(Imagens: Warner Pictures)

O universo de terror criado por James Wan em “Invocação do Mal” está prestes a ganhar mais um capítulo. “A Freira 2” estreia em 7 de setembro, com Wan reassumindo o posto de produtor e deixando a cadeira de direção com Michael Chaves, com quem já trabalhou em “A Maldição da Chorona” e em “Invocação do Mal – A Ordem do Demônio“.

Em entrevista concedida exclusivamente ao Cinema Com Rapadura pela Warner., Wan, ter Chaves no comando de parte de seus filmes não é apenas delegar funções, mas também uma passagem de bastão geracional.

Bem, acho Michael muito talentoso e ele consegue fazer esse tipo de filme. E também, em última análise, ele respeita muito este mundo que criamos. Ele é um grande fã, então não vem para tentar balançar o barco. Ele quer entrar e basicamente colocar sua própria marca e elevar esses filmes com o tanto amor e paixão quanto ele tem por eles. Acho que Michael fez um ótimo trabalho em “A Freia 2”. Estou com ele desde seu primeiro filme. Ele cresceu a cada filme que fez. Sou como um pai orgulhoso para todos esses jovens cineastas. [RISOS] Eu os vejo dar os primeiros passos como bebês e depois os próximos passos na adolescência e depois na idade adulta. Então é com muito orgulho que passo esses filmes para esses cineastas talentosos da próxima geração. Definitivamente me vejo agora passando o bastão para a próxima geração.

Freiras têm um pouco de história quando o assunto é disciplina, mas “A Freira 2” leva essa ideia a um novo patamar. Wan revela que o interesse por trás deste tipo de figura não é apenas simbólico, mas também uma referência à própria Lorraine Warren, cuja história é retratada nos filmes de “Invocação do Mal”:

Bem, é engraçado. Qualquer pessoa que tenha frequentado escola católica me diria que freiras são assustadoras ou podem ser assustadoras. E então eu sinto que isso tem um conceito embutido por trás disso. O que eu disse foi que adoraria contar essa história dos bastidores de “Invocação do Mal 2”, em que inicialmente o demônio Valak era representado por esse enorme demônio com chifres, esses efeitos protéticos lindamente esculpidos que a Fractured FX havia criado. E é tão incrível e tão incrível. E filmamos isso com Joe Bishara interpretando o demônio novamente – ele interpretou Bathsheba no primeiro filme de “Invocação do Mal”. Mas foi durante a pós-produção, quando eu estava montando o filme, juntando tudo, que percebi que a maneira como desenhei esse demônio não era adequada para um filme de “Invocação do Mal”. Parecia muito maior. Tornou-se fantástico demais. Então, enquanto estou editando o filme, sempre digo que a cada passo da produção, coisas novas aparecem ou vêm à tona, coisas nas quais você realmente não pensou. Ou você percebe outra coisa. E para mim, na pós-produção, percebi que precisava voltar e refazer a abordagem de Valak.

E pensei que o que eu havia criado inicialmente não era pessoal o suficiente. Eu senti que queria voltar ao aspecto do personagem, e lembro-me de falar com Lorraine Warren quando ela ainda estava viva, e ela me disse que muitos de seus amigas próximas eram freiras. E então me ocorreu que – uau, se uma entidade maligna mexesse com ela, uma das coisas que isso faria para corromper sua fé e crença seria assumir a aparência icônica de algo que é próximo e querido para ela. E foi assim que surgiu a ideia de uma freira demoníaca.

Então, voltei a pensar mais do ponto de vista do personagem e da história. E eu acho que, por causa disso, a personagem freira como antagonista, vilã, atinge de uma forma pessoal muito mais forte. E é claro que ela ressoou com o público em “Invocação do Mal 2”. As pessoas a adoraram. Eles ficaram aterrorizados com essa entidade demoníaca que assumiu a aparência de uma freira. E parecia que ela havia se tornado seu próprio spinoff, basicamente.

“A Freira 2” traz de volta a Irmã Irene, personagem de Taissa Farmiga no primeiro filme. Irene mal sobrevive a Valak no primeiro capítulo, e Wan fala sobre a relevância da personagem na sequência.

“A Freira 2” segue Frenchie, interpretado por Jonas Bloquet, que foi incrível no primeiro filme. Se você se lembra, no primeiro filme eles deixaram o mal para trás. Eles pensaram que derrotaram a freira demoníaca, Valak. Mas então você vê um pequeno indício de que esse mal pode ter se apegado a Frenchie. Então, no início de “A Freira 2”, você está basicamente com Frenchie, e esse mal que ele pensava ter derrotado está lentamente se infiltrando dentro dele. E ele percebe que esse mal o está realmente dominando.

E é por isso que ela volta, quer ela perceba ou não, ela volta pelo amigo, basicamente. E é isso que eu amo. Eu amo que esses dois personagens sejam muito próximos um do outro, que eles tenham uma amizade tão forte. É uma amizade platônica, e ela se preocupa muito com ele, e fará de tudo para tentar combater esse mal novamente. E claro, para ela, ela tem que enfrentar a coisa mais desafiadora que ela já lutou em sua vida, e isso desafiou sua fé.

Por fim, Wan reforça a importância de se assistir a um filme no cinema. Para ele, não é uma questão de purismo artístico ou vaidade, mas de compartilhar uma experiência com outras pessoas, todas passando pelas mesmas coisas juntos.

Sim. Digo, é por isso que sou um grande fã de filmes de terror exibidos na tela grande. É uma experiência tão teatral e comunitária. E eu sempre incentivo os fãs a verem esses filmes na tela grande com um grupo de pessoas no escuro… Com um grupo grande de pessoas, porque é uma experiência muito divertida, é tão contagiante. Quando alguém grita, todos os outros gritam, e então todos começam a rir de si mesmos por terem gritado. E é um passeio de montanha-russa muito divertido. Acho que é por isso que os filmes de terror ainda estão em exibição nos cinemas, porque é realmente uma experiência teatral que não pode ser replicada em nenhum outro lugar. Você pode assistir em casa, ainda pode assistir a história, mas a experiência é muito diferente.

“A Freira 2” chega aos cinemas brasileiros em 7 de setembro – assista ao trailer.

Saiba Mais: A Freira 2, James Wan