Ray Fisher acusa Joss Whedon e outros envolvidos nas refilmagens de Liga da Justiça de terem conversas racistas
Em nova entrevista, ator reforçou suas denúncias de conduta tóxica no set e acusou os envolvidos de terem apagado pessoas não brancas do filme.
Desde julho deste ano, Ray Fisher tem denunciado condutas indevidas durante as refilmagens de “Liga da Justiça” em 2017, depois da saída de Zack Snyder do projeto. O ator intérprete do Ciborgue acusou o diretor Joss Whedon, que tomou às rédeas do filme, e os produtores Jon Berg e Geoff Johns de comportamento tóxico, e desde então Fisher e a Warner estão envolvidos em investigação para apurar os acontecimentos. Em nova entrevista para a Forbes, Fisher reforçou suas denúncias e acusou os já citados envolvidos nas refilmagens, além de Toby Emmerich, presidente da Warner Bros. Pictures, de terem tido conversas racistas durante a produção, tendo inclusive cortado ou diminuído os papéis de atores não brancos no produto final.
“Antes do processo de refilmagens de ‘Liga da Justiça’, conversas abertamente racistas foram mantidas e entretidas – em várias ocasiões – por ex e atuais executivos de alto nível da Warner Bros. Pictures. Os tomadores de decisões que participaram dessas conversas racistas foram Geoff Johns, Jon Berg e o atual presidente do Warner Bros. Pictures Group, Toby Emmerich”, revelou Fisher.
O ator esclarece, no entanto, que isso não era algo que ele sabia durante o processo, e que só foi descobrir depois, através de fontes:
“Essas conversas foram relatadas a mim por pessoas que estavam na sala. E eu não fiquei ciente disso até depois que eu já tinha feito minha primeira denúncia sobre Joss Whedon”.
Representantes de Joss Whedon responderam à acusação, apontando que Fisher de fato não estava presente durante conversas do tipo, que, segundo o cineasta afirma, não existiram:
“O Sr. Fisher não tinha conhecimento de primeira mão para apoiar qualquer uma das alegações selvagens que ele fez sobre o Sr. Whedon e outros associados ao filme. Ele admitiu esta falta de conhecimento à Forbes quando afirmou que ele ‘foi informado’ dessas afirmações, sem identificar quem supostamente o informou, ou quando supostamente tomou conhecimento das informações sobre a alteração do tom da pele. Na realidade, nada disso aconteceu.”
A “alteração do tom de pele” citada se refere a uma citação original na entrevista, que foi posteriormente retirada. Nela, Fisher afirmava que Whedon havia embranquecido digitalmente atores não brancos porque “não gostava de seus tons de pele”. O representante de Whedon ainda comentou sobre o trabalho de colorização do filme, que não envolve só o diretor e sim várias outras pessoas:
“Como é padrão em quase todos os filmes, havia várias pessoas envolvidas na mixagem do produto final, incluindo o editor, pessoa de efeitos especiais, compositor, etc, com o colorista sênior responsável pelo tom, cores e clima da versão final. Esse processo foi ainda mais complicado neste projeto pelo fato de Zack ter filmado em filme, enquanto Joss filmou em digital, o que exigiu que a equipe, liderada pelo mesmo colorista sênior que trabalhou em filmes anteriores para Zack, reconciliasse os dois”.
A WarnerMedia segue em uma investigação interna para apurar os acontecimentos, mas Fisher acredita que a empresa tenha conhecimento de tudo isso, só não faz nada para resolver os problemas.
“O fato de eu estar tendo que advogar por mim mesmo desta forma é igualmente libertador e frustrante”, Fisher completa.
O ator agora está envolvido nas filmagens adicionais do “Liga da Justiça” de Zack Snyder, em que o Ciborgue terá uma participação maior, como originalmente planejado. Assista ao trailer já divulgado do Snyder Cut.
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