Cinema com Rapadura

OPINIÃO   domingo, 27 de março de 2005

Massacre da Serra Elétrica, O

Um remake que pode atrair o público jovem aos cinemas, por mais comum que seja esse estilo de suspense. Não é que o filme seja ruim, mas este terror de adolescente está tão batido, que até uma história real vira clichê.

"O Massacre da Serra Elétrica" não foge à regra dos filmes de terror juvenis. A atenção sempre voltada à relação entre eles, desde romances, chateações e intrigas. Os jovens atores conseguiram levar o filme nas costas, com suas interpretações pra lá de reais. Um filme com alguns clichês, mas que dá pra assistir numa boa.

Em 20 de agosto de 1973, a polícia foi chamada à remota fazenda de Thomas Hewitt, o esfolador-chefe num matadouro local no distrito de Travis, no Texas. Foi encontrado no interior da misteriosa casa os restos de 33 vítimas humanas, uma descoberta assustadora que chocou e aterrorizou uma nação, e que muitos ainda consideram o mais famoso caso de assassinato em massa de todos os tempos. Usando uma grotesca máscara feita a partir da pele do rosto de suas vítimas e brandindo uma motosserra, o assassino, conhecido como “Leatherface” (face de couro), ganhou o desprezo de uma nação quando manchetes sensacionalistas foram parar nos jornais do estado do Texas: “A Casa do Terror Horroriza uma Nação – Massacre no Texas.”

As autoridades locais teriam matado um homem que usava uma máscara de couro e afirmado que ele seria o assassino, fechando o caso, subitamente. Entretanto, nos anos que se seguiram, muitas pessoas ligadas à terrível chacina acusaram a polícia de fazer uma péssima investigação e de saber, de antemão, que havia matado o homem errado.

Agora, pela primeira vez, o único sobrevivente do assassinato em massa quebrou o silêncio e contou a verdadeira história sobre o que aconteceu numa estrada rural desértica do Texas, quando um grupo de cinco jovens, inadvertidamente, se viram cercados por um louco com uma motosserra. Ele deixaria uma trilha de sangue e terror, que seria conhecida como “O Massacre da Serra Elétrica”.

“O Massacre da Serra Elétrica” é uma terrível jornada às profundezas inimagináveis das trevas, quando cinco jovens ficaram detidos numa cidade rural do Texas e tiveram que enfrentar o Leatherface e seu clã bizarro para sobreviver. Inspirado no clássico do cinema de 1974 que leva o mesmo nome, esta nova versão é estrelada por Jessica Biel, Jonathan Tucker, Erica Leerhsen, Mike Vogel e Eric Balfour. Co-estrelado pelo ator veterano R. Lee Ermey, Lauren German, David Dorfman, Andrew Bryniarski, Terrence Evans, Heather Kafka e Marietta Marich. O filme começa com uma curta exibição de um vídeo policial da vistoria da cena dos crimes, onde um policial narra e mostra os terríveis maus tratos sofridos pelos jovens. O vídeo é interrompido e continua a ser mostrado na conclusão do filme. A idéia de colocar esse pequeno trecho foi muito boa, pois nos dá a real sensação de fatos reais.

O elenco é formado por atores desconhecidos da grande maioria, mas alguns podem ser lembrados como a bela Jessica Biel (Regras da Atração), Jonathan Tucker (100 Mulheres), Erica Leerhsen (A Bruxa de Blair, O Livro das Sombras) e Eric Balfour (Lições Para Toda a Vida, Six Feet Under). Esse fato não torna o filme ruim. Pelo contrário, eles conseguiram fazer da emoção dos personagens o ponto alto do suspense.

O roteiro não tem nada de impressionante. Algumas cenas chegam a ser clichês, pois são comuns em suspenses que envolvem jovens e grandes assassinatos. O bom do roteiro é quando se foca no relacionamento entre os integrantes da família que aterroriza os viajantes, pois mostra o quanto tais pessoas são malucas. O assassino é “bobão”, pega sua serra elétrica e sai correndo atrás das pessoas comandado pelo resto da família, nada mais a comentar.

O filme em si é bom, nada que não nos faça dormir na poltrona, mas também não prende a nossa atenção, com exceção dos momentos em que os jovens são perseguidos pelo assassino. Na verdade o que mais chama a atenção é a sensação de perigo e dor que os atores conseguem transmitir pela tela.

Bruno Sales
@rmontanare

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