DC irá lançar até 4 filmes por ano a partir de 2022, e multiverso será grande parte da estratégia do estúdio
Além disso, estúdio pretende produzir até 2 filmes por ano como exclusivos do HBO Max.
Com a predominância do gênero de super-heróis na última década do cinema, 2020 certamente se mostrou um ano atípico quando a pandemia impediu que as maiores estreias do ano fossem lançadas. Mas a pausa é apenas temporária, e quando a indústria voltar ao normal, a tendência é que o número de blockbusters baseados em quadrinhos só aumente. Em matéria do NY Times, Walter Hamada, presidente da DC Films, falou sobre os planos do estúdio, indicando que o multiverso é o caminho para o futuro.
O executivo revelou que, a partir de 2022, a DC pretende produzir quatro filmes por ano, para lançamento nos cinemas. Junto a isso, dois filmes serão produzidos anualmente para serem exclusivos do HBO Max – a publicação indica que os longas de Batgirl e Super Choque podem ser feitos para o streaming.
A DC ainda pretende trabalhar em spin-offs de seus filmes para o streaming, criando uma ligação entre as produções para a TV e para o cinema – similar ao que a Marvel Studios anunciou para a Fase 4, com as séries para o Disney Plus e os filmes todos fazendo parte do mesmo universo.
Mas talvez a ferramenta mais importante para o futuro da DC nos cinemas seja o multiverso. Conceito já há muito utilizado nos quadrinhos, a ideia de que vários universos possam existir simultaneamente será introduzida com “The Flash” em 2022, em que Barry Allen (Ezra Miller) terá como parceiros dois Batmans, o de Ben Affleck e o de Michael Keaton. Não só isso, já foi indicado que o filme pode ter várias versões diferentes dos heróis da editora.
Hamada explicou que alguns personagens, como a Mulher-Maravilha de Gal Gadot, continuarão suas aventuras na Terra 1, enquanto novas encarnações, como o Batman de Robert Pattinson, serão parte da Terra 2. De certa forma, o estúdio já faz isso ao lançar filmes com os personagens de “Liga da Justiça” (2017) como parte de um mesmo universo, e ao mesmo tempo lançar obras como “Coringa”, totalmente desligadas do restante. Até mesmo os filmes que supostamente fazem parte do mesmo universo não são estritamente conectados, com “Aves de Rapina” usando a Arlequina de “Esquadrão Suicida” e nada mais, e o vindouro “O Esquadrão Suicida” funcionando como uma forma de reboot.
A verdade é que, curiosamente, o multiverso pode servir como uma ótima ferramenta de organização para a DC, que ainda tenta conseguir um equilíbrio de lançamentos frente a uma concorrente tão forte como a Marvel nos cinemas. 2022 será um ano promissor para o estúdio de Hamada, não só com a nova versão do Batman, mas com o próprio “The Flash” e “Shazam 2”. “Aquaman 2” e “Adão Negro” também estão em desenvolvimento, e neste fim de semana “Mulher-Maravilha 3” já foi confirmado.
Quanto à parceria com Zack Snyder, é provável que sua versão de “Liga da Justiça” para o HBO Max seja o último projeto entre o cineasta e o estúdio. Hamada classificou a obra como “uma rua sem saída”, e tendo em vista que mesmo na época de produção de “Batman vs. Superman” e a versão original de “Liga da Justiça” a Warner já queria se distanciar da atmosfera sombria que Snyder traz a seus filmes, faz sentido que a parceria chegue ao fim. A visão de Snyder pode ter dado certo com “Homem de Aço”, mas sua visão de universo para a DC não se mostrou como bem sucedida com o público.
Com um orçamento de US$ 70 milhões, Snyder teve a chance de gravar cenas adicionais e finalizar aquelas já filmadas, para lançar sua versão de “Liga da Justiça” como uma minissérie de 4 partes no HBO Max, em 2021.
Hamada finaliza a matéria afirmando: “Se nós fizermos bons filmes, o público vai aceitar [o multiverso]”.
Saiba Mais: DC, Mulher-Maravilha 1984, Mulher-Maravilha 3, The Batman, The Flash, Walter Hamada, Warner