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Notícias   quinta-feira, 03 de janeiro de 2019

Roma | Featurette mostra que o som é tão importante quanto as imagens no filme de Alfonso Cuarón

O longa está disponível na Netflix desde 14 de dezembro.

Roma | Featurette mostra que o som é tão importante quanto as imagens no filme de Alfonso Cuarón>

Um featurette disponibilizado pela Netflix explica a importância que o som tem para o filme “Roma“, dirigido por Alfonso Cuarón. O filme é baseado nas memórias que o diretor tem de sua infância no México, e o vídeo explica que as memórias auditivas são tão relevantes (e deram grande trabalho para a equipe de efeitos sonoros do filme) quanto as visuais. Veja o vídeo acima (sem legendas).

Cuarón explicou que o som de “Roma” foi concebido de forma semelhante à maneira que as imagens são exibidas na tela:

“O visual do filme é disposto em camadas: temos as imagens de primeiro plano, as que ficam ao centro, e as de fundo. Bom, a gente queria que essa divisão em camadas também acontecesse com o som.”

O vídeo mostra na prática como esse conceito de camadas foi aplicado, em diversos exemplos: um balde jogando água no piso, as ondas do mar se movendo (é mostrado inclusive como o som das ondas se movimenta de uma caixa a outra quando o filme é assistido com qualidade Dolby), pessoas praticando tiro em campo aberto, uma banda marcial se movendo na rua, e uma cena emblemática do filme que mostra vendedores, famílias e diversos outros sons específicos da cidade do México no início dos anos 1970.

Nessa cena da cidade, o co-supervisor de edição de som Skip Lievsay, que venceu o CAS Award e o Oscar de Mixagem de Som por “Gravidade”, disse que 350 atores gravaram vozes durante uma sessão em estúdio. Todas essas pessoas tiveram diálogos, e todos foram escritos por Cuarón, que confirmou:

“Todo indivíduo que você vê na rua tem um som específico.”

O produto final coloca o espectador de forma imersiva em cada cena e, de certa forma, dentro da mente de Alfonso Cuarón, conforme explica o mixer de som Craig Henighan (“Mãe!”):

“Alfonso fez um filme que é parte de suas memórias, e alguns desses sons são muito, muito específicos pra ele. Então, a gente teve que ter certeza que esses sons estavam corretos… e que pareça que você está realmente lá.”

“Roma” já ganhou o Leão de Ouro no Festival de Veneza, concorre em três categorias no Globo de Ouro (que vai ao ar neste domingo, 6 de janeiro), e é uma aposta certeira para o Oscar, em virtude do sucesso de crítica obtido pelo filme.

O longa narra um ano turbulento na vida de uma família de classe média na Cidade do México, na década de 70. A trama segue a jovem trabalhadora doméstica Cleo (Yalitza Aparicio) e sua colega de trabalho, Adela (Nancy García García), que trabalham para uma pequena família em Roma. Ao tentar construir um novo sentido de amor e solidariedade em um contexto de hierarquia social, Cleo e sua patroa, Sofia (Marina de Tavira, de “Cómplices“), lutam silenciosamente contra as mudanças na casa da família em um país que enfrenta uma milícia apoiada pelo governo.

O filme originalmente teve um lançamento limitado no México e nos Estados Unidos no dia 21 de novembro, esgotando salas de cinema em Nova York, Los Angeles e Cidade do México, além de cinemas internacionais como Londres e Toronto.

[CRÍTICA] Roma (2018): com amor, Alfonso Cuarón

“Roma” está no catálogo da Netflix desde o dia 14 de dezembro.

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Rafael Monteiro de Castro
@rapadura

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