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Notícias   quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Primeiras impressões de Desalma, nova série brasileira que estreia nesta quinta no Globoplay

Série de horror original da Globoplay é uma promissora investida do gênero no Brasil.

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Passando por um verdadeiro processo de expansão, o setor televisivo brasileiro tem explorado formatos cada vez mais distantes de sua zona de conforto. Investindo em narrativas originais que se diferenciam dos tradicionais programas de comédia e das típicas novelas, grandes emissoras tem priorizado produções que flertam com gêneros pouco explorados no país, buscando atrair um público mais habituado a atrações estrangeiras e por vezes afastado por preconceitos. Entre as principais escolhas para os projetos se encontra o terror, segmento cinematográfico rico em temas e que já rendeu ótimos exemplares no Brasil. Buscando expandir essa coleção, a Globoplay – serviço de streaming da Globo – lança, nessa quinta-feira (22), a sua nova série original “Desalma“, estreia da autora Ana Paula Maia na televisão, que traz diversos elementos sobrenaturais.

Dirigido pela dupla João Paulo Jabur e Pablo Müller, o seriado conta a história dos habitantes da misteriosa cidade ficcional de Brígida, local repleto de lendas e assustadores rituais. Misturando artistas consolidados e novos rostos do ramo, a série traz nomes como Casia Kis, Maria Ribeiro, Bruce Gomlesvky e Anna Melo, entre muitos outros, e apresenta uma atmosfera arrepiante logo em seu primeiro episódio. Ambientada no sul do país, a obra flerta com temas como a bruxaria e promete aterrorizar os espectadores através do estabelecimento de linhas tênues entre o mundo dos vivos e dos mortos, trazendo um design florestal nada acolhedor e que, segundo o diretor de arte, Carlos Manga Jr., é o grande cerne desse microcosmo de horror.

Oferecendo um agradável gancho para o público, o capítulo inicial introduz satisfatoriamente os seus principais personagens e faz um bom uso da fotografia gélida e opressora que embala o projeto, construindo com as cachoeiras da Serra da Cantareira e os altos pinheiros de Brígida ambientes belos e ao mesmo tempo pouco convidativos. Não tardando em abordar as crenças e tradições do lugar fictício, os primeiros quarenta e cinco minutos também antecipam uma interessante mitologia, montando vislumbres de um universo que, segundo Maia, criadora da série, é altamente inspirado na mitologia eslava e nas lendas do Leste Europeu – conforme refletem algumas runas e escritos exóticos espalhados pela produção.

Como qualquer iniciante, é claro que existem alguns erros, com direito a momentos que apelam para truques rasos do gênero do horror. Incapaz de manter a tensão por toda a sua duração, o piloto utiliza de trilhas exageradas e imagens expositivas em certas passagens, diminuindo uma sutileza que poderia em muito beneficiar o resultado como um todo. Estando em suas primeiras demonstrações, entretanto, “Desalma” desponta como uma atração televisiva cheia de potencial e que, se ao menos manter o nível nos próximos episódios, promete estimular a bastante a produção do terror em terras brasileiras.

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Davi Galantier Krasilchik
@davikrasilchik

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