Desde a transmissão do Globo de Ouro, o ator James Franco (que venceu o prêmio de Melhor Ator em Filme de Comédia por sua atuação em “O Artista do Desastre”), vem recebendo acusações de assédio sexual. E, nesta quinta-feira (11), outras cinco mulheres relataram suas péssimas experiências com o ator ao Los Angeles Times.

A estudante de atuação da Studio4, escola de atuação fundada por Franco, Sarah Tither-Kaplan, falou em seu Twitter, sobre “o quão contraditório era o ator receber um prêmio durante uma cerimônia que discutiu o abuso sexual e a exploração das mulheres”. 

“Ei James Franco, legal esse pin do Times Up no Globo de Ouro, mas lembra de umas semanas atrás quando você me falou que a nudez completa que eu fiz em um dos seus filmes por US$100/dia não era exploratória pois eu assinei um contrato? Chega disso!”

Ela também revelou ao Los Angeles Times como foi trabalhar nos filmes de Franco. Veja:

“Eu sinto que havia um abuso de poder, e havia uma cultura de exploração de mulheres que não eram celebridades e uma cultura de mulheres sendo substituíveis”

Sarah também disse que várias mulheres foram convidadas para filmar uma cena “bônus” de orgia, para o filme “The Long Home”, em que Franco dispensou a proteção genital feminina durante uma cena de sexo oral. E, que outras atrizes foram convidadas para dançarem nuas em torno de Franco, usando cabeças de animais. Uma das atrizes não quis fazer a dança e foi expulsa do set de filmagens.

Sobre isso, a diretora de elenco Cynthia Huffman afirmou que não recebeu nenhuma reclamação e que verificou pessoalmente se todas as atrizes estavam confortáveis  com as filmagens.

Outra atriz que também se manifestou foi Violet Paley, que teve um relacionamento com o ator em seu início de carreia, e disse que Franco a pressionou a fazer sexo oral enquanto os dois estavam no carro.

“Eu estava falando com ele, de repente seu pênis estava fora. Eu fiquei muito nervosa e disse: Podemos fazer isso depois?. Ele ficava abaixando minha cabeça e eu não queria que ele me odiasse, então eu fiz isso”.

Paley também comentou em seu Twitter:

“Que bonitinho esse pin do #TimesUp, James Franco. Lembra de quando você empurrou minha cabeça pra perto do seu pênis exposto no carro? E aquela outra vez que você falou pra uma amiga minha ir até seu hotel quando ela tinha 17 anos? Depois de você já ter sido pego fazendo aquilo com outra menina de 17 anos?”

O Times também entrevistou outras duas estudantes que afirmaram que o ator parecia ficar com raiva quando mulheres se recusavam a ficarem nuas para ele. Outros alunos entrevistados disseram que Franco era um bom professor e que sempre fazia todos acreditarem que haviam papéis para todo mundo. Franco deu aula em Universidades como a USC, UCLA e CalArts. Ele fechou o Studio4 em 2017.

O advogado de Franco contestou todas as alegações e o ator disse que as colocações feitas no Twitter não eram necessárias, e que ele apoia o movimento TimesUp. Em uma aparição ao programa Late Night, o ator afirmou:

“Se eu fiz algo errado, eu vou consertá-lo. Eu preciso. Eu não sei mais 0 que fazer. Se eu tiver problemas porque eu não vou tentar refutar ativamente as coisas, então eu farei, porque eu realmente acredito [nas histórias das pessoas sendo ouvidas] ”

O periódico The New York Times cancelou um evento programado com o ator em virtude das acusações. “O Artista do Desastre“, filme que Franco dirige e protagoniza, estreia nos cinemas brasileiros em 25 de janeiro de 2018.

Saiba Mais: Globo de Ouro 2018, James Franco, timesup