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Notícias   terça-feira, 19 de junho de 2012

Começa a mostra competitiva do III Festival de Jericoacoara Cinema Digital

Foram exibidos quinze curtas de realizadores de todo o país.

No último final de semana, a bela Jericoacoara foi mais uma vez sede do Festival Cinema Digital. Em sua terceira edição, o evento traz a mostra competitiva de curtas, em que realizadores de diferentes partes do Brasil podem mostrar o seu trabalho.

A exibição dos curtas teve início no sábado (16) e foi bastante irregular. Contemplando trabalhos com temáticas bastante distintas, o evento teve poucos destaques até então. O principal deles foi o paraibano “Irmãs”, de Gian Orsini, filme que retrata a perseguição sofrida por um grupo de irmãs de origem alemã no município de Areia, situado no interior da Paraíba, durante o período da Segunda Guerra Mundial. Mesmo retratando a tragédia vivida pelas freiras durante o holocausto, o curta é feliz em realizar a abordagem de forma leve, contando com o inquestionável senso de humor dos paraibanos e os seus causos.

Outro destaque da noite foi “Hempocrisy”, documentário da pernambucana Maria Aline Morais, que apresentou a temática da liberação da maconha, tema vinculado à muitas discussões. Ambientado em Pernambuco e em Amsterdã, o filme expôs o quadro real da comercialização da maconha pelos holandeses, sugerindo uma forma sustentável de consumo.

A animação “O Reino do Chocolate”, do baiano Rafael Jardim fechou a noite despertando os sentidos da plateia. A história, toda montada com a iguaria, trouxe a temática da diversidade racial de uma forma sutil ao apresentar a união de diferentes cores de chocolate, em uma clara alusão ao polêmico tema e foi aclamada pelo público presente.

Na ocasião, foram exibidos mais quatro trabalhos, dentre eles a competente animação “Comunicando”, do cearense Telmo Carvalho e o bizarro “Chapada” de Valério Fonseca (RJ), que, através do uso da chapinha, procurou fazer uma crítica social, frustrada pela atuação forçada de sua protagonista.

Já no domingo (17), coube ao experimental “Homem ave” a função de instigar os espectadores. Inspirado no antológico personagem de Ney Matogrosso, o filme trouxe uma importante discussão existencial e foi bastante aplaudido.

A mostra trouxe, em sua grande parte, trabalhos irregulares com argumentos interessantes, porém mal executados, como o documentário “Soy Loco por ti”, da carioca Nathália Barreto, que ao mostrar a preocupante invasão estrangeira em Jericoacoara, pecou pela falta de cuidado em detalhes da produção, que pareceu bastante simplória e vazia.

Foram exibidos ainda o fraco “Inacabado”, de Márcio Farias (PE), a ficção “Em Terra de Cego”, de Aly Muritiba, o cômico “Roberto/Roberta” de Ariano pequeno e Danilo Lima (SP), “Tempos Fugit” de Lino Meirelles, a animação “Destimação” de Ricardo Podestá (GO) e “Nico” de Felipe Matzembacher (RS).

A Mostra Competitiva de Curtas segue até a próxima quarta (20) e o vencedor receberá o Troféu Pedra Furada, durante a solenidade de encerramento, que acontecerá na quinta (21).

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Thayanne Brasil
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