Em evento do Writer’s Guild Association (Sindicato dos Roteiristas dos Estados Unidos), o diretor James Mangold falou sobre “Logan” e a importância de se fazer filmes de super-heróis com classificação etária para maiores de idade (“R-rated“, pela nomenclatura americana):

“Você tem que ter um objetivo um pouco fora do pedal para o seu filme, e as pessoas dirão coisas como ‘O que diabos é essa cena de oito minutos entre o Professor X e o Logan? Isso é leve, oito minutos de dois caras em um tanque conversando’. E é como ‘Sim, isso não vai mudar porque este filme é um drama para adultos.’ É por isso que, por exemplo, queríamos essa classificação. Não era por causa da violência e não era por causa da linguagem, mas porque eu não teria que escrever um filme, nem meus compatriotas, para crianças de onze anos de idade. Se tivéssemos um filme para maiores, não haveria McLanche Feliz. Não pode haver brinquedos. Não haveria propagandas nos desenhos animados de sábado de manhã ou qualquer coisa assim, de modo que de repente, você não está fazendo um filme escrito para alguém com menos de catorze, quinze anos. E isso muda o comprimento das cenas. Ele muda o que está sendo dito.”

Fazer um filme nestes moldes trouxe consequências, no entanto. Para garantir que “Logan” seria melhor que “Wolverine Imortal“, de 2013, Mangold teve que lidar com um orçamento significativamente menor em relação ao que é padrão nos demais filmes do gênero. Até o protagonista, Hugh Jackman (“O Rei do Show“), teve seu salário diminuído. O resultado foi um filme de super-heróis concebido especialmente para o consumo de um público mais velho e maduro.

No fim, esta decisão mostrou-se acertada, com “Logan” se tornando o primeiro filme do gênero a concorrer a um Oscar na categoria Melhor Roteiro Adaptado com outros quatro filmes: “Me Chame Pelo Seu Nome“, “O Artista do Desastre“, “A Grande Jogada” e “Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississippi“. Veja a lista completa de indicados ao Oscar aqui.

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