá que se virar como guarda-costas de cinco líderes de torcida que presenciam tal assassinato. Sharp então se vê em uma tremenda saia justa quando percebe que precisará da ajuda das garotas para conquistar o coração da professora Molly (Anne Archer) e da sua filha Emma (Shannon Marie Woodward).

Tommy Lee consegue ser seriamente engraçado na pele do policial, isto é, por sua seriedade durante a maior parte do filme. O mesmo consegue fazer rir e agrada no papel. Essa não é a primeira vez que Tommy Lee atua em um papel assim. Podemos ver algo parecido em "Homens de Preto", quando tem que aturar o cômico Will Smith.

As garotas são Anne (Christina Milian), Teresa (Paula Garcés), Evie (Monica Keena), Heather (Vanessa Ferlito) e Barb (Kelli Garner). Todas muito alegres e divertidas, conseguem roubar a cena em alguns momentos do filme. Com seu jeito maluco e despojado, elas tornam o papel de líderes de torcidas numa verdadeira aula para outras personagens. Ponto fraco para os momentos "sérios" do enredo. Outro que, quando aparece muda completamente a história dando um toque mais humorístico, é Cedric the Entertainer, que faz o papel do bispo e ex-detento Percy Stevens.

Quanto ao elenco nada a reclamar, já que cada um faz seu papel de forma precisa. As garotas, apesar de pouca experiência, conseguem entreter e dar o ar jovial à história. Tommy Lee, sempre muito correto, faz o seu dever de casa.

O filme possui um roteiro simples, com uma história um pouco tola, mas nada pretensioso. Escrita por John J. McLaughlin e Scott Lobdell, a história toma o rumo certo do início ao fim, fugindo um pouco da trama principal, levando algumas cenas a uma certa seriedade necessária. O roteiro peca em algumas decisões à respeito das personagens e a história de cada uma, mas nada que impeça o filme de agradar.

È sempre muito bom assistir o lado divertido de Tommy Lee Jones, assim como de muitos outros atores dignos de papéis sérios. O longa é uma boa pedida para se assistir com a(o) namorada(o). Por ser uma produção simples, sem muitos atores conhecidos, é possível que o filme possa ser esquecido em alguma sala do canto, mas se você procura por algo leve para rir um bocado, confira "O Homem da Casa".

Bruno Sales
@rmontanare

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