Em dezembro de 2020, a Warner surpreendeu a indústria do entretenimento com a notícia de que iria lançar todo o seu catálogo de 2021 simultaneamente nos cinemas e pelo streaming HBO Max. A polêmica agora parece estar em seu fim. Segundo a Bloomberg, a Warner negocia para garantir o pagamento a seus parceiros independente da arrecadação de bilheteria, além de aumentar as chances de um bônus por performance dos filmes.

De acordo com o reporte, pessoas próximas às negociações indicaram que, quando os filmes forem lançados nos cinemas, todos aqueles que tiverem direito a um bônus irão recebê-lo quando a arrecadação em bilheteria alcançar metade do valor que normalmente seria necessário para tanto. Se mais cinemas vierem a fechar, essa barreira irá recuar ainda mais, no que foi chamado de “multiplicador COVID-19”. Quem normalmente tem participação nos lucros de bilheteria irá manter seus direitos, além de se beneficiar do das vendas online. No streaming, o HBO Max irá pagar à Warner Bros. uma taxa pela janela de 31 dias de disponibilidade dos filmes, e o dinheiro será compartilhado não apenas com quem tem participação nos lucros, mas também com elenco e equipe dos filmes.

O pagamento de quantias extras, no entanto, não será algo permanente. Após 2021, a Warner planeja retornar ao modelo contratual antigo, o que pode marcar um risco diferente, dado que parceiros podem pleitear a continuação de pagamentos outrora garantidos com os quais a empresa pode não conseguir arcar. Para cobrir os custos extras, a Warner está realocando verba de outras produções que tiveram de ser encerradas ao longo da pandemia. Para a AT&T, conglomerado de mídia dono da Warner, a esperança através dessa estratégia é atrair milhões de assinantes ao HBO Max, visando fazer frente à concorrência de Netflix e Disney Plus, entre outros.

Ao todo, a Warner planeja o lançamento de 17 filmes em 2021, entre os quais estão títulos de peso como “Duna“, “Matrix 4“, “Space Jam: Um Novo Legado” e “Em Um Bairro de Nova York“. A empresa passou as últimas semanas em contato com seus parceiros para detalhar sua estratégia e convencê-los de que terão maior lucro dessa forma. Apesar de a Warner acreditar que poderia decidir lançar seus filmes pelo HBO Max de forma unilateral, ela vem ajustando seus contratos para oferecer acordos mais favoráveis às demais partes.

Após os primeiros indícios de um acerto com a Legendary – que ameaçara processar a Warner para garantir os lançamentos de “Godzilla vs. Kong” e “Duna” -, o mercado passou a esperar uma resolução para o imbróglio. O que não está garantido, no entanto, é se tal acordo será o suficiente para todos e quais concessões o estúdio está disposto a fazer.

Casos como o de “Duna“, por exemplo, resultaram em repúdio público do diretor Denis Villeneuve e parte do elenco, enaltecendo a “experiência cinematográfica” e chegando a afirmar que a Warner poderia muito bem ter “matado a franquia” que seu filme poderia iniciar. Lana Wachowski, diretora de “Matrix 4“, também estaria determinada a ver seu filme sendo lançado exclusivamente nos cinemas, e Christopher Nolan, cujo filme “Tenet” já foi lançado nos cinemas, mas sem grandes resultados em bilheteria, chegou a classificar o HBO Max como “o pior streaming” por conta da medida da Warner.

“Godzilla vs. Kong” tem previsão de estreia para 21 de maio, enquanto “Duna” está programado para 1° de outubro. “Matrix 4” tem lançamento previsto para 22 de dezembro.

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